terça-feira, 30 de julho de 2013

Onde fala, na Bíblia, sobre Nossa Senhora Aparecida?






Nossa Senhora Aparecida é Maria, Mãe de Jesus, a Virgem Santíssima. 


E, por isso, toda vez que encontramos alguma referência à Virgem Maria,Mãe de Jesus, na Bíblia aí está uma passagem que fala  de Nossa Senhora Aparecida.


Nós a chamamos de Aparecida, pois sua imagem foi achada no rio parnaíba, ou melhor, apareceu, já que, milagrosamente, acharam primeiro o corpo da imagem presa na rede de pesca e depois de irem mais adiante no rio a cabeça da  imagem também apareceu.



 Tudo isso num rio lamacento, algo que foge e muito de uma simples coincidência.



Sobre a permissão de Deus ao uso de imagens no culto católico, leia sua Bíblia em:

 Êxodo 25, 18-22;31,1-6; Números 21, 7-9; 1Reis 6, 18. 23-35; I Reis 7, 18-51; 1 Reis 8, 5-11; Números 7, 89; 10,33-35; Josué 3, 3-8;Juízes 18,31; 1Sam 6, 3-11; II Sam 6,2; Ezequiel 41,1. 17-26; Gálatas 3,1.


Referências a Maria, Nossa Senhora, no Novo Testamento:

- Em Mateus, nos capítulos 1 e 2, Maria aparece na descrição da anunciação do nascimento de Cristo e no seu nascimento em Belém.

- Em Lucas, a partir de 1,26, é descrito de forma detalhada a anunciação pelo anjo Gabriel enviado a Maria.  Depois, a partir de 1,39, fala de Maria que vai ao encontro da prima Isabel, que também está grávida, de João Batista. 

- No capítulo 2 Lucas conta o nascimento de Jesus. De 2,41-2,50 conta o fato que o menino Jesus, com 12 anos, se perde dos pais e finalmente é encontrado por eles no Templo, ensinando os doutores. 

- Lucas conclui o seu "evangelho da infância" dizendo:Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração. E jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e diante dos homens (Lucas  2,51-52)


- Durante o ministério de Jesus:

Também durante a vida pública de Cristo, há algumas passagens onde é descrita a presença da sua mãe. 

- Bodas de Caná: Maria intercede para que Jesus venha em auxílio dos noivos, que ficaram sem vinho. Jesus então realiza, segundo João, o primeiro milagre, transformando a água em vinho - João 2,1-12;

- Marcos 3,31-35: a família, com sua mãe, vai ao encontro de Jesus. Jesus então se pergunta: "quem é minha mãe e meus irmãos?" E responde: "quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

(Irmão, em linguagem bíblica, designa não só os nascidos de uma mesma mãe, como também os primos.)

 Leia mais sobre os primos de Jesus e a Virgindade de Maria em: http://rezairezairezai.blogspot.com.br/search/label/ADEPHOS%20IRMAOS%20DE%20JESUS%3F



- Na paixão - Diz João: "perto da cruz de jesus, permaneciam de pé sua mãe... Em seguida a confia a João dizendo: "eis tua mãe!" (João 19,25-27).


Na igreja nascente:

O livro dos Atos dos Apóstolos mostra como Maria fazia parte da primeira comunidade, depois da ressurreição:

- Atos 1,12-14: junto com os apóstolos, após a ascensão de Cristo, se reuniram na "sala superior" algumas mulheres, "entre as quais Maria, a mãe de jesus".


- Em Galátas 4, São Paulo também a menciona:
4. Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei,


- No Apocalipse 12 a figura da Mulher- povo de Deus também se mistura à figura de Maria, aquela que deu à luz o Menino que regerá o mundo com cetro de ferro:

"1. Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.
2. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz.
5. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono.
15. A Serpente vomitou contra a Mulher um rio de água, para fazê-la submergir.
16. A terra, porém, acudiu à Mulher, abrindo a boca para engolir o rio que o Dragão vomitara.
17. Este, então, se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus."





Referências a Maria no Antigo Testamento:


Mas muito antes do Novo Testamento Maria já tinha sido profetizada:


Gênesis 3, 14-15:
14. Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida.
15. Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela (Maria e Jesus). Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.”



Isaías 7,14:
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco
.


Miquéias 5,2:
2. Por isso, (Deus) os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para junto dos filhos de Israel.




Zacarias 2,14:
Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião. Eis que venho residir no meio de ti - oráculo do Senhor.



Sofonias 3,14:
Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija- te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. 


Salmos 44 (45),8-17:
"As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres mulheres; à tua direita estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir.
 Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai.
Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o.
E a filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor.
A filha do rei é toda ilustre lá dentro; o seu vestido é entretecido de ouro.
Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a trarão a ti.
Com alegria e regozijo as trarão; elas entrarão no palácio do rei.
Em lugar de teus pais estarão teus filhos; deles farás príncipes sobre toda a terra.
Farei lembrado o teu nome de geração em geração; por isso os povos te louvarão eternamente."



