Relicário de Santo Apolônio
Santo Apolônio (português brasileiro) ou Santo Apolónio (português europeu), o Apologista ou Santo Apolônio de Roma foi um mártir cristão e um apologista (não deve ser confundido Apolinário Cláudio, que foi um apologista contemporâneo), que foi martirizado em 185 d.C. sob o imperador romano Cômodo (161-192 d.C.).
Festejado em 18 de abril em alguns calendários e em 21 de abril em outros.
Apolônio, senador romano, no tempo do imperador Cômodo (108), gozava de elevadíssima reputação na cidade dos Césares, devido à cultura intelectual admirável eloquência e finíssimo trato que o distinguiam. A leitura da Sagrada Escritura, a audição da palavra explicada e as conferências que teve com o Papa Eleutério, levaram-no a abandonar as superstições de uma religião falsa e pedir o santo batismo.
Uma vez cristão, tornou-se instrumento valioso da propaganda da religião de Cristo entre os compatrícios. Pelo exemplo e a palavra conduziu muitos ao redil do divino Pastor.
Se bem que Cômodo não perseguisse os cristãos, até lhes desse provas de simpatia, existia em vigor uma lei anterior, segundo a qual era condenado à morte o cristão que, acusado de professar a fé se negasse a abandoná-la. Um escravo incomodado pelo incremento que o catolicismo tomava, denunciou Apolônio.
O juiz, Perenis, penalizado por ver arrastado ao tribunal membro tão distinto da sociedade, nem por isso podia deixar de convidar Apolônio a abjurar o cristianismo. Apolônio, por sua vez. aproveitou a ocasião, para proferir belíssima defesa de sua religião no fórum, mostrando à assembléia numerosíssima a falsidade do paganismo e a impiedade do culto idólatra. Suas palavras calaram profundamente nos espíritos dos assistentes, e ninguém teve um gesto de réplica. Perenis, porém, temendo qualquer reação ou protesto, se absolvesse o denunciado, propôs a Apolônio, renunciar por mera formalidade às doutrinas cristãs, garantindo-lhe toda a liberdade de consciência em tal assunto.
Apolônio repeliu o conselho: Admiro-me — disse ao juiz — como, tendo ouvido minha argumentação irrefutável, ainda podes fazer-me tal insinuação. Sou cristão, não só de palavra, mas de fato, e maior desejo não nutro, a não ser este, de derramar o meu sangue em testemunho de minha fé”.
Ainda em termos eloquentes e persuasivos exortou ao juiz e aos senadores a aceitarem a religião cristã, única verdadeira e capaz de abrir as portas da eterna felicidade.
Essas palavras foram ouvidas com grande comoção, mas caíram em terra dura. Perenis, tendo ouvido a opinião dos demais senadores, condenou Apolônio à pena de morte pela espada.
Ao ouvir esta sentença, Apolônio deu graças a Deus em alta voz, confessando-se publicamente cristão, e que, como tal queria viver e morrer. Apelou ainda para todos, para que lhe seguissem o exemplo e tratassem da salvação da própria alma.
A morte do Mártir ocorreu em 184.
As primeiras edições do Martirológio Romano (21 de abril) relatam o seguinte:
“ Em Roma, comemoração de Santo Apolônio, filósofo e mártir. Sob o emperador Cômodo, ele defendeu perante o prefeito Perennius e o Senado a causa da fé cristã em um discurso muito fino e, então, após ter sido condenado à morte, confirmou-o pelo seu testemunho de sangue. ”
— Martirológio Romano
Versões anteriores da obra tinham, no verbete de 18 de abril, o seguinte texto:
“ Em Roma, o abençoado Apolônio, um senador sob o imperador Cômodo e o prefeito Perennius. Ele foi denunciado como cristão por um de seus escravos e, tendo sido comandado a dar um relato de sua fé, ele compôs uma hábil composição que ele leu perante o Senado. Ele foi mesmo assim condenado a ser decapitado por Cristo por sua sentença."
Oração a Santo Apolônio
“Ó Deus, que destes a Santo Apolônio a graça de conhecer-vos profundamente e de conhecer e propagar a Doutrina Cristã, dai-nos a graça deste conhecimento para que possamos defender a fé onde quer que estejamos com coragem e sabedoria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém.”
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