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segunda-feira, 18 de abril de 2011

VIDEO - O ROSTO SANTO DE MANOPPELLO EXPLICADO POR PADRE Germano

                           




PARA QUEM QUER VER E CONHECER MAIS SOBRE O VÉU DE MANOPPELLO, QUE MUITAS PESQUISAS APONTAM SER O VERDADEIRO VÉU DE VERÔNICA, E QUE  JÁ FOI ATÉ VISITADO PELO PAPA BENTO XVI, ESTE VÍDEO NOS DÁ UMA ÓTIMA VISÃO DE COMO É O TECIDO DESSE VÉU.


O VÍDEO É EM ITALIANO, MAS QUEM ESTUDOU UM POUQUINHO, OU MESMO QUEM NUNCA ESTUDOU ITALIANO, TALVEZ ENTENDA ALGO.

MOSTRA O SANTUÁRIO DOS PADRES CAPUCHINHOS EM MANOPPELLO, QUE GUARDA O VÉU E A CUSTÓDIA ONDE ELE ESTÁ GUARDADO.


PODEMOS VER COMO O VÉU É TRANSPARENTE E QUE, AO VIRAR PARA O OUTRO LADO, A PINTURA CONTINUA A MESMA.

O VÉU É TÃO TRANSPARENTE QUE  PODE-SE LER UM LIVRO ATRAVÉS DELE. E SOB A LUZ A IMAGEM PARECE ATÉ SUMIR.

MAS QUANDO O PADRE COLOCA AS MÃOS TAMPANDO A LUZ, O ROSTO APARECE CLARAMENTE.

PERCEBE-SE CLARAMENTE QUE NÃO É UMA PINTURA, POIS O TECIDO É MUITO FINO.

O ROSTO TEM A BOCA ABERTA MOSTRANDO OS DENTES E A BARBA DIVIDIDA COM UM PEDAÇO A MOSTRA DO CABELO DE CADA LADO. MARCAS DE SANGUE TAMBÉM APARECEM NA IMAGEM DO VÉU.

OS ESTUDOS SOBRE O VÉU E O SUDÁRIO PROSSEGUEM.

 ESPERO QUE CIENTISTAS SÉRIOS E NÃO TENDENCIOSOS, COMO OS QUE FIZERAM O TESTE DO CARBONO 14 NO SUDÁRIO, COLABOREM MAIS DESSA VEZ.

domingo, 17 de abril de 2011

RELÍQUIA - VÉU DE VERÔNICA- VÉU DE MANOPELLO - PESQUISAS CIENTÍFICAS




Pesquisas científicas em andamento







Entre 1998 e 1999, Donato Vittore, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Bári, fez algumas primeiras pesquisas de caráter científico sobre o Santo Rosto de Manoppello.








O véu foi examinado com um escâner digital de alta resolução; o resultado divulgado por Vittore foi de que no espaço entre o fio da urdidura e o fio da trama não aparecem resíduos de cor.

 A ausência de depósito de cor lhe permitiu excluir a hipótese de que o Santo Rosto seja o resultado de uma pintura a óleo, como também não pode ser uma pintura a aquarela, uma vez que os contornos da imagem são muito evidentes nos olhos e na boca, não havendo aí pequeninos borrões no desenho, como ocorreria se o tecido tivesse sido empastado pela tintura.

 Aguardamos ainda uma publicação sistemática dessas pesquisas, mas o autor já as ilustrou, com a apresentação de diversas imagens em detalhe, em vários congressos, o último deles em Lecce, em março de 2007.

Se confirmada a hipótese de 2004 de que o tecido seja composto de bisso marinho, de fibras lisas e impermeáveis, teremos de considerar também que esse tipo de tecido, de fato, tecnicamente não pode ser pintado, uma vez que a cor tende a deslizar sobre ele, formando crostas, as quais não aparecem no Santo Rosto.

 Modificações da cor, por outro lado, poderiam ser obtidas num tecido como esse, por descoloração (mas, certamente, não resultando num desenho tão preciso como o que encontramos no véu de Manoppello).

Pesquisas em microscopia e espectroscopia foram realizadas mais tarde por Giulio Fanti, professor de Engenharia Mecânica e Térmica da Universidade de Pádua.