A Coroa de Maria

Nossa Senhora usa uma coroa, pois é Mãe do Rei e Senhor, assim é Mãe Rainha:

"E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai;"
(Lucas 1,31-32)


19. Betsabé foi, pois, ter com o rei para falar-lhe em favor de Adonias. O rei levantou-se para ir-lhe ao encontro, fez-lhe uma profunda reverência e sentou-se no trono. Mandou colocar um trono para a sua mãe, e ela sentou-se à sua direita:
20. Tenho um pequeno pedido a fazer-te, disse ela; não mo recuses. Pede, minha mãe, respondeu o rei, porque nada te recusarei.
(I Reis 2)




São João, no Apocalipse, fala do povo fiel, da Igreja, comparando-a a Maria, e mostrando que ela é Rainha:



"1. Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.5. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono."
(Apocalipse 12,1.5)



O Manto de Maria :

O manto de Nossa Senhora simboliza seu poder de proteger a todos e interceder:

"8. Elias tomou o seu manto, dobrou-o e feriu com ele as águas, que se separaram para as duas bandas, de modo que atravessaram ambos a pé enxuto. (...)
Apanhou o manto que Elias deixara cair, e voltando até o Jordão, parou à beira do rio.
14. Tomou o manto que Elias deixara cair, feriu com ele as águas, dizendo: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Onde está ele? Tendo ferido as águas, estas separaram-se para um e outro lado, e Eliseu passou."
II Reis 2



A Intercessão de Maria, Mãe de Jesus, no céu.

Nossa Senhora está diante de Deus, assim como todos os justos que morrem no Senhor Luc 9,30;20,38. 

E assim como Abel que mesmo depois de morto ainda fala (Heb 11,4), clama junto com todos os Santos por justiça e salvação para todo o mundo (Apo 6,9ss).

A Bíblia nos diz que vivos ou mortos pertencemos ao Senhor e nos esforçamos por agradar-lhe (II Cor 5,9) e nem a morte pode nos separar de Cristo (Rom 8,38ss), que como cabeça de nossa Igreja, vive para interceder, por isso a Virgem Maria pode orar por nós.

 E nós, que somos seu corpo, os da terra e os do céu, oramos com Jesus, pois Cabeça e Corpo são um só (Heb 2,11; Ef 4,16). 



Os Santos podem ouvir nossas orações pois já estão em Deus e acompanham o Cristo onde quer que vá (Apo 14,4).

Se Cristo está em nosso meio, todo o céu também está aqui. 


Os Santos nos ajudam pelo laço que nos une que é o amor (I Cor 12,25; II Cor 7,3; Gal 6,2; Ef 4,16). 



A IMPORTÂNCIA DE PEDIR ORAÇÃO AOS SANTOS:

E a Bíblia fala da importância de pedir a intercessão do próximo (II Cor 1,11; Jer 18,20; Bar 1,13; Jó 42,8), pois a 
oração de um justo tem muito poder (Tg 5,16).



 E justos só aqueles que já estão dia e noite diante do Trono de Deus ( I Cor 4,4; Apo 7,15), são eles, os Santos, os nossos vigias (Is 62,6-7; Heb 12,1), que não cessam de lembrar a Deus nossas necessidades Apo 5,8; 8,3-4.



A Assunção de Nossa Senhora:

Lembrando que Nossa Senhora teve um dom dado a poucos que é ter sido levada ao céu de corpo e alma (Gênesis 5,24; Hebreus 11,5;2 Reis 2,1; 2 Reis 2,10-11;Judas 1,9;).

O corpo do Filho não conheceu a corrupção e não podia deixar que o corpo ( de sua Mãe) do qual ele formou o seu também caísse em corrupção( I Cor 15,20; I Cor 15,22-23; I Cor 15,51). 




A Bíblia afirma que muitos santos já ressuscitaram (Mateus 27,51-53), cada qual em sua ordem(I Cor 15,22-23), assim como Maria assunta ao céu.


A Assunção de Maria está escrita pela fé no coração do Cristianismo (Ef. 3,17) desde antes dos anos 300 d.c., quando os cristãos iam a Jerusalém para recordar a dormição (morte) da Virgem Maria e sua Assunção.



Todos os cristãos sempre acreditaram que Ela tinha sido levada de corpo e alma para o céu. 



Essa tradição que recebemos dos primeiros cristãos e eles dos Apóstolos (2 Tess. 2,15; 2 Tim 21-2) foi definida pela Igreja como digna de fé.



Maria é a Mulher vestida de sol, com a lua aos pés (símbolo de sua assunção) (Apo 12,1), personifica a Igreja, o povo de Israel.

