Pesquisas científicas em andamento
Entre 1998 e 1999, Donato Vittore, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Bári, fez algumas primeiras pesquisas de caráter científico sobre o Santo Rosto de Manoppello.
O véu foi examinado com um escâner digital de alta resolução; o resultado divulgado por Vittore foi de que no espaço entre o fio da urdidura e o fio da trama não aparecem resíduos de cor.
A ausência de depósito de cor lhe permitiu excluir a hipótese de que o Santo Rosto seja o resultado de uma pintura a óleo, como também não pode ser uma pintura a aquarela, uma vez que os contornos da imagem são muito evidentes nos olhos e na boca, não havendo aí pequeninos borrões no desenho, como ocorreria se o tecido tivesse sido empastado pela tintura.
Aguardamos ainda uma publicação sistemática dessas pesquisas, mas o autor já as ilustrou, com a apresentação de diversas imagens em detalhe, em vários congressos, o último deles em Lecce, em março de 2007.
Se confirmada a hipótese de 2004 de que o tecido seja composto de bisso marinho, de fibras lisas e impermeáveis, teremos de considerar também que esse tipo de tecido, de fato, tecnicamente não pode ser pintado, uma vez que a cor tende a deslizar sobre ele, formando crostas, as quais não aparecem no Santo Rosto.
Modificações da cor, por outro lado, poderiam ser obtidas num tecido como esse, por descoloração (mas, certamente, não resultando num desenho tão preciso como o que encontramos no véu de Manoppello).
Pesquisas em microscopia e espectroscopia foram realizadas mais tarde por Giulio Fanti, professor de Engenharia Mecânica e Térmica da Universidade de Pádua.
A análise sob luz ultravioleta, com a lâmpada de Wood, confirmou um teste que já tinha sido realizado em 1971: nem o tecido nem a imagem do rosto mostram fluorescência considerável, como poderíamos esperar de substâncias de amálgama de cores, ao passo que uma fluorescência acentuada aparece nas partes em que há sinais evidentes de restauro, correspondentes aos cantos superiores direito e esquerdo.
Todavia, resquícios de substâncias (pigmentos?) parecem presentes em outras partes do véu.
A análise com luz infravermelha mostrou a ausência de um esboço prévio sob a imagem, e a falta de correções.
Uma reconstituição das imagens em 3-D mostrou outros pontos de correspondência entre a imagem do véu e a do Sudário; em resumo, foi possível notar que, ao contrário do que parece, as duas imagens (anterior e posterior) do véu não são perfeitamente especulares: existem diferenças singulares entre a frente e o verso, difíceis de explicar em alguns detalhes, e de caráter tão sutil, que a ideia de podermos falar de uma pintura nesse caso é tecnicamente muito problemática.
No entanto, outras pesquisas científicas estão em andamento; esperamos que possam fornecer dados novos relativos a três problemas fundamentais: o primeiro, a relação precisa entre o véu e o Sudário; o segundo, o modo de formação da imagem no véu; o terceiro, se essa formação se deu em dois momentos, um para as manchas de sangue (se realmente são de sangue), outro para o rosto.
A bidimensionalidade das supostas manchas hemáticas, que estariam desvinculadas do relevo do rosto, postularia dois momentos diferentes de impressão, exatamente o mesmo que as pesquisas demonstraram ter ocorrido no caso do Sudário de Turim.
Leiamos mais uma vez o Evangelho de João: esse véu poderia ser justamente, “o sudário”, que Pedro e João viram no sepulcro, “que cobrira a cabeça de Jesus”, e pareceu aos dois Apóstolos, “não estendido com os panos de linho no chão [ou seja, com o grande sudário], mas enrolado numa posição única” (Jo 20, 7).
Em outras palavras, o sudário que ficou em posição destacada no lugar em que tinha sido posto, sobre os panos de linho e em contato direto com Jesus, cobrindo a região da cabeça e do rosto. E João, “viu e creu” (Jo 20, 8).
Em 1977, o Professor Donato Vittori da Universidade de Bari examinou o véu sob luz ultravioleta e afirmou que as fibras não possuem qualquer tipo de coloração.
Observando-se o véu sob um microscópio, está claro que não é pintado e nem mesmo tecido com fibras coloridas.
Por alta tecnologia fotográfica (amplificações digitais) é possível ver que a imagem é idêntica em ambos os lados do véu - um feito impossível de se alcançar através de técnicas antigas, ou, mesmo, se fosse pintada..
Pesquisas científicas levadas a cabo recentemente mostram que a imagem no Santo Sudário de Turim e a imagem que aparece no véu em Manoppello são de tamanhos idênticos e superpostáveis com a única diferença de que, nesta segunda boca e olhos estão abertos.
A pesquisa desenvolvida pelo Padre Enrico Sammarco e pela Monja Blandina Paschalis de Schomer mostra que as dimensões da face no Santo Sudário são iguais às do véu de Manoppello.
Comparando as duas imagens, comentam, está claro que a face é a mesma, "fotografada" em dois momentos diferentes.
Para buscar mais evidência para suas teorias, Pfeiffer levou a cabo um estudo sistemático das principais obras de arte que representam o Véu de Verônica antes do modelo imposto pelo Papa Paulo V. Ele achou que vários detalhes - o corte de cabelo, o sangue à mostra, a forma da face, as características da barba e as dobras do pano - refletem um único modelo: a imagem em Manoppello***.
"Quando os diferentes detalhes são unidos em uma única imagem, significa que esta imagem deveria ter sido modelo para todas as outras," Pfeiffer argumenta. "Assim, podemos dizer que o véu de Manoppello em nada é diferente do Véu de Verônica original".
Para os cristãos, no caso do Véu de Verônica - assim como no caso do Sudário de Turim - acreditar ou não acreditar em sua autenticidade não são uma questão de fé****.
* Críticos argumentam até mesmo se o nome de Verônica não trai a ficção, pois deriva dos nomes em latim e grego vera e ikon e significa "verdadeira imagem".
Ela se tornou a santa protetora dos fotógrafos. Embora a história do véu seja bem conhecida – inclusive, apareceu em cenas dos filmes "A Maior História Jamais Contada", "Jesus de Nazaré" e, mais recentemente, “A Paixão de Cristo” - não aparece na Bíblia.
A maioria dos peritos acredita que foi inventada para explicar a relíquia.
** Segundo uma teoria, o Vaticano teria feito passar cópias do Véu pelo original para evitar desapontar os peregrinos, e nunca explicara o desaparecimento.
*** Semelhanças notáveis eram claras: as faces são de mesmo contorno, ambos têm cabelo longo e um topete na frente, e a partida de barbas.
Pistas da lenda do Véu recuam para o século IV, mas só na Idade Média foi ligado mais fortemente ao Cristo agonizante.
**** Testes científicos poderiam derramar uma luz adicional às origens do véu, mas estes poderiam destruir consideravelmente o pequeno e frágil pano sem, necessariamente, resolver o mistério. Um furioso debate ainda cerca a origem da Mortalha de Turim, por exemplo, embora os testes com carbono-14 em 1988 datassem-no entre 1260 e 1390.
Hoje, o teste de 1988 do carbono-14 sobre o Sudário é considerado desacreditado devido às suas muitas falhas, vindas posteriormente à tona, durante a execução dos procedimentos de pesquisa.
NOTÍCIA SOBRE A VISITA DO PAPA BENTO AO SANTUÁRIO DE MANOPELLO DO SITE TERRA :
O papa Bento XVI visitou, em setembro de 2006, o santuário de Manoppello (centro da Itália) para venerar a "Santa Face", um ícone que teria a impressão do rosto de Cristo, mas cuja existência remonta ao início do século XVI.
O véu de Manoppello, conservado desde 1606 no mosteiro dos Abbruzzos, representa o rosto de um homem. Os defensores da autenticidade desta imagem lhe atribuem uma origem miraculosa.
O rosto de Cristo teria tocado no véu durante seu suplício ou no momento de sua ressurreição.
Professor de história da arte na universidade gregoriana de Roma, o padre jesuíta Henrich Pfeiffer afirma que o rosto do véu de Manoppello coincide perfeitamente com aquele do sudário de Turim, o que leva a supor que as duas imagens "formaram-se ao mesmo tempo": exatamente "nos três dias situados entre o enterro de Jesus e sua ressurreição", afirmou ele.
Os historiadores, baseando-se numa datação com carbono 14 realizada em 1988, estabeleceram que a fabricação do lenço venerado em Turim como aquele que teria envolvido o corpo de Cristo durante seu enterro remontava à Idade Média, entre 1260 e 1390. A revista francesa "Science et Vie" realizou em 2005 um "verdadeiro falso" véu com as técnicas da Idade Média.
Mas o culto em torno do "Santo Sudário" não se dá por vencido e a crença popular encontrou um precioso estímulo com o nascimento de uma nova disciplina, a "sindologia", uma palavra derivada do termo latino para "sudário".
Os "sindólogos" contestam as condições em que foram feitas as datações do carbono 14 e asseguram que vários indícios (traços de pólen e de sangue) pesam a favor da autenticidade da relíquia.
Segundo os "sindólogos", a imagem do Cristo poderia ter sido impressa sobre o tecido durante o "flash" da Ressurreição.
A imagem do sudário e aquela do véu de Manopello "são as duas únicas verdadeiras imagens do Cristo, imagens que não foram feitas pela mão do homem", assegurou o padre Pfeiffer.
Uma outra relíquia, chamada "o véu de Verônica" (nome derivado da expressão "vera icon", verdadeiro ícone), remonta ao século VIII e é conservada no Vaticano.
A hierarquia da Igreja católica sempre teve uma atitude prudente em relação às relíquias de Cristo. Não chega a transformá-las num elemento de fé, mas também não desestimula a religiosidade que as cerca.
Bento XVI não se pronunciou nesta sexta-feira sobre a autenticidade do véu de Manoppello, ao qual chamou de "ícone", insistindo sobre a necessidade de ter "as mãos inocentes e o coração puro" para "entrar em comunhão com Cristo e descobrir seu rosto".
REFERÊNCIAS:
http://www.sobrenatural.org/materia/detalhar/4307/o_veu_de_veronica/
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI1118168-EI312,00-Santa+Face+de+Manoppello+e+venerada+por+papa.html
http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=21100
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