A análise sob luz ultravioleta, com a lâmpada de Wood, confirmou um teste que já tinha sido realizado em 1971: nem o tecido nem a imagem do rosto mostram fluorescência considerável, como poderíamos esperar de substâncias de amálgama de cores, ao passo que uma fluorescência acentuada aparece nas partes em que há sinais evidentes de restauro, correspondentes aos cantos superiores direito e esquerdo.

Todavia, resquícios de substâncias (pigmentos?) parecem presentes em outras partes do véu.

A análise com luz infravermelha mostrou a ausência de um esboço prévio sob a imagem, e a falta de correções.

 Uma reconstituição das imagens em 3-D mostrou outros pontos de correspondência entre a imagem do véu e a do Sudário; em resumo, foi possível notar que, ao contrário do que parece, as duas imagens (anterior e posterior) do véu não são perfeitamente especulares: existem diferenças singulares entre a frente e o verso, difíceis de explicar em alguns detalhes, e de caráter tão sutil, que a ideia de podermos falar de uma pintura nesse caso é tecnicamente muito problemática.

No entanto, outras pesquisas científicas estão em andamento; esperamos que possam fornecer dados novos relativos a três problemas fundamentais: o primeiro, a relação precisa entre o véu e o Sudário; o segundo, o modo de formação da imagem no véu; o terceiro, se essa formação se deu em dois momentos, um para as manchas de sangue (se realmente são de sangue), outro para o rosto.

A bidimensionalidade das supostas manchas hemáticas, que estariam desvinculadas do relevo do rosto, postularia dois momentos diferentes de impressão, exatamente o mesmo que as pesquisas demonstraram ter ocorrido no caso do Sudário de Turim.

Leiamos mais uma vez o Evangelho de João: esse véu poderia ser justamente, “o sudário”, que Pedro e João viram no sepulcro, “que cobrira a cabeça de Jesus”, e pareceu aos dois Apóstolos, “não estendido com os panos de linho no chão [ou seja, com o grande sudário], mas enrolado numa posição única” (Jo 20, 7).

Em outras palavras, o sudário que ficou em posição destacada no lugar em que tinha sido posto, sobre os panos de linho e em contato direto com Jesus, cobrindo a região da cabeça e do rosto. E João, “viu e creu” (Jo 20, 8).



Em 1977, o Professor Donato Vittori da Universidade de Bari examinou o véu sob luz ultravioleta e afirmou que as fibras não possuem qualquer tipo de coloração.



Observando-se o véu sob um microscópio, está claro que não é pintado e nem mesmo tecido com fibras coloridas.


Por alta tecnologia fotográfica (amplificações digitais) é possível ver que a imagem é idêntica em ambos os lados do véu - um feito impossível de se alcançar através de técnicas antigas, ou, mesmo, se fosse pintada..



Pesquisas científicas levadas a cabo recentemente mostram que a imagem no Santo Sudário de Turim e a imagem que aparece no véu em Manoppello são de tamanhos idênticos e superpostáveis com a única diferença de que, nesta segunda boca e olhos estão abertos.



A pesquisa desenvolvida pelo Padre Enrico Sammarco e pela Monja Blandina Paschalis de Schomer mostra que as dimensões da face no Santo Sudário são iguais às do véu de Manoppello.



Comparando as duas imagens, comentam, está claro que a face é a mesma, "fotografada" em dois momentos diferentes.



Para buscar mais evidência para suas teorias, Pfeiffer levou a cabo um estudo sistemático das principais obras de arte que representam o Véu de Verônica antes do modelo imposto pelo Papa Paulo V. Ele achou que vários detalhes - o corte de cabelo, o sangue à mostra, a forma da face, as características da barba e as dobras do pano - refletem um único modelo: a imagem em Manoppello***.



"Quando os diferentes detalhes são unidos em uma única imagem, significa que esta imagem deveria ter sido modelo para todas as outras," Pfeiffer argumenta. "Assim, podemos dizer que o véu de Manoppello em nada é diferente do Véu de Verônica original".



Para os cristãos, no caso do Véu de Verônica - assim como no caso do Sudário de Turim - acreditar ou não acreditar em sua autenticidade não são uma questão de fé****.






* Críticos argumentam até mesmo se o nome de Verônica não trai a ficção, pois deriva dos nomes em latim e grego vera e ikon e significa "verdadeira imagem".