 É Maria "aquela que deu à luz um filho que regerá o mundo com cetro de ferro" (Apo 12,5) o Salvador, e recebeu asas para voar (Apo 12,14).


Por isso, com relação à Assunção de Maria podemos dizer 

"Levanta-te, Senhor, ao teu repouso, tu e a arca da tua força."
Salmos 132,7-8.


 Jesus, de fato, ergueu-se por seu poder (Ascenção) e buscou e elevou sua Arca, Maria, sua Mãe, (Assunção).





A Bíblia sozinha é nada, precisa da Igreja que a interprete  (Atos 8,30-31), pois as interpretações pessoais são condenadas (II Ped 1,20) para se evitar as deturpações que causam divisões na Igreja (II Ped 3,16).



A Bíblia , o Magistério da Igreja (Bispos reunidos com o Papa) e a Tradição (recebida dos Apóstolos) é que são nossa fonte de fé.



"A Igreja é a coluna e sustentáculo da Verdade" (I Tim 3,15) e não a Bíblia, mas a Igreja sem a Bíblia e o Magistério (Bispos com o Papa) também não existe.




Jesus deu aos Apóstolos e seus sucessores o poder das chaves (Mat 16,19; 18,18), para definir a doutrina guiada pelo Espírito Santo, pois segundo ele ainda haveria muito por ser ensinado, que Jesus não disse (João 16, 12-13). 





A Bíblia diz que nem tudo foi escrito nela (João 20, 30-31; 2 Tes 2,14-15).



Os Apóstolos não falavam de guardar a Bíblia, pois a Bíblia sozinha é motivo de deturpação, mas os Apóstolos falavam de guardar a Doutrina (2 Tim 1,12-14; Rom 16,16-17; Tito 1,8-9; Tit 2,1; Heb 6,1-3; 2 Tim 2,1-2 ) e é essa doutrina, que vem desde o início dos séculos, que a Igreja Católica tem guardado.



Porque e para que fazer uma imagem de Maria?

Assim como Deus mandou fazer a imagem de uma serpente para que o povo de Israel demonstrasse sua fé (Num 21,7-9), nós fazemos representações de Maria para demonstrar nossa fé no poder de Deus e na intercessão de sua Mãe. 

As imagens servem para nos lembrar (Ex 28,29.30; Num 17,1-5; Deut 6,8-9; Jos 24,27) das realidades celestes onde Cristo está assentado à direita do Pai. 

Elas fazem memóriae  são convite a meditarmos nos mistérios de Deus, na vida e exemplo de seus santos.

Assim como as lâminas  feitas com os turíbulos dos pecadores para lembrar aos israelitas de não mais pecarem (Num 17,1-5), as imagens nos fazem recordar a necessidade da santidade e de que os Santos viveram esse mistério e que também podemos viver evitando o pecado.


Assim como os querubins da Arca eram vistos como o trono de Deus ( Ex 25,22; I Sam 4,4; II Sam 6,2;  I Cr 13,6; Is 37,16; Heb 9,5), as imagens de Maria nos recordam que ela foi o trono de Deus na terra. 


Do mesmo modo que a Arca de madeira com imagens de anjos,os querubins, era carregada como símbolo do poder de Deus (Num 10,35), as imagens também são carregadas como símbolos desse poder pela memória do sagrado que elas trazem.



Como o templo de Jerusalém era cheio de figuras e imagens (Ez 41,1.17-26), assim devemos usar imagens em nossas igrejas, casas, ruas, e qualquer ambiente (Deut 6,8-9), afim de nos lembrar a necessidade de orar e de buscar a Deus. 


As imagens são como um livro, elas falam sem precisar de palavras e nos lembram, pelo exemplo daqueles que elas representam,  dos mandamentos divinos de amar a Deus acima de tudo e ao próximo. 

Por isso, as usamos como a faixa usada pelos israelitas, as pomos diante de nossos olhos para que em casa ou pelo caminho, ao deitarmos ou levantarmos nos lembremos de Deus (Deut 6,4-9).


As imagens são usadas para fazerem memória (Jos 24,27) e nos lembrar do espiritual num mundo que quer e consegue muitas vezes nos fazer esquecer disso.


As imagens não são ídolos porque um ídolo é a representação de um deus falso que era adorado ( Ex 32,1; II Cr 13,8; II Cr 32,19).

 Nossas imagens representam pessoas humanas, servos de Deus, anjos, Maria, Jesus, o Deus verdadeiro, adorado somente em seu corpo e sangue, na hóstia e são usadas como símbolos de veneração para nos lembrar do sagrado, como os querubins no templo ( Ex 26,31;  37,7.9; I Re 6,2.23.24-25. 27-29.32.35 ;7,29.36; 8,7;  II Cr 3,7. 10. 14; 5,8;)


Por representarem pessoas santas, temos o mesmo comportamento que os cristãos tinham diante dos santos (At 5,15-16; 18,11-12), queremos tocá-las, olhar para elas, tratá-las com carinho, beijá-las, nos ajoelhamos diante delas, como se elas estivessem aqui.

