quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SÃO JOÃO DE CAPISTRANO, O.F.M. - PATRONO DOS CAPELÃES MILITARES E DOS JURISTAS - 23 DE OUTUBRO














João nasceu em Capistrano (Itália), em 1386, e com privilegiado e belos talentos, cursou os estudos jurídicos na universidade de Perusa.

Juiz de direito, casado e nomeado governador de uma cidade na Itália, acabou na prisão por causa de intrigas políticas. 

Diante do sistema do mundo, frágil, felicidade terrena, e após a morte de sua esposa, João quis entrar numa Ordem religiosa.

 Com este objetivo teve João a coragem de vender os bens, pagar o resgate de sua missão, dar o resto aos pobres e seguir Jesus como São Francisco de Assis. 
















O superior da Ordem, conhecendo os antecedentes de João, o submeteu a duras provas de sua vocação e, por tudo, João passou com humildade e paciência.

Ordenado sacerdote consagrou-se ao poder do Espírito no apostolado da pregação; viveu de modo profundo o espírito de mortificação. 

João de Capistrano enfrentou a ameaça dos turcos contra a Europa e a tentativa de desunião no seio da própria Ordem Franciscana. 
















Apesar de homem de ação prodigiosa e de suas contínuas viagens através de toda a Europa descalço, João foi também escritor fecundo, consumido pelo trabalho.

São João tinha muita habilidade para a diplomacia; era sábio, prudente, e media muito bem seus julgamentos e suas palavras. 

Tinha sido juiz e governador e sabia tratar muito bem às pessoas. 

Por isso quatro Pontífices (Martinho V, Eugênio IV, Nicolau V e Calixto III) empregaram-no como embaixador em muitas e muito delicadas missões diplomáticas e com muito bons resultados.












Três vezes os Sumos Pontífices quiseram nomeá-lo Bispo de importantes cidades, mas preferiu seguir sendo humilde pregador, pobre e sem títulos honoríficos.

 Após uma carreira notável como franciscano João foi convidado a ser o legado papal na Palestina, Milão, Sicília, Áustria, Bavária, Polônia, Bohemia e Silésia  para combater os "hussites" (seguidores de Jan Hus).

João encarava esses homens e mulheres como hereges e com implacável hostilidade, e seus métodos eram tão obstinados que ele às vezes foi reprovado.

(Tão grande era a revolta dos protestantes a veemência de João, que mais tarde,  em 1526, os Calvinistas jogaram suas relíquias em um poço.

 Em 1453, os turcos muçulmanos propuseram invadir a Europa para acabar com o Cristianismo. 

Então São João foi à Hungria e percorreu toda a nação pregando ao povo, incitando-o a sair entusiasta em defesa de sua santa religião.

















 As multidões responderam a seu chamado, e logo se formou um bom exército de crentes. 

Os muçulmanos chegaram perto de Belgrado com 200 canhões, uma grande frota de navios de guerra pelo rio Danúbio, e 50.000 terríveis jenízaros da cavalo, armados até os dentes. 

Os chefes católicos pensaram em retirar-se porque eram muito inferiores em número.

Mas foi aqui quando interveio João de Capistrano: empunhando um crucifixo, foi percorrendo com ele todas as fileiras, animando os soldados com a lembrança de que iam combater por Jesus Cristo, o grande Deus dos exércitos. tanta confiança e coragem inspirou a presença do santo aos cristãos, que logo ao primeiro ímpeto foi derrotado o exército otomano.



Conta-se que, quando estava a caminho de Belgrado, o santo foi alertado por uma flecha caída do céu, que revelava a vitória cristã. O Céu queria aquela guerra santa. Nessa flecha estava escrito: “Não temas; triunfarás sobre os turcos pela virtude de meu Nome e da santa cruz, que tu portas”.

Armado assim com a cruz, João de Capistrano animava a todos, aparecendo nos lugares em que os cristãos pareciam fraquejar, animando-os em nome de Jesus Cristo. 







A vitória de Belgrado  salvou a Europa de ser conquistada pelos turcos em 1456. 

A Cristandade estava salva. Diz-se que na batalha morreram mais de 40 mil turcos, sendo relativamente pequenas as perdas dos cristãos. Apesar de São João de Capistrano estar sempre no local mais perigoso da batalha, não sofreu o mais leve arranhão, o que foi considerado como fato milagroso.

Toda a Cristandade reconheceu que a vitória fora concedida pelo Céu, devido às orações e ação de presença do santo. Apenas três meses depois da vitória ele falecia, em 1456, na Hungria, aos 71 anos de idade.

Seu corpo, que se livrara da barbárie dos turcos, foi vítima da impiedade dos luteranos. Esses inimigos da verdadeira fé, tomando a cidade, desenterraram seus restos mortais e os lançaram no rio Danúbio. Felizmente os católicos os reencontraram e levaram para Elloc, perto de Viena, onde até hoje são venerados pelos fiéis, enquanto aguardam o dia da ressurreição final.










Na arte Litúrgica da Igreja ele é representado como  um franciscano apontando um crucifixo que ele segura; ou 2) com um crucifixo e uma lança; ou 3) pisando em um turbante; ou 4) pregando com anjos e um rosário e o emblema IHS  acima dele; ou 5) com a bandeira com a cruz em seu peito.

