segunda-feira, 16 de maio de 2011

SÃO JOÃO NEPOMUCENO - PATRONO CONTRA CALÚNIAS, ALAGAMENTOS E DA BOA CONFISSÃO - 16 DE MAIO


 

 

João Nepomuceno (em checo Jan Nepomucký e alemão Johann von Nepomuk) é um dos santos nacionais da Boémia.







Era confessor da Rainha da Boemia e negou-se a divulgar os segredos das confissões, tornou-se o primeiro mártir do selo da confissão e um patrono contra calúnias, e, devido à maneira de sua morte, contra alagamentos.





João Nepomuceno nasceu na cidade de Nepomuk, em um dos vales da Boêmia, por volta do ano de 1345.

 Já no ano de 1370 tinha o cargo de notário na Cúria Metropolitana. Nove anos depois, foi ordenado sacerdote e nomeado pároco de São Gall.

Não obstante os encargos dessa grave função, continuou seus estudos de direito eclesiástico na Universidade de Praga, na qual obteve o bacharelato.

 Em 1382, o arcebispo o enviou a Pádua, onde se doutorou em direito canônico, em 1387.

Voltando logo em seguida a Praga, foi nomeado cônego da igreja de São Gil, mas ali permaneceu só dois anos.

Em agosto de 1390, tornou-se cônego honorário da Catedral de São Vito e vigário geral dessa já então ampla e importante arquidiocese.

A partir desse momento, a Providência o transformou em homem público.















Os sermões pregados por São João Nepomuceno produziram notável mudança nos costumes e assim ele foi chamado a desempenhar o cargo de confessor da Rainha.









 Para isso concorreram sua já conhecida virtude e a segurança doutrinária por ele tantas vezes demonstrada no púlpito.

Se, no entanto, a piedosa rainha colocava-se docilmente sob a direção espiritual de tão virtuoso sacerdote, o mesmo não se passava com o rei.







Além do rei  ser dado a violentos acessos de fúria, foi ele tomado por uma infundada desconfiança em relação à fidelidade de sua esposa.


Como nada encontrasse para comprovar essa dúvida, mas seu coração mesquinho continuasse apegado a essa fantasiosa idéia, mandou trazer o confessor à sua presença e exigiu-lhe contar em detalhes o que no confessionário lhe confidenciava a rainha.


Espantado pela infundada desconfiança, e muito mais pelo inaudito pedido, João Nepomuceno com firmeza o recusou, afirmando categoricamente o princípio da inviolabilidade do segredo da confissão, o mesmo até hoje mantido pela Santa Igreja:






"O que é dito dentro das santas paredes do confessionário é o mais estrito dos segredos.

As palavras pelo penitente declinadas ante o sacerdote, sendo a matéria para a absolvição da alma pecadora, ali mesmo morrem.

Disso tudo, somente Deus é testemunha, e o sacerdote que algo disso revelasse a um terceiro cometeria um dos mais abomináveis sacrilégios, contra o qual se levantaria imediatamente terrível excomunhão" .


A nada disso, porém, deu ouvidos o ímpio rei.








Cego de furor, mandou brutalmente torturar o fiel confessor. Suportando sofrimentos terríveis, João Nepomuceno manteve-se irredutível e isso só aumentou a fúria do cruel soberano.









Por fim, vendo que nada conseguiria tirar de um homem tão firme e compenetrado de sua fé, mandou os esbirros amarrarem-no e atirarem-no de uma das pontes de Praga.













Assim, o intrépido sacerdote entregou sua alma a Deus, perecendo afogado nas águas do rio Moldava.

 Era a noite de 20 de março de 1393.










Uma controvérsia histórica


A trágica morte dum personagem tão conhecido e estimado chocou muitos habitantes da cidade, e o rei, não querendo admitir abertamente a razão pela qual mandara assassinar o Pe. João Nepomuceno, fez constar ser outra a razão de sua atitude.

Havia na Boêmia uma grande e prestigiosa abadia, a de Klandrau. Aproveitando o lapso entre a morte do antigo abade e a eleição de um novo, o monarca tencionava suprimi-la, transformando-a em uma nova sede episcopal, a qual seria entregue a um membro de sua corte.