 Ainda assim essas formas de expressão devocional não são formas de adoração, pois para nós existe um só Deus e seus Santos e Maria são nossos intercessores.



Josué, Moisés e o povo de israel também se ajoelhavam diante da Arca com imagens de anjos e oravam ao Senhor (Num 7,89; Jos 7,6).

 E diante da imagem da serpente, olhavam para ela em espírito de oração (Num 21,9) , assim podemos nos ajoelhar diante de uma imagem e olhar para elas em espírito de oração, conversando com os Santos que elas representam, (pois os judeus também se ajoelhavam diante dos santos profetas ou anjos em veneração (Num 22,31; I Re 18,7; I Cr 21,21)). 

Podemos e devemos pedir a intercessão de tão poderosos auxiliadores (Tg 5,16), pois sabemos que nossa oração se direciona não às imagens em si, mas a quem elas representam no céu.








sábado, 20 de julho de 2013

BEREANO NÃO É CRER SÓ NA BÍBLIA.





No caso dos bereanos, notemos que não foi apenas o testemunho da Escritura que os levou a abraçar a fé cristã. 





Ao contrário, se fossem apenas pelas Escrituras, eles rejeitariam, e não aceitariam, o ensino dos apóstolos, pois muitos ensinos apostólicos não tinham apoio no AT, como inclusive já vimos. 

Logo, esse argumento não procede. 

Se lermos o contexto, veremos que o texto diz algo importantíssimo, que esclarecerá definitivamente a passagem. 

Vejamos: 







“Estes (os bereanos) eram mais nobres do que os de Tessalônica e receberam a palavra com ansioso desejo, indagando todos os dias, nas Escrituras, se estas coisas eram assim.” (At 17, 11). 

Como se vê, o texto não elogia os bereanos apenas por consultarem as Escrituras, mas antes por “receberem a palavra” oral dos apóstolos. 

Logo, eles não eram adeptos da Sola Scriptura, pois se fossem, rejeitariam o testemunho de Paulo, “E este Cristo é Jesus que vos anuncio.” (verso 3) ), que não constava nas Escrituras. 

Embora apoiando-se nas palavra escrita, conforme os primeiros três versículos desse capítulo de Atos, Paulo logo depois mudou o caminho do argumento das Escrituras para o seu próprio testemunho “E este Cristo é Jesus que vos anuncio.” 

A doutrina de que Jesus é o Cristo trazida, por ele, não se encontrava nas Escrituras, embora se harmonizasse com elas, no entanto, os bereanos a aceitaram, tão somente porque confiaram no testemunho dos apóstolos.


Quanto ao fato deles consultarem as Escrituras para certificarem-se da autenticidade das palavras dos apóstolos, também não favorece nem a Sola Scriptura nem o livre-exame, pois quando os bereanos conferiram nas Escrituras se era verdadeira a doutrina de S. Paulo, comportaram-se como qualquer não-crente que para saber ou não se deve abraçar a fé cristã faria. 

Repetimos: se os bereanos fossem solascripturistas, colocariam, como vimos, S. Paulo em maus lençóis, pois o apóstolo não poderia provar muitos ensinos dele pela Escritura que possuía.




Conclusão: 

o caso dos bereanos em vez de demonstrar a Sola Scriptura, mostra é a autoridade da Escritura ao lado da autoridade da Igreja. O que contraria a Sola Scriptura.


FONTE:




quinta-feira, 18 de julho de 2013

MENTIRA: A IGREJA CATÓLICA ACEITAVA A REENCARNAÇÃO ATÉ 553?
















Escolhemos  como base para a nossa análise um artigo 

que ganhou notoriedade na Internet, de autoria do Sr. 

Vivaldo J. de Araujo, que é espírita.




No texto, o autor tenta provar - muito embora não 

apresente qualquer prova histórica - que até o sexto século 

a Igreja e todo o cristianismo seriam reencarnacionistas, ou 

seja, que a reencarnação faria parte da fé cristã e que o II 

Concílio de Constantinopla teria extirpado o 

reencarnacionismo da fé cristã.




O referido texto tem sido objeto de debates acalorados - e 

desnecessários - acerca da veracidade do que é proposto 

pelo artigo, que muito embora careça fundamento histórico, 

bíblico e até lógico, ganhou status de verdade doutrinária 

entre alguns grupos espíritas. 


Vejamos o artigo do Sr. Vivaldo e em seguida as nossas 

ponderações a respeito:






"O Concílio de Constantinopla – 553 D.C.