Ele morreu em 23 de outubro de 1456 em Vilach, Áustria de uma praga que varreu a região. São João Capistrano foi canonizado em 1724.


Morreu aos 71 anos de idade a 23 de outubro de 1456 e foi beatificado pelo Papa Leão X e solenemente canonizado pelo Papa Alexandre VIII no ano de 1690.

São João de Capistrano, rogai por nós!







Sua devoção para com a Virgem Maria era terna e profunda. Quando pregava sobre Ela, o auditório chorava de emoção. 













Certo dia em que aludiu num sermão às palavras do Apocalipse signum magnum apparuit in coelo (um sinal admirável apareceu no céu), os assistentes puderam contemplar brilhante estrela que apareceu sobre o auditório, lançando raios sobre a face do pregador. Em outra ocasião, fez parar no ar a chuva que prejudicava seu sermão e silenciarem os passarinhos que chilreavam muito forte. 

Com ele repetiu-se o milagre ocorrido com alguns outros santos: negando-se um barqueiro a levá-lo à outra margem do rio Pó, atravessou-o a pé enxuto sobre seu manto, que lhe serviu de barco. 









No fim de um sermão sobre as vaidades e perigos do mundo, em Áquila, as mulheres da cidade trouxeram seus ornamentos e os queimaram em grande fogueira na praça pública. O mesmo sucedeu em vários outros lugares.

Em Praga, depois de um sermão que fez sobre o Juízo Final, mais de cem jovens abraçaram a vida religiosa. Na Moravia, converteu quatro mil hussitas e deixou um livro no qual refutava ponto por ponto a doutrina dessa seita herética. Também converteu bom número de judeus.

















Senhor nosso Deus, que suscitastes São João de Capistrano para fortalecer o vosso povo nas adversidades, guardai nos em segurança sob a vossa protecção e conservai em paz a vossa Igreja. Por Nosso Senhor.






Púlpito de São João
Catedral de Viena, séc. XVIII








Liturgia das horas  
Do Tratado Do espelho dos Clérigos
de São João de Capistrano, presbítero

(Parte 1, Veneza 1580, 2) (Sec. XV)

A vida dos bons clérigos ilumina e pacifica

Os que foram chamados à mesa do Senhor brilhem por seus bons exemplos de vida moral irrepreensível, sem qualquer vício ou mau costume. Vivendo dignamente, como sal da terra para si e para os outros, e como luz do mundo alumiando a todos com o fulgor da sua discrição, aprendam do mestre celestial, que é Jesus Cristo, o que Ele solenemente proclamou não só aos Apóstolos e discípulos mas também a todos os seus sucessores, presbíteros e clérigos: Vós sois o sal da terra. Se o sal perder a sua força, com que se vai salgar? Para nada mais serve do que para se deitar fora e ser calcado pelos homens.
Na verdade, as pessoas calcam aos pés, como se fora lixo desprezível, o clero imundo e sórdido, atascado no vício e preso nas cadeias do pecado. Julgam no sem préstimo nem para si nem para ninguém; porque, como diz São Gregório: «Àquele a quem se despreza a vida, só resta condenar lhe a pregação».
Merecem dobrada honra os presbíteros que exercem bem a sua missão, mormente os que trabalham na pregação e no ensino. Os sacerdotes dignos desempenham uma dupla missão, a saber: real e pessoal, temporal e espiritual, transitória e eterna. Com efeito, embora habitem na terra com as criaturas mortais e sujeitos às necessidades da natureza, a sua grande aspiração é viverem com os Anjos no Céu e serem aceites ao Rei como seus ministros sábios e prudentes. Por isso, como o sol que se levanta nas alturas de Deus para iluminar o mundo, assim brilhe a luz do clero diante dos homens para que, vendo as suas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos Céus.
Vós sois a luz do mundo. Assim como a luz não apenas se ilumina a si própria, mas também difunde os seus raios para alumiar quanto se encontra à sua volta, assim a vida luminosa dos clérigos bons e justos ilumina e pacifica os que observam o fulgor da sua santidade. Por conseguinte, quem foi encarregado de cuidar dos outros deve mostrar em si mesmo como hão de viver os demais na casa do Senhor.

   








Procissão de São João de Capistrano, em Abruzzo, Itália. 





Ó Pai, pela vossa misericórdia, São João de Capistrano anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.









ALGUMAS FONTES DE PESQUISA:

http://web.tiscali.it/capestrano/nuova_pagina_4.htm

http://www.cristianocattolico.it/catechesi/santi/giovanni-da-capestrano-tra-usura-e-giusto-interesse.html


https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=LL_QW9etu7eR_M&tbnid=yarrlI9BkEI8PM:&ved=&url=http%3A%2F%2Fwww.abruzzoweb.it%2Fcontenuti%2Fsan-giovanni-da-capestrano-il-paese-in-festa-lo-omaggia-%2F531387-4%2F&ei=xRcuVPG9MIKQyASG5oK4Bg&bvm=bv.76802529,d.cWc&psig=AFQjCNFt8wXkD9Noi2x6MD2hAUhABx2f9g&ust=1412393286297282


http://www.santoprotetor.com/sao-joao-de-capistrano/


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