Ela se tornou a santa protetora dos fotógrafos. Embora a história do véu seja bem conhecida – inclusive, apareceu em cenas dos filmes "A Maior História Jamais Contada", "Jesus de Nazaré" e, mais recentemente, “A Paixão de Cristo” - não aparece na Bíblia.

A maioria dos peritos acredita que foi inventada para explicar a relíquia.



** Segundo uma teoria, o Vaticano teria feito passar cópias do Véu pelo original para evitar desapontar os peregrinos, e nunca explicara o desaparecimento.



*** Semelhanças notáveis eram claras: as faces são de mesmo contorno, ambos têm cabelo longo e um topete na frente, e a partida de barbas.

Pistas da lenda do Véu recuam para o século IV, mas só na Idade Média foi ligado mais fortemente ao Cristo agonizante.



**** Testes científicos poderiam derramar uma luz adicional às origens do véu, mas estes poderiam destruir consideravelmente o pequeno e frágil pano sem, necessariamente, resolver o mistério. Um furioso debate ainda cerca a origem da Mortalha de Turim, por exemplo, embora os testes com carbono-14 em 1988 datassem-no entre 1260 e 1390.

 Hoje, o teste de 1988 do carbono-14 sobre o Sudário é considerado desacreditado devido às suas muitas falhas, vindas posteriormente à tona, durante a execução dos procedimentos de pesquisa.














NOTÍCIA SOBRE A VISITA DO PAPA BENTO AO SANTUÁRIO DE MANOPELLO DO SITE TERRA :


O papa Bento XVI visitou, em setembro de 2006,  o santuário de Manoppello (centro da Itália) para venerar a "Santa Face", um ícone que teria a impressão do rosto de Cristo, mas cuja existência remonta ao início do século XVI.

O véu de Manoppello, conservado desde 1606 no mosteiro dos Abbruzzos, representa o rosto de um homem. Os defensores da autenticidade desta imagem lhe atribuem uma origem miraculosa.

O rosto de Cristo teria tocado no véu durante seu suplício ou no momento de sua ressurreição.



Professor de história da arte na universidade gregoriana de Roma, o padre jesuíta Henrich Pfeiffer afirma que o rosto do véu de Manoppello coincide perfeitamente com aquele do sudário de Turim, o que leva a supor que as duas imagens "formaram-se ao mesmo tempo": exatamente "nos três dias situados entre o enterro de Jesus e sua ressurreição", afirmou ele.



Os historiadores, baseando-se numa datação com carbono 14 realizada em 1988, estabeleceram que a fabricação do lenço venerado em Turim como aquele que teria envolvido o corpo de Cristo durante seu enterro remontava à Idade Média, entre 1260 e 1390. A revista francesa "Science et Vie" realizou em 2005 um "verdadeiro falso" véu com as técnicas da Idade Média.



Mas o culto em torno do "Santo Sudário" não se dá por vencido e a crença popular encontrou um precioso estímulo com o nascimento de uma nova disciplina, a "sindologia", uma palavra derivada do termo latino para "sudário".



Os "sindólogos" contestam as condições em que foram feitas as datações do carbono 14 e asseguram que vários indícios (traços de pólen e de sangue) pesam a favor da autenticidade da relíquia.



Segundo os "sindólogos", a imagem do Cristo poderia ter sido impressa sobre o tecido durante o "flash" da Ressurreição.



A imagem do sudário e aquela do véu de Manopello "são as duas únicas verdadeiras imagens do Cristo, imagens que não foram feitas pela mão do homem", assegurou o padre Pfeiffer.



Uma outra relíquia, chamada "o véu de Verônica" (nome derivado da expressão "vera icon", verdadeiro ícone), remonta ao século VIII e é conservada no Vaticano.



A hierarquia da Igreja católica sempre teve uma atitude prudente em relação às relíquias de Cristo. Não chega a transformá-las num elemento de fé, mas também não desestimula a religiosidade que as cerca.









Bento XVI não se pronunciou nesta sexta-feira sobre a autenticidade do véu de Manoppello, ao qual chamou de "ícone", insistindo sobre a necessidade de ter "as mãos inocentes e o coração puro" para "entrar em comunhão com Cristo e descobrir seu rosto".










