sábado, 29 de novembro de 2014

SÃO FRANCISCO ANTÔNIO FASANI OU DE LUCERA - PADROEIRO DOS ENCARCERADOS - 29 DE NOVEMBRO





São Francisco Antônio Fasani nasceu em Lucera (Itália), a 6 de agosto de 1681, e lá morreu a 29 de novembro de 1742. Foi beatificado no dia 15 de abril de 1951 e canonizado a 13 de abril de 1986 pelo Papa João Paulo II. 

Fez os estudos no convento dos Frades Menores Conventuais. Sentindo o chamamento divino, ingressou no noviciado da mesma Ordem. 







Fez a profissão em 1696 e a 19 de setembro de 1705 recebeu a Ordenação Sacerdotal. Doutorou-se em Teologia e tornou-se exímio pregador e diretor de almas. Exerceu os cargos de Superior do convento de Lucera e de Ministro Provincial.

“Ele fez do amor, que nos foi ensinado por Cristo, o parâmetro fundamental da sua existência. O critério basilar do seu pensamento e da sua ação. O vértice supremo das suas aspirações”, afirmou o Papa João Paulo II a respeito de São Fasani.

São Fasani apresenta-se-nos de modo especial como modelo perfeito de Sacerdote e Pastor de almas. 

Por mais de 35 anos, no início do século XVIII, São Francisco Fasani dedicou-se, em Lucera, e também nos territórios ao redor, às mais diversificadas formas de ministério e do apostolado sacerdotal.

Verdadeiro amigo do seu povo, ele foi para todos irmão e pai, eminente mestre de vida, por todos procurado como conselheiro iluminado e prudente, guia sábio e seguro nos caminhos do Espírito, defensor dos humildes e dos pobres.

 Disto é testemunho o reverente e afetuoso título com que o saudaram os seus contemporâneos e que ainda hoje é familiar ao povo de Lucera: ele, outrora como hoje, é sempre para eles o “Pai Mestre”.

Como Religioso, foi um verdadeiro “ministro” no sentido franciscano, ou seja, o servo de todos os frades: caridoso e compreensivo, mas santamente exigente quanto à observância da Regra, e de modo particular em relação à prática da pobreza, dando ele mesmo incensurável exemplo de regular observância e de austeridade de vida.

Embora sua escolaridade fosse notável ele era mais conhecido pelos seus sermões na cidade e no campo. Ele falava de um jeito que as pessoas podiam entender e dirigiu seus esforços para catequizar os pobres.    Ele produziu vários volumes de sermões, alguns em Latim.

Francisco Antonio era devotado aos pobres , aos que sofriam e aos prisioneiros. Várias vezes ele acompanhava aqueles condenados à morte até o patíbulo.








Francisco Antonio promoveu a devoção a Imaculada Concepção a qual tinha grande devoção e especial amor muito antes deste dogma  ter sido definido. 

Ele trouxe de Nápoles uma estátua da Imaculada Conceição que ele colocou na igreja de São Francisco de Assis e ele escreveu hinos a ela para serem cantados pelo povo de sua terra. Essa estátua ainda é objeto de veneração em Lucera. 







A Imagem da Imaculada no altar lateral da Igreja foi trazida a Lucera por São Francisco Antônio Fasani.




Ele também  estabeleceu a Novena a Nossa Senhora da Imaculada Conceição. No dia  29 de novembro, no primeiro dia  desta Novena Francisco Antonio faleceu , como outro notável e também reverenciado Francisco, o de Assis.       



Altar- túmulo de São Francisco Fasani







Papa São João Paulo II diante do túmulo de São Francisco Fasani








Santuário de São Francisco Fasani




Ó Deus, 
que tornastes São Francisco Antônio um Exemplo de Perfeição seráfica
 e exímio pregador do Evangelho, 
concedei-nos, por seus méritos e por sua intercessão, 
ardentes no amor e eficazes nas boas obras, alcançar também o prêmio eterno. 
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
 na unidade do Espírito Santo.
 Amém


São Francisco Antônio Fasani,
 rogai por nós!















sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SANTO ESTEVÃO, O JOVEM, E COMPANHEIROS MÁRTIRES - DEFENSOR DO CULTO ÀS IMAGENS - 28 DE NOVEMBRO






Monge do Mosteiro Studios, foi martirizado com centenas de outros companheiros por terem defendido o culto às imagens.



