A Basílica de Santa Maria Maior (em italiano Basilica di Santa Maria Maggiore), também conhecida como Basílica de Nossa Senhora das Neves, ou Basílica Liberiana, é uma das basílicas patriarcais de Roma.
Foi construída entre 432 e 440, durante o pontificado do Papa Sisto III, e dedicada ao culto de Maria, Mãe de Deus, cujo dogma da Divina Maternidade acabara de ser declarado pelo Concílio de Éfeso (431).
Entretanto, a data da fundação da basílica remete ao pontificado do Papa Libério (352-366).
ÍNDICE
1. LENDA DO MILAGRE DAS NEVES
2.ILUMINAÇÃO BÍBLICA EM NOSSA VIDA
3.BASÍLICAS PAPAIS
4. ARQUITETURA
5. VERSÃO DO FRADE BARTOLOMEU DE TRENTO
LENDA DO MILAGRE DAS NEVES
Segundo uma antiga tradição, um casal romano pediu à Virgem luzes para saber como empregar a sua fortuna.
Receberam, então, em sonhos, tanto o casal, quanto o Papa Libério I, a mensagem de que Santa Maria desejava que lhe fosse construido um templo precisamente num lugar do monte Esquilino que aparecesse coberto de neve.
Os sonhos aconteceram na noite de 4 para 5 de agosto, em pleno verão.
No dia seguinte, o terreno onde hoje se ergue a Basílica amanheceu inteiramente nevado.
A Basílica de Santa Maria Maior de Roma é a mais antiga igreja do Ocidente consagrada à Virgem Maria.
A declaração dogmática de Maria Mãe de Deus foi recebida com grande entusiasmo por toda a comunidade católica.
E foi então que se construiu em Roma a grandiosa Basílica.
Quase todas as igrejas romanas dedicadas a Maria foram construidas onde antes existiram construções pagãs:
Santa Maria dos Mártires, no intacto Panteão; Santa Maria dos Anjos, sobre as termas de Diocleciano;
Santa Maria, sobre as ruinas do templo de Minerva Calcídica; Santa Maria de Ara Coeli, no cimo do Capitólio, a pedra consagrada a Jupiter.
Acredita-se que o Papa Liberio I tenha construida a primitiva Igreja de Santa Maria das Neves sobre fundamentos de um templo pagão.
Um século mais tarde Sisto III derrubou essa construção, utilizando novamente os materiais e construindo a Basílica atual, como recordação do Concílio de Éfeso.
ILUMINAÇÃO BÍBLICA EM NOSSA VIDA
Constata-se que, graças à crise ariana, temos hoje o "Credo", símbolo apostólico que atravessou os séculos, e em torno do qual se construiu a Igreja como sociedade e como mistério.
Enquanto se questionava se Maria era efetivamente "Mãe de Deus", lançavam-se as raizes daquela que, no futuro, seria uma das quatro Basílicas Patriarcais em Roma, a Basílica de Santa Maria Maior.
Devemos agradecer muito a Jesus por nos oferecer a sua própria Mãe como Mãe também nossa, conforme Jo 19, 26-27:
Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: "Mulher, aí está o teu filho". Depois disse para o discípulo: "Aí está a tua mãe".
Através de nossa Mãe Maria recebemos todas as graças de Deus necessárias para nossa caminhada de fé
BASÍLICAS PAPAIS
As Basílicas Papais em Roma , Vaticano:
Basílica de São João de Latrão (Catedral do Bispo de Roma)
Basílica de Santa Maria Maior
Basílica de São Paulo extra-muros
Basílica de São Pedro - no Vaticano
Na Basílica de Santa Maria Maior onde encontra-se o ícone “Maria Salvação do Povo Romano”, segundo tradição, pintado por Lucas Evangelista.
Também encontra-se um relicário com os restos da manjedoura de Jesus, segundo a tradição.
ARQUITETURA
Santa Maria Maior foi fundada por Sisto III em 432, mas atualmente é uma igreja barroca.
VISTA DA ÁBSIDE E DO OBELISCO
A sua planta obedece a um plano basilical de nave principal com duas naves laterais, muito comum nas primitivas igrejas.
Apresenta uma projeção do transepto para o norte e para o sul em frente à abside reproduzindo um plano em T constituindo um esquema precoce.
Insere-se num período de grande atividade construtiva de igrejas aproveitando precisamente este plano simples.
Apresenta interiormente naves decoradas com conjuntos de elegantes colunas jónicas, nas quais assenta um entablamento.