REFERÊNCIAS:


http://www.sobrenatural.org/materia/detalhar/4307/o_veu_de_veronica/

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI1118168-EI312,00-Santa+Face+de+Manoppello+e+venerada+por+papa.html

http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=21100













































































RELÍQUIA - O VÉU DE VERÔNICA - PESQUISAS ICONOGRÁFICAS E HISTÓRICAS





Uma imagem única



















As características do véu e da imagem que nele aparece são únicas.

O véu, de 17, 5 por 24 centímetros (mas originariamente maior, como nos diz a Relatione, embora não saibamos quanto), é um trabalho de tecelagem finíssimo (ainda que sejam perceptíveis algumas imperfeições na trama), empregando fios de cerca de um milímetro e espaço entre um e outro de cerca de dois milímetros; parece ter cor dourado-escura, dependendo da perspectiva de visão e da iluminação, e é transparente.

Em razão da cor e da transparência, há uma hipótese de que o tecido seja fabricado com bisso marinho, filamentos trabalhados de um molusco denominado Pinna nobilis.

O bisso marinho é um tecido finíssimo, de brilho semelhante ao da seda, à qual se assemelha também pela sensação táctil, de uma leveza quase impalpável.

A hipótese sobre o tecido foi feita em 2004 por Chiara Vigo, uma das últimas tecelãs a usar esse material, mas ainda espera por uma confirmação definitiva, que poderá ser obtida, se não por exame direto (que não é possível hoje, em razão da disposição do véu entre dois vidros), pelo menos por pesquisas morfológicas e estruturais a serem realizadas com instrumentação específica.

No véu está impresso um rosto de fronte alta, com cabelos compridos que chegam até os ombros, bigodes ralos e barba bipartida.

 Os olhos têm uma posição particular: estão ligeiramente voltados para o alto, mostrando o branco do globo ocular sob a pupila.

O rosto não fica visível quando o véu é observado em transparência, mas apenas quando disposto sobre um fundo opaco; o que é singular é que a imagem aparece especularmente e com a mesma intensidade de cor tanto na frente quanto no verso.

 O véu aparentemente se comporta como uma película fotográfica positiva.

O rosto é claramente assimétrico, com um lado mais inchado; há manchas evidentes, que poderiam ser interpretadas como sangue, em particular perto da boca e do nariz, que parece tumefato.

As manchas são bidimensionais e não seguem o relevo do rosto.







A – o rosto do Sudário de Turim;

B – sobreposição do rosto do véu de Manoppello ao rosto do Sudário de Turim;

C – o rosto do véu de Manoppello

(por Blandina Paschalis Schlömer)








Pesquisas iconográficas e históricas

A tradição popular venerou o Santo Rosto de Manoppello por mais de quatrocentos anos, como uma relíquia, atribuindo-lhe o caráter de acheiropoietos (termo grego que significa “não feito pela mão humana”).

Mas apenas nos últimos anos do século passado começaram a ser feitas pesquisas sobre esse objeto.

Os resultados dessas pesquisas, relacionadas à história e à própria natureza da imagem do Santo Rosto, são até agora certamente muito parciais, mas também surpreendentes.

Nos estudos de irmã Blandina Paschalis Schlömer, pintora e estudiosa dos ícones, a pesquisadora defende uma relação muito estreita entre a imagem do Véu de Manoppello e o rosto impresso no Sudário de Turim (esta última imagem foi determinada pela oxidação das fibras de linho mais superficiais de que o lençol é composto; como todos sabem, as pesquisas científicas realizadas nos últimos cem anos não conseguiram ainda determinar a causa dessa oxidação).

 A relação seria tão estreita a ponto de permitir uma compatibilidade total, com uma série de pontos de contato, quando é feita a sobreposição do Santo Rosto com a face impressa no Sudário (para completar, há ainda plena compatibilidade desses dois objetos com as manchas de sangue que aparecem no Sudário de Oviedo).

Ao mesmo tempo, existem duas diferenças fundamentais entre as duas imagens: em primeiro lugar, a imagem do Sudário de Turim apresenta os olhos fechados e um rosto de aparência mais rígida e ossuda, enquanto o Santo Rosto tem os olhos abertos e aparência mais relaxada; em segundo lugar, nem todas as feridas que aparecem no Sudário de Turim estão também no Santo Rosto, e as que aparecem têm dimensões geométricas menores e são um tanto mais esmaecidas.