Estêvão, o Jovem (em grego: Ἂγιος Στέφανος ὁ νέος 713/715 - 28 de novembro de 764/765) foi um monge bizantino de Constantinopla que tornou-se um dos principais oponentes das políticas iconoclastas do imperador Constantino V (r. 741-775). 

Foi executado em 764, e tornou-se o mais proeminente mártir iconódulo. Sua festa é celebrada anualmente em 28 de novembro. 

Sua hagiografia, a "Vida de São Estêvão, o Jovem", é uma importante fonte histórica. Como um proeminente defensor das imagens, e o maior mártir da iconoclastia, Estêvão é retratado segurando um ícone ou um díptico de ícones, geralmente mostrando os bustos de Cristo e Virgem Maria. 

Ele é também uma das testemunhas do famoso ícone russo celebrando o "Triunfo da Ortodoxia".







Ícone russo (séculos XIV-XV) celebrando a restauração definitiva da veneração de imagens em 843 (o "Triunfo da Ortodoxia"). 

Estêvão, o Jovem está incluído entre os mártires iconódulos que estão presentes como testemunhas do evento.




Biografia


Estêvão nasceu em Constantinopla em 713 ou, de acordo com a Vida, pouco depois de 11 de agosto de 715. 

Seu pai, Gregório, foi um artesão. Sua mãe chamava Ana e teve duas irmãs mais velhas, Teodora e outra de nome desconhecido.

 No Sábado de Aleluia de 716 foi batizado em Santa Sofia pelo patriarca Germano I. Aos 16 anos (c. 731) foi trazido por seus pais para o monte Auxêntio na Bitínia, onde tornou-se monge. Visitou Constantinopla novamente para o funeral de seu pai alguns anos depois e levou sua mãe e irmãs para o convento do monte Auxêntio.

 Aos 31 anos (743/746) seu mentor, João, morreu e Estêvão o sucedeu fundando um mosteiro. 

Aos 42 anos (754/757) retirou-se como eremita para uma caverna. 












Refutou as decisões iconoclastas do Concílio de Hieria (754), mas não foi até c. 760 que começou a sofrer perseguição: foi acusado de relações sexuais com sua mãe, e de ilegalmente tonsurar Jorge Sincletos, um favorito do imperador Constantino V (r. 741-775).

Alguns estudiosos modernos, contudo, rejeitam a história convencional onde a perseguição de Constantino aos monges foi um resultado de Estêvão defender a causa dos iconódulos. 

Pelo contrário, tem sido sugerido que a corrida do imperador contra o monasticismo tinha razões militares e financeiras, uma vez que os mosteiros não pagavam impostos e os monges estavam isentos de deveres militares. Consequentemente, a perseguição de Estêvão pode ter tido mais a ver com que sua popularidade e forte defesa do monasticismo, ao invés de sua ativa oposição da iconoclastia como reportado em sua Vida.

Constantino V então enviou soldados que prenderam-no e o trouxeram para o mosteiro em Crisópolis. Lá novamente recusou a aceitar as decisões do Hieria, e foi banido para a ilha de Proconeso. 

Em seu segundo ano de exílio (c. 764) foi levado para a prisão Fiale em Constantinopla e foi questionado pelo próprio imperador. 

Após quase um ano de carcere na prisão do pretório da cidade, foi condenado a morte sendo arrastado pelas ruas e espancado até a morte.

 Seu crânio foi recuperado por um de seus seguidores e levado pelo mosteiro de Dius.

 Suas relíquias são recordadas em várias igrejas e mosteiros constantinopolitanos durante os séculos XIII-XV.