Este tipo de técnica e de decoração é influência direta da basílica da Antiguidade clássica, cujo plano é aproveitado para as novas construções cristãs.
O seu interior também está decorado com mosaicos. Correspondem a uma encomenda do mesmo Papa que a mandou edificar.
Particularmente importante é a decoração do arco triunfal que reproduz cenas da infância de Cristo e constituiu um modelo para os futuros artistas.
Na época barroca a igreja de Santa Maria Maior sofreu uma notável renovação. A sua transformação mais expressiva está na magnífica ábside erigida por Reinaldi e na fachada que foi totalmente reconstruída sob a traça de Ferdinando Fuga entre 1732 e 1743, numa época em que o barroco se desenvolveu até às últimas consequências.
VERSÃO DO FRADE BARTOLOMEU DE TRENTO
Ao frade Bartolomeu de Trento, que viveu na metade do século XIII, devemos a versão sobre a origem da basílica de Santa Maria Maior.
Segundo a tradição, no ano 352, vivia em Roma, o representante do imperador que tinha se transferido para Constantinopla, um certo João, fidalgo riquíssimo que não sabia como gastar toda sua fortuna.
Não tinha filhos e queria construir obras pias para a Igreja, mas não sabia quais escolher.
Na noite de 5 de agosto, lhe apareceu em sonho a Virgem Maria, que lhe ordenou construir uma igreja no lugar onde estivesse com neve pela manhã.
O rico senhor acordou e se pôs a pensar que a neve em Roma era uma coisa estranha, pois agosto era a estação de verão.
Porém o mais interessante foi que a Virgem, na mesma noite apareceu ao papa Libério e lhe disse que, logo ao raiar do dia, subisse a colina do monte Esquilino, que encontraria o local cheio de neve e lá deveria erguer uma igreja.
Pela manhã aquele fato inédito, foi constatado e enquanto a notícia se espalhava por toda Roma, o papa e João, caminhando por estradas diferentes, seguidos por uma multidão se encontraram: lá em cima do monte Esquilino comprovaram que havia neve.
Com um bastão o papa traçou a área para erguer a igreja que o patrício construiu apenas com o seu dinheiro.
Nascia a basílica de Santa Maria da Neve.
Alguns pesquisadores dizem que João procurou o papa Libério para lhe contar seu sonho e que teve uma surpresa ao saber que também o pontífice havia tido a mesma visão.
Depois, juntos com a população foram ao alto ao monte Esquilino, e demarcaram sobre a neve o terreno onde a igreja foi construída.
Desta maneira, notou-se que as tradições se mesclaram por obra da alma popular que sempre uniu poesia à história.
Aquelas colinas do monte Esquilino, durante a Antiguidade, tinham sido um lugar de despejo de lixo, cheio de imundices; posteriormente se tornou o lugar onde os escravos eram sepultados.
Na época do Império, ao contrário, as colinas eram ocupadas por imensas vilas de nobres.
Entretanto continuava sendo um lugar de estranhas lembranças e que a comunidade evitava freqüentar.
Com a construção da igreja da Santa Maria da Neve, o local reconquistou a visitação popular.
Tanto é verdade que cerca de um século depois, para celebrar os resultados do Concílio de Efeso, que proclamou a "maternidade divina da Virgem Maria", o Papa Xisto III em 440, mandou construir uma igreja.
Mas queria que fosse grande, muito grande, daí o nome "Maior", e escolheu o mesmo local onde fora construída a igreja indicada pela Virgem em sonho ao papa Libério.
No dia 5 de agosto de 431, a nova igreja, que substituiu a anterior, foi consagrada, com o nome de basílica de "Santa Maria Maior".
Nela foi realizado o primeiro presépio que se tem notícia na Igreja, por isto também ficou conhecida como basílica de "Santa Maria do Presépio".
Na basílica se encontram os primeiros e mais ricos mosaicos alusivos a Nossa Senhora e é, de fato, um dos maiores e mais belo santuário mariano de toda a cristandade.
A festa litúrgica da "Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior" que acontece em 5 de agosto entrou no calendário romano em 1568.
ALGUMAS IMAGENS DO INTERIOR DA BASÍLICA:
CENA DA VISÃO DO MILAGRE
RELICÁRIO COM RESTOS DA MANJEDOURA
ENCOTRADO NA BAÍLICA
INTERIOR DA BASÍLICA
O MILAGRE DA NEVE
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