A primeira consequência da observação dessa correspondência entre as duas imagens foi a reconsideração da história da transmissão iconográfica do rosto de Cristo, no Oriente e no Ocidente; além disso, permitiu identificar o percurso do Santo Rosto nos séculos anteriores a sua inesperada e misteriosa chegada a Manoppello.

 Em 31 de maio de 1999, o professor Heinrich Pfeiffer, jesuíta, um dos maiores especialistas em arte cristã (leciona História da Arte na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma), depois de anos de testes, comunicou o resultado de suas pesquisas na sede da Associação de Imprensa Estrangeira, em Roma; em resumo, dizia ter sido encontrada a verônica romana, a famosa imagem do rosto de Cristo acheiropoietos conhecida em Roma entre os séculos XII e XVII, época em que, conservada na Basílica Vaticana, era exposta periodicamente à veneração dos fiéis.

Uma tradição antiga atribuía essa imagem ao episódio da mulher que teria enxugado com um lenço o rosto de Jesus durante a subida para o Calvário – essa mulher se chamaria Verônica, nome que podemos interpretar como a provável corrupção dos termos vera icona, “verdadeira imagem”.



“O Santo Rosto é a Verônica romana”




Padre Pfeiffer já escreveu nestas páginas sobre as razões da identificação do Santo Rosto com essa relíquia que, em certa época, foi mais famosa que o próprio Sudário de Turim (H. Pfeiffer, “Mas a ‘Verônica’ está em Manoppello”, in: 30Dias, nº 5, maio de 2000, pp. 78-79).

Nesse artigo, afirmava, com argumentos mais que convincentes, que a Verônica – que nos é descrita por fontes medievais como um tecido finíssimo transparente, com uma imagem visível de ambos os lados – foi levada de Roma numa data imprecisa, no início do século XVII (outra hipótese, formulada por Saverio Gaeta com base em documentos de arquivo e considerações históricas, dataria esse episódio para um tempo mais antigo, o do Saque de Roma de 1527, o que, de qualquer forma, não muda substancialmente a questão).

A Verônica teria reaparecido em Manoppello entre 1608 e 1618, de acordo com a documentação histórica local, depurada dos aspectos de lenda.

Apresentaremos um pequeno resumo de alguns dos dados fundamentais apresentados por Pfeiffer para justificar essa identificação.

Em primeiro lugar, a Verônica que ainda se encontra em São Pedro, no Vaticano, já não mostra nenhuma imagem: os poucos estudiosos do passado que puderam observá-la de perto, como De Waal e Wilpert (lembremos que a tela presente em Roma não é exposta ao público desde o século XVII), viram nela apenas algumas manchas escuras; mesmo quem teve a oportunidade de observá-la recentemente (inclusive o pontífice João Paulo II) não encontrou nela vestígios de imagem.

Em segundo lugar, o tecido atualmente em Roma não é transparente de modo algum, enquanto o relicário de 1350 que continha a Verônica em Roma, ainda conservado no tesouro da Basílica Vaticana, é constituído por dois vidros de cristal de rocha e se destinava, evidentemente, a conter um objeto que pudesse ser exposto de ambos os lados.

Esse relicário, de formato quadrado e dimensões compatíveis com o véu de Manoppello, do qual é pouco maior (e já vimos que o véu foi aparado), foi substituído mais tarde, primeiro pelo relicário usado em meados do século XVI (hoje perdido), depois pelo atual: um documento relata a solenidade da transposição da relíquia – ou melhor, como é nossa hipótese, da transposição do objeto falsificado que a substituiu –, ocorrida na data de 21 de março de 1606, para um nicho aberto na pilastra da cúpula precisamente chamada “da Verônica”.

Como lemos num relato de Giacomo Grimaldi, então arquivista de São Pedro, datado de 1618, os vidros do relicário de 1350 estão quebrados: e um resíduo, considerado como vidro, pode ser notado ainda hoje pregado à borda inferior do véu de Manoppello.

De modo semelhante ao que já dissemos a propósito das investigações sobre a natureza física do tecido com o qual é fabricado o véu, a impossibilidade atual de removê-lo do ostensório que o contém não permitiu ainda que os pesquisadores chegassem a uma certeza a respeito da identidade de materiais entre o desse fragmento de vidro e o que resta do relicário vaticano de 1350.