Vivaldo J. de Araújo



Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a 

Reencarnação que a cultura religiosa oriental já 


proclamava, milênios antes da era cristã, como fato 


incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, 


que sempre dá oportunidadeao homem para rever seus 


erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova 


existência.


Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de 


Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão 


política, para atender exigências do Império Bizantino, 


resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, 


substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os 


princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por 


ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já 


desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.

É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, 


escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia 


retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por 


isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da 


época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa 


intervenção do general Belisário, para quem os desejos de 


Teodora eram lei.


E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 


553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes 


de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a 


Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio 


condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo 


próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, 


sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do 


profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar 


como precursor do Messias ( Mateus 11:14 e Malaquias 


4:5).


Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas 


decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo 


Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que 


reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião 


dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e 


pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro"Alegorias", 


segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte 


sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso 


trono dentro da mata, na calada da noite: " Não há nada 


mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de 


mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos 


que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente ".


E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, 


continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas 


mortiças e talvez pensando - " se havia a tal coisa chamada 


Sol, deve agora ter morrido ". É o que deve ter acontecido 


com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e 


praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, 


preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, 


só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, 


reunidos em majestoso conclave.


Vivaldo J. de Araújo é Professor e Procurador de Justiça do Estado de Goiás."
















Analisando e respondendo ao artigo: O concílio de 

constantinopla (Vivaldo J. de Araujo)






1 - O II Concílio de Constantinopla não visava em nenhum 

momento combater uma pretensa crença 

reencarnacionista. 


Por sinal em nenhum momento a palavra "reencarnação" 

ou sequer qualquer derivativo da mesma aparece nos 

capítulos do concílio, bem como qualquer tema que remeta 

ao reencarnacionismo. 


E o Sr. Vivaldo em nenhum momento nos apresenta 

qualquer ata ou capítulo do concílio que trate do assunto 

(VEJA OS CÂNONES DO CONCÍLIO MAIS ABAIXO). 



É simples, o concílio de Constantinopla jamais debateu tal 

tema, bem como qualquer concílio cristão lhe dedicou uma 

única linha. 





Ao final deste artigo disponibilizamos os 5 capítulos, 

síntese remanescentes deste concílio e nada há que 

evidencie qualquer menção ao reencarnacionismo.




2 - Se é mesmo verdade que em algum momento da 

história o reencarnacionismo foi parte integrante da fé cristã 

e a mesma foi abolida, onde estão as evidência 

documentais e históricas a comprovar isso, haja vista todas 

as heresias combatidas da época foram documentadas, 

todas chegaram ao nosso conhecimento?



Houve o Arianismo, O Donatismo, A Sola Fide, a Sola 

Scriptura e tantas outras. Será mesmo que uma heresia 

chamada Reencarnacionismo  passaria em brancas 

núvens, ou apenas existiu na imaginação de seus 

defensores? 



Se era mesmo tão vasta a sua crença e a sua aceitação, 

então como passou tão desapercebida na história, já que 

tantas outras heresias tão ou mais audazes que o 

reencarnacionismo em suas proposições marcaram suas 

épocas? 


E mais, se o reencarnacionismo nunca foi sequer 

considerado uma heresia a ser combatida, por quê não 

sobreviveu no seio do cristianismo? 



Enfim, o reencarnacionismo jamais esteve no bojo da fé 

cristã, que sempre foi por gênese e essência 

fundamentado na ressureição.


















3 - Digamos que a "poderosa" Teodora, reencarnacionista, 

muito embora escravocrata cruel segundo o Sr. Vivaldo, 

tenha mesmo influenciado nas decisões do concílio. Então 

há um contra-censo terrível e uma contradição brutal com a 

doutrina espírita:


Olhando a questão sob a ótica do próprio espiritismo, 

chega-se facilmente à conclusão que, mesmo que a dita 

senhora tivesse hipoteticamente o poder de influenciar 

todos os concílios do mundo, ainda assim não conseguiria 

alterar aquilo que estava completamente fora do seu 

controle, o seu próprio  "carma".



Segundo o espiritismo a "terrível Teodora"  poderia 

reencarnar em qualquer corpo, mesmo em outro sexo, em 

qualquer raça, em qualquer época segundo esse mesmo 

carma. E independentemente de sua posição social, não 

poderia efetuar essa escolha em vida, ou seja, não poderia 

escapar da possibilidade de reencarnar como uma escrava 

negra apenas por tentar modificar os destinos de um 

concílio ou por qualquer outro gesto, conforme ensina o 

espiritismo.



