No ano 202, Santa Perpétua foi atirada para a prisão em Cartago.
Rezava no cárcere com quatro outros cristãos quando ouviu uma voz pronunciar o nome de Dinocrato, seu irmão defunto, em quem não tinha voltado a pensar depois da sua morte.
O rapaz tinha falecido com a idade de sete anos por causa de um tumor canceroso da face.
“Chorei, conta ela, com a recordação da sua morte e compreendi que devia rezar por ele. Foi o que fiz.
Na noite seguinte, tive esta visão:
na minha prisão vi Dinocrato sair de um local obscuro onde se encontravam também outras pessoas.
Estava afogueado, sem fôlego, e coberto de poeira. O seu rosto era macilento, poeirento e ainda sangrava da chaga que lhe tinha causado a morte: uma horrível chaga cancerosa que lhe roera as bochechas a tal ponto que o seu cadáver era uma visão medonha...
Havia entre nós dois uma grande distância que me impedia de ir ter com ele.
Perto dele estava um tanque cheio de água, mas o bordo era demasiado alto para que ele conseguisse beber, mesmo pondo-se em bicos de pés.
Emocionada por ele não poder beber, acordei e compreendi que o meu irmão ainda sofria; mas esperava poder dar-lhe alívio.
Rezei por ele o tempo todo, até nos levarem para a prisão do campo, porque estávamos destinados aos jogos que deviam ser dados em honra do imperador Gete.
Continuei a rezar e a suplicar noite e dia.
No dia em que fomos vergastados, tive uma outra visão.
O lugar escuro onde antes tinha visto Dinocrato, vi-o iluminado.
O rapazinho estava vestido com um belo fato, o corpo limpo e lavado de fresco.
A chaga do rosto estava curada e só se via a cicatriz.
O rebordo do tanque estava tão baixo que ele podia facilmente chegar à água.
No bordo havia uma taça cheia de água. Quando saciou a sede, correu a jogar longe do tanque, como fazem as crianças.
Quanto a mim, acordei cheia de alegria: compreendi que ele estava livre da sua pena.
Perpétua é também conhecida como Vivian Perpétua
Nascida de família nobre pagã.Convertida ao cristianismo.
Esposa e mãe.
Martirizada com sua criada e amiga, também convertida,
Santa Felicitas( no Brasil: Felicidade).
Elas foram martirizadas para renunciarem a sua fé e oferecerem sacrifícios aos deuses pagãos.
Como recusassem, foram atiradas as bestas
mas milagrosamente as feras não a atacaram
e o pro-consul encarregado do martírio, furioso,
ordenou que fossem degoladas,
em 7 de março de 203DC, em Cartago, Norte da África.
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