Em terceiro lugar, a Verônica de Roma apresentava um rosto com os olhos abertos, como vemos em todas as suas representações anteriores a 1616, enquanto a cópia feita naquele ano possui um rosto com os olhos fechados.

Paulo V, pouco depois, vetaria qualquer outra cópia da relíquia, sob pena de excomunhão; Urbano VIII, em 1628, ordenou que todas as cópias existentes, feitas nos últimos anos, fossem destruídas.



O rosto de uma pessoa real
























Mas padre Pfeiffer vai mais além com suas pesquisas, que nos permitem considerar extremamente provável que o Santo Rosto de Manoppello, ou seja, a Verônica romana, é um dos dois protótipos, ou modelos fundamentais, da imagem de Cristo.

O segundo modelo é o Sudário de Turim.

Padre Pfeiffer destaca particularmente que as maçãs do rosto das imagens clássicas de Cristo são quase sempre desiguais, como ocorre no Sudário de Turim e no Santo Rosto: a face, portanto, é assimétrica, contrariamente ao que vemos em todas as representações das divindades antigas, que apresentam um rosto ideal e simétrico.

O Cristo clássico tem, portanto, um rosto pessoal e individual; e o modelo desse rosto, dada a sua estrutura fortemente assimétrica, é o Sudário de Turim, ou o Sudário de Turim somado ao Santo Rosto (provavelmente as duas relíquias devem ter circulado unidas por um certo período, como imagina Pfeiffer); no que diz respeito aos olhos e a todos os aspectos mais vitais, o único modelo é o Santo Rosto.













O SUDÁRIO E O VÉU DE MANOPELLO








Logo, concluímos, trata-se de um rosto que de fato existiu, concreto, real; não de um modelo abstrato, tomado de empréstimo da iconografia de algum filósofo, como muitas vezes lemos ou ouvimos de historiadores da arte, cristianistas e até teólogos.


 O rosto de um homem de carne, não de uma ideia.

A pesquisa iconográfica leva ainda padre Pfeiffer a defender, no que é seguido por muitos outros especialistas, a identificação do Sudário de Turim com o Mandylion de Edessa, que era conhecido nessa cidade em 544, época do assédio dos persas, e seria transladado para Constantinopla em 944, onde desapareceria em 1204 para, mais tarde, ser encontrado no Ocidente.


Da mesma forma, padre Pfeiffer propõe a identificação do Santo Rosto de Manoppello com a imagem do rosto de Cristo que se transferiu de Kamulia (Capadócia) para Constantinopla em 574, e aí desapareceu por volta de 705, durante o segundo reinado do imperador Justiniano II; esse tecido finíssimo, transparente, ao chegar a Roma, foi escondido (talvez pregado sobre o chamado ícone acheropsita do Sancta Sanctorum da Basílica de Latrão), recuperado no papado de Inocêncio III (1198-1216) e levado a São Pedro, com o nome de Verônica.






























Padre Pfeiffer está firmemente convencido de que o Santo Rosto seja uma imagem acheiropoietos:

“Tomando como ponto de partida a perfeita superposição do rosto do Sudário de Turim com o rosto de Manoppello, somos induzidos a admitir que a imagem no véu e a que vemos no Sudário tenham-se formado ao mesmo tempo.

Ou seja, nos três dias que decorrem entre o sepultamento de Jesus e sua ressurreição, dentro do sepulcro. O Sudário de Manoppello e o de Turim são as duas únicas verdadeiras imagens do rosto de Cristo ditas acheropsitas, ou seja, não realizadas por mãos humanas” (H. Pfeiffer, in: P. Baglioni, “Bernini ou não, é uma obra-prima”, in: 30Dias, nº 9, setembro de 2004, pp. 56-65).





Existe algum indício físico que nos possa levar a considerar que, tal como a imagem do Santo Sudário não foi produzida artificialmente, o mesmo tenha-se dado com a imagem do Santo Rosto de Manoppello?







VEJA NA PRÓXIMA POSTAGEM



















































sábado, 16 de abril de 2011

RELÍQUIA - O VÉU DE SANTA VERÔNICA - O VÉU DE MANOPELLO



O VÉU DE SANTA VERÔNICA É CHAMADO DE VÉU DE MANOPELLO, POR TER REAPARECIDO NESSA CIDADE DA ITÁLIA.