Enfim, além de ser um argumento sem qualquer base 

histórica - o que mais sugere tratar-se de um pretexto 

absurdo - carece de um mínimo de lógica e contradiz a 

própria doutrina espírita. Teria sido mais sábio e honesto 

por parte do autor ter fundamentado a justificativa de sua 

tese em algo que pudesse ser comprovado, o que não é o 

caso.






4 - Se a decisão dos bispos da época tinha cunho político 

de abolir uma crença cientificamente justificada, qual 

ciência então já a justificava na época? Se era mesmo uma 

crença que já naqueles dias gozava da apreciação 

científica, então as ciências a baniram da mesma forma 

como teria feito a Igreja segundo o Sr. Vivaldo?


Ademais, se a crença reencarnacionista era tão comum na 

época, se englobava aquela cultura há milênios e nela 

estava inserida, no quê ela poderia ser pivô de disputas 

políticas? E se foi objeto de tais disputas fantasiosas, quem 

seriam seus partidários? Ou seja, não há qualquer sentido 

nisso, não há lógica, além de não haver base histórica. Ou 

seja, uma afirmação indigna até mesmo de ser levada em 

consideração.




5 - Se o reencarnacionismo era aceito por todo o mundo 

cristão, como a supressão dessa crença passou 

desapercebida? E que mundo seria esse, se mesmo o 

paganismo romano que ainda teimava em resistir NÃO era 

reencarnacionista?






A reencarnação sempre foi uma crença afeta ao paganismo 

hindu, egipcio e babilônico. Notemos ainda que o povo 

judeu, segundo a Biblia, esteve sob o jugo egípcio e 

babilônio, mas jamais sucumbiu às crenças religiosas 

desses povos.



6 - Em nenhum dos concílios que antecederam ou se 

seguiram ao II Concílio de Constantinopla há qualquer 

condenação ao reencarnacionismo, ou seja, essa crença 

jamais foi ponto de fé entre os cristãos. Não mereceu 

qualquer citação por mínima que fosse, que justo 

desprestígio.







7 - Orígenes: É interessante a menção de Orígenes no 

artigo do Sr. Vivaldo, e talvez toda a valides desta 

argumentação esposada pelos espíritas que coadunam 

com essa tese gira em torno de uma má compreensão da 

doutrina ensinada por Orígenes, assim preferimos supor.


Orígenes, ao contrário do que alegam muitos espíritas, não 

acreditava na reencarnação, mas na ressurreição. Mais 

especificamente, Orígenes acreditava erroneamente num 

tipo de preexistência das almas (que muitos espíritas 

erroneamente confundem com reencarnação). 



Segundo Orígenes toda pessoa já havia sido criada no céu 

como espírito, e lá tinha uma existência similar à nossa, e a 

terra funcionava como um tipo de provação às mesmas. 




pessoa viria à terra de acordo com seu pecado em sua 

preexistência (no céu). Ela poderia aceitar a fé cristã 

durante a sua caminhada nesta terra e ir para o céu 

novamente ou então rejeitá-la e perder-se eternamente no 

inferno, mas em nenhum momento essa doutrina 

origenista fala sobre a reencarnação. 



Muito pelo contrário, muito embora Orígenes errasse em 

sua proposição antibíblica de uma preexistência, acertava 

quando afirmava que após essa vida, não haveria retorno, 

ou o céu ou o inferno como fim único e nunca um retorno a 

esta terra, só é dado ao homem viver uma única vez: 

Heb 9,27.


É digno de nota que esta doutrina foi elaborada por 

Orígenes como uma solução para o problema filosófico do 

mal, mas como não havia base bíblica para tal, foi 

sabiamente condenada neste Concílio. Não podemos ver ai 

nenhuma ligação com a doutrina kardecista da 

reencarnação, persistir nisso seria distorcer a realidade dos 

fatos.


Há de se ressaltar ainda que este Concilio nunca 

condenou nenhuma passagem sequer dos Evangelhos, ou 

seja, a Bíblia permaneceu incólume, não há na mesma 

qualquer dubiedade em favor do reencarnacionismo. 






Nenhum espírita conseguiu provar o contrário disso até 

hoje, mesmo assim preferem permanecer na pertinácia em 

afirmar esta história mítica inventada com o fito de 

solucionar a suposta omissão da reencarnação na Bíblia e 

na história da Igreja. Ou seja, prefiro imaginar que tais 

afirmações decorram de falta de base ou de uma pesquisa 

francamente empobrecida do que em afirmação desonesta.













8 - João Batista era a reencarnação de Elias? 

