Um altar dedicado à Virgem dos Prazeres
A aparição em Lisboa
O
culto a Nossa Senhora dos Prazeres ganhou grande impulso principalmente
depois de sua aparição no século XVI.
Nossa Senhora dos Prazeres
(Ribeira de Alcântara – Lisboa - Portugal)
(1599)
(Festa na primeira segunda-feira depois da oitava da Páscoa)
(Ribeira de Alcântara – Lisboa - Portugal)
(1599)
(Festa na primeira segunda-feira depois da oitava da Páscoa)
Muitos anos antes da última peste que houve em Lisboa, no ano de 1599,apareceu sobre uma fonte, na quinta dos Condes da Ilha, em Alcântara, uma imagem da soberana Senhora.
Essa fonte – que ali havia ou foi descoberta com o aparecimento da imagem – foi pelo povo apelidada de santa, pela grande virtude que Nossa Senhora comunicou àquela água com a qual os enfermos ficavam livres das enfermidades que padeciam.
Daí nasceu o
costume de pedir a bênção para a água com a intercessão de Nossa
Senhora dos Prazeres e levá-la aos enfermos.
Perto dessa fonte, dizem, é que apareceu a imagem de Nossa Senhora, e desse lugar a levaram os condes para sua casa colocando-a em seu oratório.
Mas, como piedosa Mãe que deseja favorecer a muitos, desapareceu do oratório, sendo encontrada sobre um poço.
Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres em Torre vedras, portugal
Dizem que Nossa Senhora se manifestara a uma inocente menina a quem constituiu sua embaixadora, mandando-lhe que dissesse aos vizinhos e a seus pais que edificassem uma ermida naquele lugar, onde foi servida e venerada por todos, e que desejava ser invocada sob o título de Senhora dos Prazeres.
Deus deu logo tanta graça às palavras da menina, que foi crida sem contradição.
Feita a ermida, colocaram nela a imagem de Nossa Senhora, que começou logo a operar muitas maravilhas.
No dia de sua festa, na primeira segunda-feira depois da oitava da Páscoa, é grande a multidão que acorre a venerá-la.
Detalhe do teto de uma Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres ,em Portugal.
O título Nossa Senhora dos Prazeres provém da comemoração das sete maiores alegrias ou prazeres que Nossa Senhora teve aqui na terra, que são:
1) a anunciação do anjo de que era chegado o tempo da vinda do Messias e
de que ela seria sua mãe;
2) a saudação de Santa Isabel;
3) a contemplação de seu filhinho recém-nascido;
4) a visita dos Reis Magos, que foram adorar o Menino;
5) o encontro de seu Filho no templo;
6) a primeira aparição de Jesus depois de sua Ressurreição;
7) sua subida ao céu em corpo e alma, sendo coroada Rainha do Céu e da Terra.
de que ela seria sua mãe;
2) a saudação de Santa Isabel;
3) a contemplação de seu filhinho recém-nascido;
4) a visita dos Reis Magos, que foram adorar o Menino;
5) o encontro de seu Filho no templo;
6) a primeira aparição de Jesus depois de sua Ressurreição;
7) sua subida ao céu em corpo e alma, sendo coroada Rainha do Céu e da Terra.
Esta devoção chama-se “Coroa seráfica” ou “Coroa das sete alegrias” e é rezada pelos franciscanos, por ordem de São Francisco. É rica em indulgências.
Diz o Santuário mariano que Portugal foi a primeira nação católica a festejar os prazeres de Nossa Senhora, e que a origem deste culto remonta ao século XIV, mas que só no século XV se desenvolveu, com a aparição da imagem, que, por vontade de Nossa Senhora, recebeu o título de Nossa Senhora dos Prazeres.
Procissão de Nossa Senhora dos Prazeres, em Maceió, Alagoas.
OUTRA APARIÇÃO EM CASTELO DE VIDE
1
Versão de Castelo de Vide, recolhida e publicada por António Franco Infante (Infante, 1985: 136).
Nossa Senhora apareceu a um pastorinho no local onde está situada a capela [Vale de Açor, Ponte de Sor] e disse-lhe que fosse a Castelo de Vide pedir aos lavradores para ali construírem uma capela.
1
Versão de Castelo de Vide, recolhida e publicada por António Franco Infante (Infante, 1985: 136).
Nossa Senhora apareceu a um pastorinho no local onde está situada a capela [Vale de Açor, Ponte de Sor] e disse-lhe que fosse a Castelo de Vide pedir aos lavradores para ali construírem uma capela.
