sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"O PROTESTANTE QUER COMER BEM, ENQUANTO O CATÓLICO QUER DORMIR SOSSEGADO" A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

LI O ARTIGO DO JORNALISTA LUIZ CLÁUDIO CUNHA, E GOSTEI MUITO, PELAS EXPLICAÇÕES QUE ELE FAZ SOBRE A TEOLOGIA DA PROSPEIRDADE E A HIPOCRISIA DE ALGUNS  PASTORES, FALSOS PROFETAS, QUE CLARAMENTE SÓ VISAM O DINHEIRO E USAM O NOME DE DEUS EM VÃO.


NAS PRÓXIMAS POSTAGENS, COLOCAREI O RESTO DO TEXTO, NO QUAL ELE TECE UM HISTÓRICO DE ALGUMAS IGREJAS CRIADAS NO BRASIL APENAS PELA GANÂNCIA DO DINHEIRO.


BASTA LER OS EVANGELHOS E VER QUE EM TODAS AS PASSAGENS JESUS NÃO PROMETE PROSPERIDADE NESTA TERRA, ELE FALA DA CRUZ, DE ACEITAR SOFRIMENTOS, DE BUSCAR ANTES O REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA O RESTO DEUS NOS DARÁ POR ACRÉSCIMO.

OS FALSOS PROFETAS JÁ ESTÃO MILHIONÁRIOS E O POVO ILUDIDO.

Comer ou dormir



Em agosto de 2011, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Novo Mapa das Religiões, um denso estudo realizado pelo Centro de Políticas Sociais da FGV, com base em 200 mil entrevistas formuladas pelo IBGE em 2009 a partir de sua Pesquisa de Orçamento Familiar (POF).

O trabalho mostrou que o Brasil deixará de ser a maior nação católica do mundo nos próximos 20 anos, mantida a queda progressiva que sofre a Igreja no país.

 Ela representava 83,24% da população em 1991 e caiu para 68,43% em 2009. “As mudanças que antes ocorriam em 100 anos agora acontecem em 10.

 Se esta perda de 1% de católicos por ano continuar, a Igreja católica terá em 20 anos menos da metade da população brasileira”, destacou o coordenador da pesquisa, Marcelo Côrtes Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV.






A economia é um forte indutor desta transformação, diz Neri. Ele lembra que as chamadas “décadas perdidas” de 1980 e 1990 foram demarcadas pela queda do catolicismo em contraste com a ascensão dos grupos evangélicos, especialmente seus ramos mais belicosos e vorazes – os neopentecostais.

O período de 2003 a 2009, compreendido entre duas graves crises econômicas, observa uma segunda explosão evangélica, passando de 17,9% para 20,2%.

A primeira explosão, ainda maior, ocorreu nas últimas seis décadas do século 20, quando os evangélicos aumentaram seu rebanho em sete vezes: passaram de 2,6% em 1940 para 15,4% em 2000.



A FGV foi buscar no alemão Max Weber (1864-1920), o pai da moderna sociologia, o fundamento teórico que explica o avanço arrebatador dos evangélicos, a partir de sua obra mais conhecida – "A ética protestante e o “espírito” do capitalismo", publicada em 1904-05.

Ali, Weber explica o maior desenvolvimento capitalista nos países protestantes no século 19 e a maior proporção desses fiéis entre empresários e trabalhadores mais qualificados.

“A tese de Weber era que o estilo de vida católico jogava para outra vida a conquista da felicidade. A culpa católica inibiria a acumulação de capital e a lógica da dívida de trabalho, motores fundamentais do desenvolvimento capitalista”, escreve Neri.



Weber repetia um ditado da época: “Entre bem comer ou bem dormir, há que escolher. O protestante quer comer bem, enquanto o católico quer dormir sossegado”.

O pensador alemão constrói seu texto em cima de máximas do inventor e calvinista americano Benjamin Franklin (1706-1790), um dos líderes da Independência dos Estados Unidos, que dizia que “tempo é dinheiro” e “dinheiro gera mais dinheiro”.