Seu corpo foi depositado no mosteiro Lips (de acordo com viajantes russos) ou no martyrion de São Estêvão, o Protomártir, no quarto de Constantinianae, e sua mão direita no mosteiro de Cristo Pantocrator.

 Seu crânio, que tornou-se objeto de uma procissão especial presidida pelo eparca de Constantinopla em sua festa (28 de novembro) estava no mosteiro Peribleptos no século XIV e hoje é reivindicado como posse do mosteiro de São Panteleimonos do monte Atos.






Ó Deus, 
pela intercessão de Santo Estevão,
o jovem, monge mártir de Studio, 
fortalecei a fé dos cristãos
 para que perseverem na verdadeira Igreja de Cristo.
Por Cristo Senhor Nosso.
Amém










quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SANTA CATARINA LABOURÉ - 27 DE NOVEMBRO







Celebramos neste dia o testemunho de vida cristã e mariana daquela que foi privilegiada com a aparição de Nossa Senhora, a qual deu origem ao título de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa.

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.

Aos nove anos de idade, a pequena Zoé  - assim se chamava nossa santa, antes do ingresso na vida religiosa - viu o horizonte de sua vida toldar-se pela tragédia: em outubro de 1815, faleceu sua mãe. Ao contemplar seu corpo inerte, chorou copiosamente, mas não por muito tempo, pois ela própria lhe havia ensinado a quem recorrer nos momentos de aflição. Passado o primeiro choque, dirigiu-se à sala onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora, diante da qual tantas vezes rezara em companhia da mãe. Resoluta, subiu numa cadeira para pôr-se à altura da imagem, abraçou-a e exclamou, entre soluços: "De agora em diante, Vós sereis minha Mãe!".

 A resposta da Rainha do Céu foi imediata. A menina, que ali chegara débil e desfeita em lágrimas, retirou-se forte e disposta a enfrentar as adversidades. Foi essa a última vez que ela chorou na vida, pois a virtude da fortaleza a acompanhou num crescendo até o fim de seus dias.

Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.










Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:

“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. 






A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.










Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. 

Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.

Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.












A MEDALHA MILAGROSA


"A Virgem Santíssima - disse Irmã Catarina - baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: "Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem". 

Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS.








Ouvi, então, uma voz que me dizia: "Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança". 

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.

Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15).





 A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la. 

O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de "Medalha Milagrosa", ou "Medalha de Nossa Senhora das Graças". 

A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha".

 A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina. Em 1836, o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças.









Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.

Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.











Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.

Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.

Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.















Seu corpo foi exumado em 1933, sendo encontrado incorrupto, e hoje é exposto à veneração na capela de sua Ordem, a mesma onde aconteceram as visões, na Rue du Bac, 140, em Paris

Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.




Santa Catarina Labouré, rogai por nós!


Pela intercessão de Santa Catarina labouré,
cumulai-nos, Senhor, de vossa paz. 








ORAÇÃO: 

Ó Deus, 
que prometestes habitar nos corações puros, 
dai-nos, pela intercessão de Santa Catarina Labouré, 
viver de tal modo, que possais fazer em nós a Vossa morada.
 Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, 
na unidade do Espírito Santo. 
Amém. 


Oração a Santa Catarina Labouré
(Novena nas aflições)

“O Perigo será grande, tudo parecerá perdido, mas eu estarei convosco; tende confiança.”

Ó Santa Catarina Labouré, que ouvistes dos lábios da Virgem Imaculada estas consoladoras palavras, alcançai-me de Deus, através de Maria a graça de …..

Rezar: 3 Pai-Nosos , 3 Ave-Marias e Gloria ao Pai.

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.”
Santa Catarina Laubouré, rogai por nós!









terça-feira, 25 de novembro de 2014

SÃO PEDRO DE ALEXANDRIA, BISPO E MÁRTIR - 26 DE NOVEMBRO








O século III talvez tenha sido o mais trágico palco em que se desenrolou o drama da perseguição e extermínio de cristãos. O vilão desse drama era o imperador romano, tirano, cruel e violento. Defender o cristianismo, naqueles tempos, era atrair para si a ira dos poderosos, no mínimo a prisão e o trabalho escravo, quando não o exílio e, quase sempre, a morte. E assim, como o Povo de Deus nunca temeu sacrificar-se em nome da fé em seu Redentor, foi um tempo em que floresceram milhares de mártires.

