sábado, 2 de abril de 2011

SANTA MARIA EGIPCÍACA OU SANTA MARIA DO EGITO- 02 DE ABRIL












RESUMO:






Viveu nos de 500 DC .A historia de Maria é muito conhecida da cristandade na Idade Media.








Maria teria começado a sua vida no Egito, era linda e teria sido uma prostituta com 17 anos de idade e era cínica e totalmente desencantada da vida e detestava o dinheiro. Na verdade ela não amava a nada.

Um dia ela, por curiosidade se uniu a um grupo de peregrinos para conhecer Jerusalém.

Em Jerusalém uma força irresistível não a deixava entrar na igreja junto com os outros peregrinos. Mas em frente a uma imagem da Virgem Maria (de acordo com outra versão: no Santo Sepulcro) ela sentiu a enormidade dos seus pecados e recebeu uma visão mandando ela ir para o deserto após o Rio Jordão, onde encontraria a paz.

Imediatamente Maria foi para o deserto e apenas levou com ela três pedaços de pão. Ela se confessou e comungou no monastério de São João Batista, mas não ficou lá e deixou os monges penalizados com a sua determinação de ir para o deserto. Diz a tradição que ela conseguiu ficar 48 anos no deserto sofrendo de sede e de frio Ela comia algumas frutas e suas roupas viraram farrapos. Algumas vezes se via tentada a voltar a vida de pecado mas a Virgem Maria sempre dava a ela a fortaleza que precisava. Ela não sabia ler, mas recebia dos anjos a instrução da fé cristã.
























Havia um monge chamado Zósimo que nos conta o que sabemos sobre Maria. Ele era um velho homem e viveu em um monastério na Palestina por 53 anos . Todo ano após a Sexta Feira da Paixão, ele ia para o deserto meditar e a cada ano ele caminhava alguns dias a mais do que o ano anterior. Certo ano ao caminhar 20 dias alem do anterior, ele parou para descansar e estava orando quando viu alguém a sua frente.









A principio pensou ser o demônio, mas depois viu que se tratada de Maria e ela era uma pessoa extremamente magra, tão magra que apesar de quase nua, não tinha seios e ele não a distinguiria de um homem. Ela estava tostada pelo sol, preta e seca como um velho pedaço de madeira.









O monge foi até ela mas ela gritou "Antes coloque um manto sobre mim ,porque eu não tenho roupas". Ele a perseguiu até uma moita onde ela se escondeu. "Pelo amor de Deus", disse ele, "que faz aqui? e por quanto tempo está aqui?"

"Zósimo, respondeu ela , "por favor dê-me seu manto, me abençoe e perdoa-me os meus pecados e eu sairei daqui".

(não se sabe como ela sabia o seu nome).

Pelos seus escritos, Zósimo deu detalhes sobre ela.

Maria a Egípcia falou sobre a bíblia que ela inexplicavelmente conhecia muito bem.Zósimo ficou impressionado o seu conhecimento espiritual e a sua sabedoria.

Maria disse a Zósimo : "Deixe o seu manto e só volte no próximo ano na Sexta da Paixão e venha com a Eucaristia para mim, e não diga uma só palavra a ninguém."

Como havia prometido ele retornou no ao seguinte na Sexta Santa e deu a ela a santa comunhão.

Ele trouxe ainda figos, damascos e lentilhas mas após Maria receber os sacramentos, ela só comeu três lentilhas.

Agradeceu a ele e suplicou que ele retornasse no ano seguinte.

De acordo com a tradição, Santa Maria morreu certa noite e deixou uma mensagem ao monge seu amigo, a qual ela teria escrito em um pedaço de pedra com outra pedra, e dizia o seguinte :

"Padre Zósimo, enterre o corpo desta Maria pecadora aqui. Devolva a terra o que é apenas terra, e ore por mim".

Ele reverenciou Maria o resto de sua vida. Ele a chamava de Maria, a Egípcia .

Parece que ela viveu 78 anos.

Na arte litúrgica da Igreja. Ela é mostrada com um longo cabelo com o seu emblema, três pedaços de pão.











Ela também é mostrada com Maria Madalena, com a qual ela é freqüentemente confundida, mas Madalena carrega uma jarra de óleo e ela apenas as três fatias de pão.
















Ela é mostrada ainda sentada em baixo de uma palmeira no deserto, ou lavando os cabelos no Jordão, ou olhando o rio Jordão a distancia, ou sendo expulsa de uma igreja por um anjo com uma espada, ou recebendo a sagrada comunhão de São Zósimo.

Santa Maria Aegyptica, como é chamada, é a muito popular no leste mas no ocidente seu culto não é pequeno.

Sua festa é celebrada no dia 2 de abril na igreja católica e no dia 9 de abril na igreja ortodoxa grega.
































































DETALHES:






Nasceu pelo ano de 343 e faleceu no deserto da Jordânia em 421 ou 422.

Ela contou a sua história ao monge Zózimo que a escreveu. Reproduzimos os pontos essenciais da narração:












Eu sou uma pobre mulher natural do Egito, que, tendo deixado a casa de meus pais aos doze anos, para viver em minha liberdade, fui a Alexandria, onde me entreguei a todo o gênero de dissoluções por espaço de dezessete anos.















Creio que, até ao presente, mulher alguma perdeu no mundo tantas almas nem o inferno suscitou nele outra cortesã mais perniciosa do que eu.