Era uma notável conversão justamente aos argumentos opostos que levaram ao grande cisma do cristianismo, no início do século 16, quando um atrevido padre agostiniano alemão, Martinho Lutero, pregou nos portões da igreja de Wittenberg as suas 95 teses que desafiavam a autoridade do papa e quebravam a hegemonia de Roma sobre o mundo cristão.

Na época, Lutero denunciava justamente o que seria o âmago da Reforma Protestante: o desvio do caminho de fé da igreja primitiva para o atalho da corrupção, da indulgência, da simonia e da luxúria de papas e cardeais rodeados de amantes e concubinas, antecessores lascivos dos bispos e padres que comem criancinhas.



Teologia do bolso

 




















Lutero e sua radical volta às origens, estimulando o protesto aos desvios éticos de Roma e o retorno à palavra original dos evangelhos, geraram os dois termos que identificam os segmentos mais prósperos da dissidência cristã:

 os protestantes e os evangélicos, onde brilha sua facção mais agressiva e endinheirada – o pentecostalismo, que hoje abriga no mundo cerca de 600 milhões de seguidores, pulverizados em 11 mil seitas e subgrupos.

Ali viceja sua parcela mais faustosa: a corrente neopentecostal, a que pertencem o abonado bispo R.R. Soares e seus parceiros mais ricos, os também bispos Edir Macedo, Silas Malafaia e Valdemiro Santiago, cada um chefiando sua própria seita, sempre na condição suprema de “apóstolos”.

Todos mostram uma devoção especial pela alma e pelo bolso de seus seguidores, a quem não se acanham de pedir contribuições financeiras a que, recatadamente, chamam de “oferta”.



Para não atormentar ainda mais a vida de sua aflita freguesia, os quatro chefes religiosos tratam de facilitar ao máximo as ofertas financeiras.









Na tela da TV de seus animados cultos, sempre se oferece o número das contas bancárias, a bandeira dos cartões de crédito ou o telefone para informações extras que permitam a oferta, rápida e facilitada.







Nenhum deles fica ruborizado pela insistência do pedido de ajuda, porque todos são pios devotos da “Teologia da Prosperidade”, uma doutrina pecuniária que faria o velho Lutero engolir cada uma das 95 teses que vomitou contra a cupidez da velha Roma.






 
COMO NASCEU A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE:

 
A ideia nasceu, evidentemente, no coração do capitalismo, os Estados Unidos, no início do século 20.

 O pai dessa fé sonante é o americano Essek William Kenyon (1867-1948), um evangelista de origem metodista nascido em Saratoga, Estado de Nova York.

Descobriu o milagre do rádio e plantou ali a sua Igreja no Ar, a ancestral eletrônica dos R.R.Soares e Malafaias da vida.

Espalhou então aos quatro ventos o lema que explica as benesses divinas da fartura: “O que eu confesso, eu possuo”.



Kenyon passou o bastão da prosperidade para um conterrâneo, Kenneth Erwin Hagin (1917-2003), um jovem texano com deficiência cardíaca, que caiu de cama quando adolescente. Garantiu ter ido e voltado ao inferno e ao céu não uma, nem duas, mas três (três!) vezes.

Com este desempenho singular, até para campeões de esportes radicais, o jovem naturalmente converteu-se.

 Dizendo-se ungido para ser mestre e profeta, Hagin garantia ter tido oito (oito!) visões de Cristo na década de 1950, além de acumular alguns passeios extracorpóreos.

Tudo isso acrescido pela divina revelação de que os verdadeiros fiéis deviam gozar de uma excelente saúde financeira e que o caminho da fortuna passava, inevitavelmente, pela prosperidade de seus profetas aqui na Terra.

 Foi sopa no mel, e a teologia da prosperidade conquistou corações e mentes – e bolso








 

VEJA TEXTO NA ÍNTEGRA:






 




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