O rei tentou pressionar o vigário geral para apoiá-lo nessa ação.

 E como ele a isso se teria oposto violentamente, o rei declarou ser essa oposição suficiente para condená-lo à morte.



Embora algumas crônicas oficiais do reino tenham transmitido essa versão, muitas outras referem o verdadeiro motivo .







Estátua sobre a Ponte do rio Moldava.

Os peregrinos dizem que dá sorte tocá-la.




Após ser encontrado, o corpo de João Nepomuceno foi sepultado na própria catedral, onde logo passou a receber do povo as honras devidas a um mártir.

Assim, tinha início um forte e saudável movimento de veneração ao sacerdote que morrera em defesa do segredo da Confissão.

Estes fatos inclusive foram narrados na carta de acusação ao rei, que o arcebispo João Jenzenstein apresentou ao Papa Bento IX.







                          Grade sobre o rio Moldava com imagem do santo.






Beatificação e canonização















O Papa Inocêncio XIII o declarou beato em 1721.









Posteriormente, cartas de imperadores, de bispos e de ordens religiosas, às quais se juntavam as das universidades de Viena, Praga e Blatislava, em coro pediam ao Soberano Pontífice a abertura do processo de canonização, e de fato, este foi iniciado em julho de 1722.

Anos depois, em 27 de janeiro de 1725, uma comissão presidida pelo Arcebispo de Praga, formada por algumas dignidades eclesiásticas, além de um professor de medicina e dois cirurgiões, realizou a exumação dos restos mortais do mártir.

Na presença dessas autoridades, deu-se um extraordinário acontecimento.


O corpo se encontrava naturalmente desfeito pelo tempo, exceto a língua, a qual estava maravilhosamente conservada, ainda que ressequida.











Então, diante de todos, começou a refazer-se, apresentando uma cor rósea como se tratasse de alguém vivo.








 Admirados, os presentes se puseram de joelhos, e este milagre, realizado em circunstâncias tão solenes e com testemunhas tão categorizadas, foi o quarto dos constantes no processo de canonização.








Túmulo de João Nepomuceno




E assim, em 19 de março de 1729, na Basílica de São João de Latrão, pelas mãos do Papa Bento XIII, era solenemente elevado à honra dos altares São João Nepomuceno, mártir do segredo da Confissão, cuja festa a Igreja comemora no dia 16 de maio.

Em seu túmulo foi gravado este epitáfio:



- Aqui jaz o venerabilíssimo João Nepomuceno, doutor, cônego desta igreja e confessor da rainha, ilustre pelos seus milagres, o qual por ter guardado o sigilo sacramental foi cruelmente torturado, e lançado de cima da ponte de Praga, no rio Moldava, por ordem de Venceslau IV, no ano de 1383.

Apud José Leite, S.J., op. cit., Vol. II, p. n.º 5









Sua imagem, em arte, é usada como símbolo da Confissão e em muitas pontes na Europa é usada como proteção.

Algumas tradições afirmam que morreu queimado, atado em uma roda e depois atirado de uma ponte no Rio Maudau em 20 de março de 1393.

 Na noite de sua morte sete estrelas ficaram rodando acima do local onde foi afogado.







Túmulo e parapeito da ponte com o marco de onde ele foi jogado



Na arte litúrgica da Igreja é mostrado como um agostiniano com uma ponte perto dele; ou

2) com os dedos nos lábios significando silencio; ou

3) com sete estrelas sobre sua cabeça; ou

4) com um cadeado em seus lábios.






ORAÇÃO:


Oh! Glorioso e invicto mártir

São João Nepomunceno.

Comunicai-nos uma centelha das virtudes

preservadas e da viva fé,

que na coragem enfrentastes as iníquas pretensões

humanas e soubestes reservar na humildade e no silêncio

o segredo da confissão.

 Concedei-nos por seu exemplo e intercessão

a graça do bom uso de nossa língua e sejamos

pelos méritos divinos,

enumerados entre os eleitos.





ORAÇÃO À SÃO JOÃO NEPOMUCENO


Concedei-me, Ó Senhor do céu e da terra,
ser sempre bem firme na luta pelos direitos da fé e da Igreja,
e pela intercessão de São João Nepomuceno,
dai-me, Senhor, a graça que vos peço.
Por Cristo Jesus, amém.

São João Nepomuceno, rogai por nós.













 









É padroeiro contra calunias , indiscrições , da Bohemia, das pontes, dos construtores de pontes, dos confessores, da boa confissão e da Checoslováquia.







Túmulo de São João Neomuceno
























OUTROS DETALHES:


NINGUÉM HAVIA QUE SE ACHASSE COM CORAGEM DE CONTRADIZER A WENCESLAU, PORQUE TODOS TEMIAM A VINGANÇA DO TIRANO.

UM POBRE CONDENADO, ( UM COZINHEIRO CONDENADO  A SER ASSADO VIVO SOBRE A BRASA ) POR FALTA DESCULPÁVEL, ENCONTROU NA PESSOA DO SACERDOTE, JOÃO NEPOMUCENO, UM ADVOGADO, O QUAL MUITO SE EMPENHOU PARA ALCANÇAR A REVOGAÇÃO DE BÁRBARA SENTENÇA.

WENCESLAU ATENDEU ÀS INSTÂNCIAS DO CAPELÃO, MAS ENCOLERIZOU-SE DE TAL MODO PELO MOTIVO DE ESTE TER TIDO A OUSADIA DE CENSURAR-LHE OS ATOS, QUE ORDEM DEU DE METÊ-LO NO CÁRCERE E DEIXAR O PRISIONEIRO SEM ALIMENTO DURANTE UM DIA.





NO DIA SEGUINTE, MANDOU O REI DIZER-LHE, QUE SE TIVESSE AMOR À VIDA, SÓ A PODERIA SALVAR ATENDENDO AO PEDIDO QUE ANTERIORMENTE LHE FORA FEITO ( CONTAR O SEGREDO DA CONFISSÃO DA RAINHA).





A RESPOSTA DO NOBRE PRISIONEIRO FOI UMA FORMAL RECUSA.

WENCESLAU NOVAMENTE TENTOU, POR MODO SUASÓRIO, ALCANÇAR O SEU MALDOSO INTENTO.
FINGINDO ARREPENDIMENTO, CONVIDOU O SACERDOTE A TOMAR PARTE NUM BANQUETE NO DIA SEGUINTE.

PEDIU AINDA ENCARECIDAMENTE QUE NÃO DEIXASSE DE COMPARECER, PORQUE SUA PRESENÇA SERIA PARA ELE SINAL DE PERDÃO E ESQUECIMENTO.
JOÃO FOI.. ACABADO O BANQUETE, WENCESLAU VOLTOU AO ASSUNTO E , COM MAIS EMPENHO QUE ANTES, INSISTIU COM O SANTO SACERDOTE, PARA QUE FIZESSE AS REVELAÇÕES QUE INTENCIONAVA TER.

JOÃO NEPOMUCENO, PORÉM , NÃO CEDEU ÀS INDIGNAS INSINUAÇÕES DO MONARCA, O QUAL ÀS PROMESSAS MAIS LISONJEIRAS FEZ SEGUIR HORRÍVEIS AMEAÇAS. DE FATO.
JOÃO NEPOMUCENO FOI METIDO NO CÁRCERE E POR ORDEM SUPERIOR, ESTICADO SOBRE O ECÚLEO. NÃO SATISFEITO COM ESSA BRUTALIDADE, O REI COM SATÂNICO FUROR, ORDENOU QUE O CORPO DO MÁRTIR FOSSE TORTURADO COM TOCHAS ARDENTES.

A TODAS ESSAS CENAS WENCESLAU ESTEVE PRESENTE, SATURANDO SEU ÓDIO NO ASPECTO DOS SOFRIMENTOS DA POBRE VÍTIMA QUE, ELEVANDO OS OLHOS AO CÉU, INVOCAVA OS NOMES DE JESUS E MARIA.

TERMINADO ESSE MARTÍRIO, JOÃO NEPOMUCENO FOI POSTO EM LIBERDADE COM A CONDIÇÃO PORÉM, DE GUARDAR ABSOLUTO SILÊNCIO SOBRE O QUE SE LHE TINHA SIDO FEITO.

TORTURA IDÊNTICA SOFRERAM NA MESMA OCASIÃO, SE BEM QUE POR OUTROS MOTIVOS, TRÊS MEMBROS DO ALTO CLERO DE PRAGA.

LOGO QUE SEU ESTADO O PERMITIU TRABALHO COMO ANTES.

TENDO-LHE, PORÉM DEUS REVELADO, QUE A FIDELIDADE AO SIGILO SACRAMENTAL LHE CUSTARIA A VIDA, NA DOMINGA ANTES DA PÁSCOA DA ASCENSÃO DO SENHOR, SUBIU AO PÚLPITO E TOMOU POR TEXTO DA HOMILIA AS PALAVRAS: " MAIS UM POUCO E NÃO ME VEREIS".

A PRÁTICA VERSOU SOBRE GRANDES TRIBULAÇÕES NOVAS E HERESIAS QUE VIRIAM SOBRE A BOÊMIA, E SOBRE A PENITÊNCIA QUE OS FIÉIS DEVERIAM FAZER, PARA APLACAR A IRA DE DEUS.

APELOU AOS OUVINTES , PARA QUE CONSERVASSEM A FÉ CATÓLICA.

NA VÉSPERA DA ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR, FEZ UMA ROMARIA À IMAGEM MILAGROSA DE NOSSA SENHORA DE BUNZLAU, E EM PRECES ARDENTES , RECOMENDOU-SE A DEUS E MARIA, PARA O MARTÍRIO, QUE O ESPERAVA.

PELA TARDE VOLTOU À PRAGA.
NA MESMA NOITE O REI MANDOU CHAMÁ-LO, E SEM DELONGAS LHE DISSE: " OUVE, (AQUI SE SERVIU DE UMA PALAVRA ALTAMENTE INSULTUOSA) TUA MORTE É CERTA, SE NÃO TE RESOLVES A CONTAR A CONFISSÃO DA RAINHA. POR DEUS, FAR-TE-EI BEBER ÁGUA".

O SANTO COM FIRMEZA, RETRUCOU: " PREFIRO MIL VEZES MORRER".

WENCESLAU MANDOU FECHÁ-LO EM UM QUARTO CONTÍGUO.
ÀS 9 HORAS DA NOITE FOI LEVADO À PONTE, QUE LIGA A CIDADE NOVA À VELHA E DAÍ PRECIPITADO NAS ÁGUAS DO MOLDÁVIA.




O CÉU INCUMBIU-SE DE REVELAR O CRIME E TRAZER À LUZ O QUE ÀS TREVAS DA NOITE DEVERIAM ESCONDER.

APARECEU UMA LUZ CLARÍSSIMA QUE, EM FORMA DE MILHARES DE ESTRELAS, DESCEU SOBRE O CORPO DO MÁRTIR ACOMPANHANDO-O RIO ABAIXO.

O POVO ALARMADO POR ESSE FENÔMENO VIA A LUZ, SEM SABER EXPLICAR A CAUSA.

O PRÓPRIO REI CHAMADO PELA RAINHA PARA APRECIAR O CLARÃO MARAVILHOSOS E DE TODO EXTRAORDINÁRIO, VENDO-O FICOU TOMADO DE GRANDE PAVOR.

COM O ROMPER DO DIA O CORPO DO SANTO APARECEU DEITADO SOB A AREIA DO LEITO DO RIO, CUJAS ÁGUAS, PARA LHE DAR LUGAR, TINHAM-SE DIVIDIDO AO MEIO.


ASSIM FOI ENCNTRADO O CORPO DO SANTO MÁRTIR, EM CUJOS LÁBIOS BRINCAVA UM DOCE SORRISO, REFLEXO DA PAZ E SANTIDADE.















Estátua de bronze sobre a ponte do rio onde foi martirizado.















































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