Um dia, vendo que se dirigia para o mar grande multidão de mancebos, para embarcar, perguntei aonde iam e, tendo-me informado que iam a Jerusalém para celebrar a festa da Exaltação da Santa Cruz, deu-me vontade de seguir a multidão.

Embarquei, e estremeço de horror quando me lembro dos abomináveis escândalos de que enchi todo o navio.

Vivi em Jerusalém como tinha vivido em Alexandria, com a mesma desordem, com a mesma dissolução, com a mesma desonestidade.

Chegado o dia da festa, dirigi-me com os demais para a porta do Santo Sepulcro a adorar a Santa Cruz; mas, ao querer entrar, uma poderosa mão invisível me deteve.

 No meio desta desolação levantei casualmente os olhos para cima, e vi em frente uma imagem da Santíssima Virgem.

Recordando-me então de ter ouvido dizer muitas vezes que Maria era Mãe de misericórdia e refúgio dos pecadores, exclamei:

"Mãe de misericórdia, usai-a com esta infeliz e miserável criatura; porque sois refúgio dos pecadores, sendo eu a maior pecadora de quantas tem havido, parece que tenho algum direito particular à vossa especial proteção".

Então, animada de extraordinária confiança, levantei-me intrépida, parti apressada para a igreja e entrei sem resistência, como todos os demais.







Feita esta diligência, voltei com novo alento ao lugar em que estava a imagem da Santíssima Virgem, e ajoelhando, disse-lhe com a maior confiança:

“Mãe de misericórdia, depois de Deus é vossa a obra da minha conversão; não deixeis imperfeito o que começastes; sou indigna dos vossos favores, mas não da vossa compaixão; em vós ponho toda a minha esperança depois de Jesus Cristo; prometi-Vos deixar o mundo; aqui estou a cumprir a minha promessa; fazei que eu entenda o que devo fazer, e sede a minha guia no caminho do dever”.

Apenas acabei de fazer esta oração, ouvi logo distintamente uma voz como a longa distância, que me dizia: Passa o Jordão e acharás descanso.

 Não deliberei um só momento; saí no mesmo instante da cidade, provendo-me apenas com três pães. Cheguei quase ao anoitecer à margem do Jordão, onde encontrei uma igreja dedicada a são João Baptista.

Logo que chegou a manhã, purifiquei a minha alma com o sacramento da penitência e recebi a sagrada Eucaristia.

Passei o Jordão num batel, e entrei neste ditoso deserto, tendo 29 anos de idade, sem que, em 47 que estou nele, haja visto outra pessoa mais do que a ti.

- Então de que te tens sustentado? - replicou-lhe Zósimo.

- Não comi mais do que ervas e raízes.

- E tem-te deixado em paz o tentador? - perguntou-lhe o santo velho.

- O que me custou combater contra os violentos desejos da intemperança, vencer o tédio e o desgosto, sofrer o rigor das estações do ano, domar a carne, para apagar as idéias do mundo e dos divertimentos profanos!

Se não pereci, foi efeito da misericórdia do Senhor.

Para pelejar com tantos inimigos, não usava outras armas que não fossem a oração, a penitência e o ter cada dia maior confiança em Deus e na proteção da Santíssima Virgem, à qual devo a graça da minha conversão e da minha perseverança.

Vendo Zósimo que ela citava algumas palavras e lugares da Sagrada Escritura, perguntou-lhe se a tinha lido.

- Nunca soube ler - respondeu-lhe a santa. Porém tudo supre o Senhor, quando é da sua santíssima vontade.

Dizendo isto, levantou-se e, encarregando-o de guardar segredo enquanto ela vivesse, rogou-lhe que no ano seguinte voltasse a vê-la na quinta-feira santa e lhe levasse a sagrada Eucaristia para poder comungar.

Dito isto, pediu-lhe a bênção e retirou-se.





Na quinta-feira santa, saiu ele do convento e chegou já muito tarde à margem do Jordão, levando consigo a sagrada Eucaristia.

Apenas chegou, logo a luz da Lua lhe deixou ver na margem oposta a Santa.




Esta, feito o sinal da cruz, caminhou sobre a água como o fazia sobre a terra firme.

Prostrada depois em presença do Santíssimo Sacramento, e desfazendo-se em lágrimas, pediu ao padre que rezasse o Credo e o Pai-Nosso.






Acabadas estas orações, recebeu a Sagrada Comunhão; e ela exclamou:

- Agora, Senhor, deixai ir em paz a vossa serva, segundo a vossa divina palavra, pois viram meus olhos a salvação que vem de vós.

























E voltando-se depois para Zósimo, disse-lhe:


- Padre, tenho outra graça a pedir-te, e é que, na Quaresma que vem, voltes àquela parte do deserto onde me viste pela primeira vez, e aí me acharás como Deus for servido.



Chegado o ano seguinte, Zósimo encaminhou-se para o lugar onde dois anos antes tinha encontrado a Santa pela primeira vez.










Mas já a encontrou morta, o cadáver estendido em terra, tão fresco como se acabasse de expirar.

Passado pouco tempo, começou a celebrar-se o culto da santa na Igreja grega, e quase desde logo na latina.





 Em algumas igrejas, celebrava-se a sua festa no dia 2 de Abril, e em outras no dia 9.

























































































































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