Figuras da maior relevância pela inteligência, cultura e santidade perderam a vida em defesa de sua fé cristã, combatendo a ignorância pagã, instrumento de domínio dos mandantes. 








Papa São Clemente I e São Pedro de Alexandria.




Uma delas foi Pedro, patriarca de Alexandria, que foi consagrado no ano 300. Era admirado por todos de seu tempo, por seu vasto saber científico e filosófico e pelo profundo conhecimento das Sagradas Escrituras.

Sob sua responsabilidade estavam as igrejas do Egito, da Tebaida e da Líbia, todos territórios de muita perseguição ao seu rebanho. Mas quanto maior o perigo, mais firmeza demonstrava Pedro. Consolava os perseguidos, acolhia e protegia os que mais sofriam, dava exemplos diários de coragem e perseverança.

Porém o patriarca Pedro não enfrentou somente as feras do paganismo. 







Também teve de lutar contra as forças opositoras que surgiram dentro da própria Igreja cristã, corroendo-a internamente. Enfrentou tudo com tolerância e benevolência, mas com firmeza. Apenas exigiu que os bispos vivessem com o mesmo rigor a fé cristã e a mesma retidão de caráter e disciplina de vida que ele próprio se impunha, não almejando, apenas, posição e os bens materiais. 


Os bispos Melécio e Ário logo começaram um movimento radical contra ele, visando o seu afastamento e o seu posto episcopal. Pedro, então, convocou um Concílio e ambos foram afastados da Igreja. Aí começou a verdadeira guerra contra o patriarca.

Os dois bispos negaram-se a reconhecer o poder do Concílio, continuaram suas atividades episcopais e, em represália, passaram a pregar contra a Igreja. Isso causou um cisma na Igreja, isto é, uma divisão que durou cento e cinqüenta anos e que ficou conhecido como o "Cisma Meleciano". Então, denunciado por Ário, Pedro acabou preso e condenado à morte. Aliás, o imperador aproveitou-se da situação para eliminar aquela incômoda liderança e autoridade católica.




A antiga tradição diz que, na véspera da execução, Cristo apareceu-lhe numa visão, na forma de um menino que tinha a túnica rasgada de alto a baixo. Disse-lhe que o responsável por aquilo era Ário, que dividira sua Igreja ao meio.

 Assim, antes de morrer, ele viu sua doutrina confirmada. Foi decapitado em 25 de novembro de 311 por opor-se ao cisma de Melécio e pela fé em Cristo.

Ele é venerado como santo pelas Igrejas Copta, Católica, e Ortodoxa.



SUAS OBRAS

Pedro de Alexandria escreveu várias obras teológicas. Sua produção concentrou-se, especificamente, na crítica aos pensamentos de Orígenes. 

De suas obras, só conhecemos os títulos, como: Sobre a divindade, Sobre a vinda de nosso Salvador, Sobre a alma ("que combatia a tese platônica, retomada por Orígenes, da preexistência da alma em relação ao corpo" ) e Sobre a ressurreição ("talvez também esta polêmica em relação a Orígenes, de quem combatia a doutrina relativa à condição espiritual do corpo humano destinado a ressurgir" ), dentre outros.









MARTÍRIO

O historiador Severus de Ashmumeen, do décimo século, conta como o Patriarca teria sido preso durante a perseguição de Diocleciano. Quando o imperador foi informado sobre isto, ordenou que Pedro fosse decapitado. 

Isto foi impedido de imediato por um número grande de cristãos que se reuniram junto à prisão desejando morrer pelo seu Patriarca. 

Os soldados retardaram a execução, temendo um massacre da multidão ou criar uma revolta.