- Bom, segundo o Sr. Vivaldo Araujo, SIM, mas apenas 

segundo as suas palavras. Essa tese redunda em 

equívocos absurdos, vejamos porquê:


a) João Batista disse abertamente, sobre essa questão, 

quando lhe perguntaram: "És tu Elias?", ele respondeu 

imediatamente: "NÃO SOU" (João 1:21). Se é que a 

reencarnação era mesmo uma crença tão comum, mesmo 

milênios antes da fé cristã, João Batista certamente nunca 

acreditou nela.






b) Quando Jesus fez esta comparação, eles tinham 

acabado de ver Elias e Moisés no monte da transfiguração.
Se Elias fosse João Batista reencarnado os espíritas 

entrariam em contradição com sua própria doutrina, veja:
João nesta altura já havia sido decapitado por Herodes, 

portanto estava morto. 



Ora, o próprio Kardec afirmou que "a reencarnação é a 

volta da alma à vida corpórea, mas em outro 

corpo especialmente formado para ela e quenada tem 

de comum com o antigo". Como então, João Batista, 

apareceu no velho corpo na transfiguração? Não teria ele 

que aparecer (de acordo com a doutrina espírita) com o 

atual, da ultima reencarnação, isto é, com o corpo de João 

e não de Elias?



Ainda, segundo a doutrina espírita, o tal espírito se 

reencarna para purgar suas faltas do passado para 

progredir até ser espírito puro. Diz Kardec: "Toda a falta 

cometida, todo o mal praticado é uma dívida contraída 

que deverá ser paga." (O Céu e o Inferno, pág. 88) 

Certamente, Elias mesmo sendo um profeta de Deus, 

tendo intimidade com Ele, parece que não havia progredido 

muito, visto que passou novamente pelas mesmas "provas" 

(como João Batista) para "limpar" seu suposto "carma" do 

passado.



Repetimos, a Bíblia diz categoricamente que "Está 

ordenado ao homem morrer uma só vez vindo depois disto 

o juízo" (Hebreus 9:27). 


Não existem várias mortes, mas uma só.



















C) Se a reencarnação é o ato ou efeito de reencarnar, 

pluralidade de existência com um só espírito, é evidente 

que um vivo não pode ser reencarnação de alguém que não 

morreu. Isso mesmo! Fica claro assim que João não era 

Elias já que Elias NÃO MORREU, como erroneamente 

quer fazer entender e com muita dificuldade o Sr. Vivaldo. 

Conforme narra a Bíblia, Elias tendo sido arrebatado vivo 

para os céus (conf. II Crônicas 2:11). 


Ou seja, uma mesma Bíblia vista sob uma ótica meramente 

de conveniência pois é impensável que tal detalhe tenha 

passado desapercebido.
















Então porque Jesus disse que João era o Elias que havia 

de vir? 





Não precisamos recorrer à fantasiosa doutrina 

reencarnacionista para explicar esse ponto, deixemos que 

Bíblia interprete a própria Bíblia.


João Batista iria adiante de Jesus no ESPIRITO E 

PODER de Elias e não que seria Elias reencarnado. (Lucas 

1:17); Isto tem a ver com o ministério de ambos e não 

com reencarnação dos espíritos. Se seguirmos esta linha 

de pensamento, teremos de admitir que Elizeu e não João 

Batista era a reencarnação de Elias, pois diz a Bíblia 

que "Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam 

defronte dele em Jericó, disseram: O espírito de Elias 

repousa sobre Eliseu" (2 Reis 9:15). 



Mas um não poderia ser a reencarnação do outro, pois 

ambos viveram ao mesmo tempo. Quando vemos uma 

pessoa com as mesmas características de outra dizemos: 

este é um Pelé, um Picasso. Com isso não queremos dizer 

que um é a reencarnação do outro! Vejamos então as 

semelhanças entre o ministério de ambos os profetas:






ELIAS

JOÃO BATISTA
Profetizou em tempos de apostasia
Profetizou para aproximar o povo de Deus
Vestia –se com roupa de pele de ovelhas
Acabe (o rei) tinha medo de Elias
Jezabel pediu a vida de Elias
Pregava sobre o arrependimento e castigo
Profetizou em tempos de apostasia
Profetizou para aproximar o povo de Deus
Vestia-se com roupa de pele de ovelhas
Herodes tinha medo de Elias
Herodias pediu a vida de João
Pregava sobre o arrependimento e castigo










9 - Se a Bíblia foi alterada pela Igreja cristã com vistas a 

excluir completamente o reencarnacionismo de seu 

conteúdo, como isso pôde ser feito sem que qualquer 

vestígio palpável dessa violação houvesse sobrevivido 

mundo a fora? Lembremos que grande parte do antigo 

testamento era e continuou sendo patrimônio do judaísmo 

não há sequer menção por mínima que seja do 

reencarnacionismo em suas linhas. 




Notemos ainda que há centenas de citações do antigo 

testamento presente nos Evangelhos e não há nem longe 

qualquer correlação com a reencarnação. 




Nem mesmo os manuscritos do Mar Morto citam algo 

semelhante. Vários escritos patrísticos são anteriores ao 

cânone bíblico, e nos mesmos não há vestígio de qualquer 

adulteração com vistas a suprimir o reencarnacionismo.