Assim
fizeram, escolhendo para orago dessa capela Nossa Senhora dos Prazeres.
Mais tarde, por motivo de grande estiagem, os lavradores de Castelo de Vide, prometeram anualmente fazer uma festa em honra de Nossa Senhora dos Prazeres, se d’ Ela obtivessem a graça da chuva necessária para os seus campos. A graça foi concedida, chovendo abundantemente. E desde então até hoje, os lavradores de Castelo de Vide lá vão à Ponte de Sor venerar festivamente Nossa Senhora dos Prazeres […].
2
Versão de Castelo de Vide, recolhida e publicada por Maria Guadalupe Transmontano Alexandre (Alexandre, 1987: 476 – 477).
Andando um pastorinho negro com seu rebanho pela Herdade de Alparrajão apareceu-lhe Nossa Senhora que lhe pediu o seguinte:
“Devia vir a Castelo de Vide dizer aos lavradores que lhe construíssem uma capela no local, onde celebrariam uma festa em Sua honra no dia 8 de Setembro de cada ano”.
Perante o embaraço do jovem negro que se mostrou desconhecedor da terra onde deveria dirigir-se explicou a Virgem que “caminhasse até encontrar muitos homens juntos”. E assim chegou.
Não logrou no entanto convencer os destinatários da mensagem e voltou para junto do rebanho.
Nossa Senhora apareceu de novo e depois de ouvir o
pastorinho enviou-o pela segunda vez a esta vila. E ainda a
incredulidade foi a resposta obtida pelo pobre caminheiro. Voltou e pela
terceira vez viu a Virgem que lhe prometeu então um milagre:
“Diz-lhes que é tão verdade o que lhes transmites como o será o facto à vista deles te tornares branco”.
E o humilde mensageiro dirigiu-se a Castelo de Vide e falou aos lavradores. O milagre operou-se e perante ele cessaram as objecções. Montaram a cavalo e foram à Herdade de Alparrajão, trazendo uma Imagem que encontraram para a Igreja de Santiago da sua terra.
Conta-se que os cavalos corriam e não se lhes via pinga de suor. Mas o pedido não fora satisfeito. E assim ao outro dia a Imagem desapareceu da vila.
“Diz-lhes que é tão verdade o que lhes transmites como o será o facto à vista deles te tornares branco”.
E o humilde mensageiro dirigiu-se a Castelo de Vide e falou aos lavradores. O milagre operou-se e perante ele cessaram as objecções. Montaram a cavalo e foram à Herdade de Alparrajão, trazendo uma Imagem que encontraram para a Igreja de Santiago da sua terra.
Conta-se que os cavalos corriam e não se lhes via pinga de suor. Mas o pedido não fora satisfeito. E assim ao outro dia a Imagem desapareceu da vila.
Fizeram então construir a capela na Herdade e começaram a celebrar a festa que ainda hoje se mantém.
3
Versão de Ponte de Sor, recolhida por Primo Pedro da Conceição Freire Andrade e citada por Maria Guadalupe Alexandre (Alexandre, 1987: 478).
[…] Nossa Senhora apareceu uma vez dentro de uma toca de uma azinheira. Um pastor de Castelo de Vide, que apascentava o seu rebanho por ali, encontrou a imagem e levou-a, um dia, para a Igreja da sua terra. Tempos depois, Nossa Senhora voltou ao local da primeira aparição. Novamente o pastor a encontrou e voltou a levá-la. E quantas vezes a Senhora foi levada para Castelo de Vide, quantas vezes voltou a aparecer ali. Então, […] o povo mandou construir no local uma Igreja, cujo altar-mor é no sítio da própria azinheira, que para o efeito foi serrada.
Detalhe do teto de uma Igreja em Portugal
dedicada à Virgem dos prazeres.
Devoção impulsionada pela aparição em Alcantara.
FONTES:
A ermida em Torres Vedras é na aldeia da Caixaria
ResponderExcluirela é padroeira de Maceió-AL-brasil
ResponderExcluirArtigo interessante. Pena é que as imagens "duma igreja em Portugal dedicada a Nossa Sra dos Prazeres" não esteja devidamente identificada ou localizada. É a Igreja mais com o tecto " a fresco" mais importante do culto Mariano em Portugal. Essa Igreja é em Beja e o tecto foi pintado por António de Oliveira Bernardes...
ResponderExcluirAs fontes estão aí para isso.
Excluir