Pedro, temendo pela vida do seu povo, teria sugerido aos soldados um plano para tirá-lo da prisão através de um buraco na parede apontado por ele. Desta forma, ele poderia ser tirado para fora receber sua sentença.

Severus de Ashmumeen descreve o momento do martírio do Patriarca:

E ele vestiu o seu omofório e descobriu seu pescoço, que era puro diante de Deus, e disse a eles: 

"Façam como foi ordenado a vocês".










 Mas os soldados temeram que problemas surgissem por causa dele. Assim olharam um para outro, e nenhum deles ousou cortar a cabeça dele, por causa do medo no qual eles tinham caído.

 Então deliberaram e disseram: "Quem cortar sua cabeça receberá de nós cinco denários." 

Eles eram seis, e um deles tinha um pouco de dinheiro. Assim ele tirou cinco e vinte denários e disse: "O que subir até ele e cortar sua cabeça, receberá este dinheiro de mim e dos outros quatro." 

Assim um dos homens foi adiante, criou coragem e cortou a cabeça do santo mártir e patriarca Pedro; sendo aquele dia o 29º de Hatur.

Hatur é um mês do calendário copta, que corresponde aproximadamente a novembro. O martírio de São Pedro aconteceu no ano 311.







Data de comemoração

Tradicionalmente, no Cristianismo, o dia da morte de um santo torna-se o dia em ele é comemorado. A data de 29 Hatur corresponde a 25 de novembro no calendário ocidental. Para as Igrejas que seguem o calendário juliano tradicional, 25 de novembro atualmente cai no dia 8 de dezembro do calendário gregoriano moderno.





 
ORAÇÃO

Deus e Senhor de toda a criação, 
que quisestes contar entre o número dos mártires o bispo São Pedro de Alexandria,
 concedei-nos, por sua intercessão,
 que, tomando parte com ele na paixão de Cristo, 
ressuscitemos para a vida eterna. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amém











 
ORAÇÃO
Senhor, 
que hoje nos reunistes para venerar a memória do mártir São Pedro, Bispo de Alexandria, 
concedei-nos a graça de participar com ele na alegria da eterna felicidade. 
Por Nosso Senhor.
Amém













Rogai por nós, São Pedro de Alexandria,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo!

Amém




















domingo, 23 de novembro de 2014

SANTO ANDRÉ DUNG-LAC E COMPANHEIROS - MÁRTIRES VIETNAMITAS - 24 DE NOVEMBRO






A evangelização do Vietnã começou no século XVI, através de missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. 

São quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões insalubres. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio. Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.

Hoje, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. 

Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja Católica vietnamita.









Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista, ordenou-se sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio.












Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: "Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer". 

Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.









Passada essa fase tenebrosa, veio um período de calma, que durou cerca de setenta anos.

 Os anos de paz permitiram à Igreja que se reorganizasse em numerosas dioceses que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo à região.

A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos, padres e fiéis, de maneira arrasadora. 

A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, invariavelmente, à morte.

Entretanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires. 

O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.








ORAÇÃO
Deus, fonte e origem de toda a paternidade, 
que fortalecestes os mártires Santo André e seus Companheiros
 na fidelidade à cruz do vosso Filho até ao derramamento de sangue, 
concedei-nos, por sua intercessão, que, manifestando o vosso amor aos homens nossos irmãos, possamos chamar-nos e ser realmente vossos filhos.
 Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
AMÉM

















quarta-feira, 19 de novembro de 2014

SANTA INÊS DE ASSIS - 19 DE NOVEMBRO





Stagnesassisi.jpg


Virgem da Segunda Ordem (1198-1253). Bento XIV, no dia 15 de abril de 1762, concedeu ofício e Missa em sua honra.

Inês era irmã de Clara, mais nova do que ela, nascida em Assis em 1198. 

Em princípios de abril de 1212 foi juntar-se à irmã, que quinze dias antes tinha fugido da casa paterna para abraçar o ideal franciscano e se recolher no mosteiro de Santo Ângelo, nas faldas do Subásio, perto de Assis.