 Ou seja, a tese da adulteração das escrituras carece até 

mesmo de lógica, trata-se de uma das mais absurdas

teorias de conspiração de nosso tempo, e como toda teoria 

de conspiração, é mais digna de um gibi do que de uma 

obra séria.




É interessante fazer notar que nem a história oficial 

consagrou o reencarnacionismo como parte integrante da 

fé cristã em nenhum momento, são crenças integralmente 

dissociadas em todos os seus fundamentos doutrinários, 

nem mesmo o próprio Alan Kardec fez assertiva 

semelhante a do Sr. Vivaldo. 


Pelo contrário, tanto Kardec quanto os primeiros teóricos 

do espiritismo colocavam a fé espírita como algo que veio 

para "aperfeiçoar" o cristianismo. Colocavam o espiritismo 

como o "consolador" prometido por Jesus.



Ou seja, alguns grupos espíritas acusam a Igreja e o 

cristianismo de ter "desvirtuado" a verdadeira mensagem 

cristã, coisa difícil de merecer crédito quando vemos esses 

mesmos grupos espíritas desvirtuando até mesmo a 

mensagem original de seus mestres.





















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Os Cânones do II Concílio de Constantinopla (553)




1. Se alguém não reconhece a única natureza ou 


substância (oysia) do Pai, Filho e Espírito Santo, sua única 


virtude e poder, uma Trindade consubstancial, uma só 


divindade adorada em três pessoas (hypostáseis) ou 


caracteres (prósôpa), seja anátema. Porque existe um só 


Deus e Pai, do qual procedem todas as coisas, e um só 


Senhor Jesus Cristo, através do qual são todas as coisas, e 


um só Espírito Santo, no qual estão todas as coisas.



2. Se alguém não confessa que há duas concepções do 


Verbo de Deus, uma antes dos tempos, do Pai, intemporal 


e incorporal, e a outra nos últimos dias, concepção da 


mesma pessoa, que desceu do céu e foi feito carne por 


obra do Espírito Santo e da gloriosa Genitora de Deus e 


sempre virgem Maria, e que dela nasceu, seja anátema.



3. Se alguém disser que existiu um Deus-Verbo, que fez os 

milagres, e um Outro Cristo, que sofreu, ou que Deus, o 

Verbo, estava com Cristo quando nasceu de uma mulher, 

ou que estava nele como uma pessoa em outra, e que ele 

não era um só e o mesmo Senhor Jesus Cristo, encarnado 

e feito homem, e que os milagres e os sofrimentos que ele 

suportou voluntariamente na carne não pertenciam à 

mesma pessoa, seja anátema.



4. Se alguém disser que a união de Deus, o Verbo, com o 

homem foi feita quanto à graça, ou à ação, ou à igualdade 

de honra ou autoridade, ou que era relativa ou temporária 

ou dinâmica1 ou que era conforme o beneplácito (do 

Verbo), sendo que o Deus Verbo se comprazia com o 

homem...



5. Se alguém conceber a única personalidade (hypóstasis) 

de nosso Senhor Jesus Cristo de tal modo que permita ver 

nela diversas personalidades, tentando introduzir por este 

meio duas personalidades ou dois caracteres no mistério 

de Cristo, dizendo que dessas duas personalidades

introduzidas por ele provém uma única personalidade

quanto à dignidade, à honra e à adoração, como Teodoro e

Nestório escreveram em sua loucura, caluniando o santo

Concílio de Calcedônia ao alegar que a expressão "uma

personalidade" foi por ele usada com essa ímpia intenção;

e se não confessar que o Verbo de Deus foi unido à carne

quanto à personalidade (kath' hypóstasin)...



6. Se alguém aplicar à gloriosa e sempre virgem Maria o 

título de "genitora de Deus" (theotókos) num sentido irreal 

não verdadeiro, como se um simples homem tivesse

nascido dela e não o Deus Verbo feito carne e dela 

nascido, enquanto o nascimento só deve ser "relacionado"

com Deus o Verbo, como dizem, porquanto ele estava com

o homem que foi nascido...



10. Se alguém não confessar que aquele que foi 

crucificado na carne, Nosso Senhor Jesus Cristo, é o

verdadeiro Deus e Senhor da glória, parte da santa

Trindade, seja anátema.



[Os quatro cânones restantes tratam com mais pormenores das opiniões dos três teólogos.]



Nota:
1 [katà] anaphorán, ê, schésin, ê dynamin, talvez: "feita por promoção ou possessão ou poder".
Fonte: Documentos da Igreja Cristã, Bettenson, Henry (Editor)
Ed. Aste/Simpósio - São Paulo, 1998 - nº 129 - Pág. 159-

160



Fontes: