Gosto de usar alguns versículos de salmos e orações em latim
como um mantra quando medito.
Repito as palavras até entrar num estado contemplativo
ou com uma intenção específica.
Se for com a intenção de cura, vou imaginando Deus me curando
com sua luz ou através de Nossa Senhora ou algum Anjo ou Santo meu de devoção.
Abaixo, coloco alguns versículos que gosto:
1- PARA CURA: "Post partum, Virgo, inviolata permansisti, Dei Genetrix intercede pro nobis."
Esta frase significa: "Maria Imaculada, virgem antes e depois do parto, Mãe de Deus, rogai por nós".
Frei Galvão escreveu a frase acima em alguns papeizinhos, enrolou-os como pílulas e deu aos homens, pedindo que estes levassem a um enfermo para que ele tomasse as pílulas em meio a orações do terço. Os homens fizeram como Frei Galvão pedira e o enfermo ficou repentinamente curado.
2- PARA PAZ E PROSPERIDADE:
Fiat pax in virtute tua et abundantia in turribus tuis
Faça-se a paz dentro de ti, e abundância em tuas torres.
3- PARA A PAZ:
Da pacem, Domine.
Dai-nos a paz, Senhor.
4- PARA PROTEÇÃO:
Custodi nos, Domine,
ut pupillam óculi :
sub umbra alarum tuarum protege nos.
Protege-nos, Senhor,
como a pupila dos olhos:
sob a sombra de tuas asas protege-nos.
5- PARA REPELIR O MAL:
Omnes insídias inimíci ab ea lónge repélle.
Todas as insídias do inimigo repeli para longe
6 - PARA BENÇÃO:
Et benedíctio tua sit super nos semper.
E a tua benção esteja sempre conosco.
Obs: Para quem não estudou latim, não há muitos segredos, na maioria das vezes pode ler do jeito que está escrito. Apenas atentar para o som de:
X de Genetrix e pax tem som de "ks".
T de abundantia e benedíctio tem som de " c".
C de intercede, pacem e inimíci tem som parecido com "tch".
Gosto muito de usar mantras em minhas orações. Achei o vídeo acima com alguns que uso: 1- "Ó luz do Senhor Que vem sobre a terra Inunda meu ser Permanece em nós" 2- "Vinde Santo Espírito"
3- "Queremos ver Jesus Caminho verdade e vida Queremos ver Jesus Queremos ver Jesus" Entre outros que há nesse vídeo acima. Mas o meu favorito é Shema Israel: SHEMÁ ISRAEL ADONAI ELOHENU ADONAI EHA (4X) ESCUTA ISRAEL O SENHOR É NOSSO DEUS
O mantra é uma frase ou palavra repetida quantas vezes quiser para nos levar a acalmar a mente, meditar e orar ( como a repetição de orações em um terço).
O mantra quer dizer etimologicamente instrumento para pensar. É, segundo a filosofia religiosa hinduísta, uma palavra sagrada que representa a essência sutil e concreta de todas as coisas; tem poder divino como o tem a Divindade que o mantra exprime; materializa o poder da divindade invocada.
De todos os mantras o mais usual, no hinduísmo, é o fonema OM, que pode ser decomposto em A-UM, símbolo do Absoluto.
Mantra para nós, católicos:
Na meditação católica, o mantra possui outra perspectiva. Não seria uma palavra mágica para acessar o divino, mas apenas um refrão que nos ajuda a meditar.
A meditação, no Cristianismo Católico, é a reflexão sobre algum ponto do patrimônio da fé, reflexão que mobiliza em certo grau a inteligência (e pode valer-se da memória e da imaginação); tem por objetivo avaliar mais profundamente o significado preciso das verdades reveladas, a fim de que o fiel chegue à oração e à mais íntima união com Deus.
Para obter este resultado, o cristão conta com a graça do Senhor, que lhe é concedida sem especiais artifícios de ordem física; compreende-se, porém, que o silêncio exterior e o silêncio inferior (no íntimo do orante) sejam condições oportunas para que possa haver reflexão ou meditação e oração. Não há postura física recomendada em particular no roteiro da meditação católica.
O exercício assim concebido é dito no Antigo Testamento “ruminar”; cf. Sl 1, 2. Entre os cristãos, este “ruminar” é praticado de preferência sobre o Evangelho e os feitos da Redenção. S. Agostinho (+ 430) o expõe nos seguintes termos:
“Quando tu ouves ou lês, tu comes; quando meditas o que acabas de ouvir ou ler, tu ruminas a fim de ser um animal puro e não um impuro” Enarratio in Psalmum 36, sermo 3).
Este texto supõe que Jesus Cristo seja o alimento da alma, alimento oferecido não só pela Eucaristia, mas também pela palavra bíblica.
A reflexão assídua sobre essa Palavra é tida como “ruminação”, ruminação que caracteriza os animais puros conforme Lv 11, 3 e Dt 14, 6. O cristão, tendo lido ou ouvido a Palavra de Deus, quer saboreá-la e assimilá-la interiormente para que frutifique em sua vida.
A tradição dos monges desenvolveu esta prática, (Lectio Divina) assinalando quatro etapas para a oração cristã:
1) a leitura do texto sagrado, leitura pausada, feita na presença de Deus, até que o leitor encontre uma frase ou um versículo que o impressione por sua densidade; pare então e passe para
2) a meditação, procurando aprofundar o que o texto quer dizer; pode usar todas as faculdades da mente (intelecto, imaginação, memória…) para ir ao âmago do que o texto quer dizer; considere quem é Deus que fala e age…, quem é a criatura, objeto da ação de Deus, … quais as circunstâncias em que tal ação ocorre segundo o texto sagrado…
3) oração ou colóquio com Deus … a fim de adorá-lo, agradecer-Lhe, pedir-Lhe perdão e suplicar-Lhe as graças necessárias para corresponder exatamente à mensagem do Senhor. Por último, o orante se entre à
4) contemplação: deixa-se ficar tranqüilo, em silêncio interior, na presença de Deus, saboreando espiritualmente as verdades recordadas e procurando ouvir o que o Senhor tenha a lhe dizer…
Estas quatro etapas de oração constituem o que também se chama lectio divina; foram e são muito usuais em ambientes monásticos católicos. Do século XVI em diante, novos métodos de oração, inspirados por escolas de espiritualidade modernas, têm-se propagado entre os fiéis católicos; guardam todos a mesma atitude de pobreza interior, humildade. Confiança na graça de Deus, expansão da vida sacramental… São, entre outras,
– a escola inaciana, de S. Inácio de Loiola (+ 1556); os “Exercícios Espirituais” propõem o método das três faculdades da alma, a aplicação dos sentidos, a contemplação dos mistérios (ou da vida terrestre) de Cristo;
– a escola carmelitana e sua prática de meditação;
– a escola dominicana e seus exercícios de oração;
– a escola de S. Francisco de Sales e seu estilo de meditação adaptada à vida do cristão no mundo;
– a escola oratoriana, com seus mestres J. J. Olier e São João Eudes;
– a escola de São João Batista de La Salle, voltada para Religiosos não sacerdotes.
Tal é a riqueza da meditação cristã católica, fiel aos grandes princípios da fé e isenta de concepções panteístas.