 Os parentes, exasperados com semelhantes gestos, que consideravam um segundo atentado contra o bom nome da família, serviram-se de todos os recursos para tentarem impedi-la de realizar os seus intentos, sem excluírem mesmo a violência física: Inês chegou a ser brutalmente ferida pelo seu tio Monaldo, que teve o atrevimento de violar a clausura e a tranquilidade do mosteiro. 

Porém, nem mesmo a força bruta conseguiu fazer vergar a jovem. 

Foi São Francisco quem sugeriu para a nova consagrada o nome de Inês, porque, pela fortaleza de que dera provas, esta jovem de 15 anos recordava a valentia da mártir romana Santa Inês.

Em 1212 São Francisco trouxe as duas irmãs para São Damião. 



Santa Inês de Assis



Em 1220 Inês foi enviada para Florença, como abadessa do mosteiro de Monticelli, fundado no ano anterior. Mas muitos outros mosteiros de Clarissas se orgulham de ter hospedado a santa. 




Mais tarde regressou a São Damião, onde foi agraciada com uma aparição do Menino Jesus, por isso se representa por vezes Santa Inês com o menino Jesus nos braços. 

Em Assis Inês assistiu à morte da irmã Clara no dia 12 de agosto de 1253.

No coro do pobrezinho convento de São Damião ainda se podem ler os nomes das primeiras companheiras que seguiram as pegadas de Santa Clara e São Francisco pelo caminho da renúncia total e absoluta pobreza. 

São conhecidos nomes de senhoras e jovens de Assis que em São Damião tiveram o seu primeiro ninho: Hortolana, Inês, Beatriz, Pacífica, Benvinda, Cristiana, Amada, Iluminada, Consolada… 

Os três primeiros nomes pertencem a mulheres da família de Santa Clara: Hortolana era a sua mãe, e Inês e Beatriz eram suas irmãs.






Santa Clara, Bem-aventurada Hotolana, e Santa Inês de Assis



Inês foi a primeira a seguir o exemplo da irmã Clara, quinze dias depois dela, pouco depois veio a outra irmã, Beatriz, e por fim a mãe Hortolona. Inês, além de ter sido a primeira, também foi a que mais fielmente seguiu a irmã, vivendo à sua sombra luminosa, sempre delicada e obediente, duma firmeza de caráter excepcional, quase viril, em especial na observância da pobreza. Como superiora foi terna e caridosa, mas inflexível e tenaz.

 Depois do regresso a São Damião, morreu serenamente três meses depois da irmã Santa Clara, a 16 de novembro de 1253, com 55 anos de idade.

Foi enterrada na Igreja de Santa Clara em Assisi, Itália e muitos milagres são  creditados  sua intercessão. Logo seu túmulo se tornou local de peregrinação e vários milagres foram reportados em sua tumba.

Na arte litúrgica da Igreja  ela é representada como uma Clarissa Pobre

(representada pelo habito  cinza ,véu preto com lista branca) segurando um livro ; 2) com Santa Clara; 3) sendo puxada pelos cabelos para fora do convento.





Oração a Santa Inês de Assis

Santa Inês de Assis, tu que soubeste viver a total entrega de tua existência ao Senhor, ensina-nos a descobrir o sentido de uma vida de inteira doação. Tu que viveste o silêncio e a oração, ensina-nos a abrir-nos ao diálogo íntimo com o Senhor. Tu que tiveste especial devoção ao Menino Jesus, ensina-nos a acolher em nossa história a plenitude da encarnação de Deus. Tu que seguiste Jesus Cristo Pobre e Humilde, e foste verdadeira mestra de tuas Irmãs, na humildade e docilidade ao Evangelho, ensina-nos a fazer com coragem o discipulado fiel de Jesus Mestre. Tu que realizaste inúmeras curas de pessoas enfermas, através do sinal da cruz, ensina-nos a confiar infinitamente no poder de Jesus Cristo. Intercede junto de Deus, para que Ele nos atenda em nossas necessidades. E que possamos, um dia, na eternidade reunir-nos contigo no louvor e na ação de graças sem fim. Amém.





Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
















terça-feira, 18 de novembro de 2014

SÃO ROQUE GONZÁLEZ E COMPANHEIROS - 19 DE NOVEMBRO









São Roque González e seus companheiros Santo Afonso Rodríguez e São João del Castillo foram Jesuítas que deram a vida pela fé, amor e esperança em Jesus Cristo,




  

Roque González nasceu em Assunção do Paraguai, em 1576, e estudou com os Padres Jesuítas, que muito ajudaram-no a desenvolver seus dotes humanos e espirituais.

O coração de Roque González sempre se compadeceu com a realidade dos indígenas oprimidos, por isso ao se formar e ser ordenado Sacerdote do Senhor, aos 22 anos de idade, foi logo trabalhar como padre diocesano numa aldeia carente. 










São Roque, sempre obediente à vontade do Pai do Céu, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, com 33 anos, e acompanhado com outros ousados missionários, aceitou a missão de pacificar terríveis indígenas, os guaranis.

São Roque González fez de tudo para ganhar a todos para Cristo, portanto aprendeu além das línguas indígenas, aprofundou-se em técnicas agrícolas, manejo dos bois e vários outros costumes da terra. Os Jesuítas – bem ao contrário do que muitos contam de forma injusta – tinham como meta a salvação das almas, mas também a promoção humana, a qual era e é a consequência lógica de toda completa evangelização.

Como religioso, sua primeira missão foi junto a uma comunidade indígena ao norte de Assunção, onde chamou a atenção para as condições de vida do povo e pelas críticas que fazia à elite espanhola - o que lhe rendeu alguns inimigos.

Certa vez numa dessas reduções que levavam os indígenas para a vida em aldeias bem estruturadas e protegidas dos colonizadores, Roque González com seus companheiros foram atacados, dilacerados e martirizados por índios ferozes fechados ao Evangelho e submissos a um feiticeiro, que matou o corpo mas não a alma destes que, desde 1628, estão na Glória Celeste.






 Pe. Roque Gonzales e Pe. Afonso Rodrigues foram mortos na recém fundada redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628, e o Pe. João del Castilho dois dias mais tarde, em Assunção do Ijuí. 
Um índio ainda catecúmeno que se opôs aos assassinos também foi trucidado junto aos missionários em Caaró: é Cacique Adauto, que um dia talvez poderá ter seu nome acrescentado aos dos nossos mártires canonizados.




Arma com que assassinaram São Roque





Em Caaró, município de Caibaté, se encontra o principal Santuário de veneração dos Santos Mártires, visitado permanentemente por caravanas de romeiros. Ali se realiza cada ano uma grande romaria, no 3º domingo de novembro.







Relíquia com o coração de São Roque na mesa do altar.


Coração incorrupto de São Roque González










Aos 28 de janeiro de 1934 o Papa Pio XI beatificou os Missionários Mártires, e aos 16 de maio de 1988, em visita ao Paraguai, em Assunção, o Papa João Paulo II os canonizou, isto é, declarou Santos!



Canonização dos Mártires


São Roque González e companheiros mártires, rogai por nós!









ORAÇÃO:


Deus, nosso Pai, o bem-aventurado Roque González e seus companheiros opuseram-se corajosamente à escravidão e à exploração dos índios pelos conquistadores. 
Olhai com bondade para todos os homens que andam como ovelhas sem um pastor que os ame, os procure e os salve.
Será que foram inúteis para nós o vosso sangue e as vossas dores no Calvário? 
Intercedei por nós para que os injustiçados sejam libertos, os pecadores se convertam, os fracos se fortaleçam, os aflitos sejam confortados.
 Vós bem sabeis como é o mundo em que vivemos, como são numerosos os inimigos que nos atacam e sabeis também o quanto somos fracos.
 Olhai com bondade para nós e caminhai conosco.
 Amém.