ABAIXO TEMOS UM RELATO DO ENCONTRO DESSA RELÍQUIA, E MAIS ADIANTE POSTAREI SOBRE AS PESQUISAS RELATIVAS A ELA:












“No tempo de Júlio II, pontífice romano, por volta do ano do Senhor de 1506, [...] vivia em Manoppello, terra muito civilizada e bem situada, rica e opulenta de todas as coisas necessárias à vida humana, nos Abruzos Exteriores, província do reino de Nápoles, Giacom’Antonio Leonelli, físico doutor [...].

Estava um dia Giacom’Antonio Leonelli em praça pública, quase à porta da igreja matriz cujo título é o de São Nicolau de Bári, em honesta conversa com outros seus pares; bem em meio ao colóquio, chegou um peregrino que ninguém conhecia, de aspecto religioso e muito venerando, o qual, recebendo os cumprimentos de uma tão boa roda de cidadãos, disse com termos plenos de gentileza e humanidade ao doutor Giacom’Antonio Leonelli que tinha de lhe dizer em segredo uma coisa que muito lhe agradaria, por ser-lhe de utilidade e proveito.


Puxando-o, assim, à parte, até o limiar da igreja de São Nicolau, entregou-lhe um pacotinho e, sem desembrulhá-lo, disse-lhe que tivesse em grande conta aquela devoção, pois receberia de Deus muitos favores e sempre prosperaria tanto nas coisas temporais quanto espirituais.




Afastando-se, com o pacotinho nas mãos, até a fonte de água benta, Giacom’Antonio começou a abri-lo.



Ao ver a Santíssima Imagem do Rosto de Cristo Nosso Senhor ficou, a princípio, um tanto assustado, prorrompendo em lágrimas sinceras, as quais depois refreou, para não aparecer assim a seus amigos.







Dando graças a Deus por um dom tão grandioso, dobrou a imagem como estava antes, dirigiu-se em seguida ao peregrino desconhecido, para agradecer-lhe e acolhê-lo em sua casa, mas não o viu mais.

Espantado, quase gaguejando, perguntou aos amigos, que lhe afirmaram tê-lo visto entrar com ele na igreja, mas não sair dela.




Cheio de admiração, mandou procurá-lo diligentemente dentro e fora de Manoppello, mas não foi possível encontrá-lo, pelo que todos acreditaram que aquele homem sob o aspecto de peregrino deveria ser um anjo do Céu ou outro santo do Paraíso”.

É assim que a Relatione historica de padre Donato da Bomba, composta entre 1640 e 1646, conta, com tons evidentemente lendários, a chegada do Véu do Santo Rosto a Manoppello.

 Desse ponto em diante, o que a Relatione diz é historicamente comprovado: em 1618, Marzia Leonelli, filha e herdeira de Giacom’Antonio, vendeu o véu a Donat’Antonio de Fabritiis, que, por sua vez, doou-o em 1638 aos capuchinhos instalados em Manoppello.

Em 1646, um ato notarial autenticaria a doação.

 O véu, muito danificado e desfiado, foi então limpo, recortado e arranjado numa moldura, como diz ainda a Relatione:





 



“O próprio padre Clemente, tomando a tesoura, cortou todos aqueles farrapos ao redor e, purificando muito bem a Santíssima Imagem de toda a poeira, as traças e outras sujeiras, deixou-a como hoje se encontra.








 O acima referido Donat’Antonio, desejoso de gozar dessa Santíssima Imagem com maior devoção, mandou-a esticar num caixilho de madeira, com cristais de um lado e de outro, ornado com lavores em nogueira por um de nossos frades capuchinhos, chamado frei Remigio da Rapino (pois não confiava em outros mestres seculares)”.

A moldura e os vidros são os mesmos que até hoje compõem o ostensório que abriga o Véu do Santo Rosto, exposto num santuário nas imediações de Manoppello (município pertencente à província italiana de Pescara, mas à diocese de Chieti).










A igreja de São Miguel Arcanjo, em Manoppello, edificada em 1630, que desde 1638 conserva o véu do Santo Rosto. Foi praticamente reconstruída na década de 1960; a fachada é desse período




REFERÊNCIAS:

http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=21100