São Zeferino (em latim: Zephyrinus) foi o primeiro Papa do século III e décimo quinto da Igreja, sucedendo a São Vítor I.
Natural de Roma, foi eleito em 199.
Após o glorioso martírio do Papa São Vitor, ocorrido no dia 28 de julho de 199, o povo de Deus, unido ao clero, reuniu-se em intensas orações, a fim de que o Senhor iluminasse o rebanho para a escolha de um digno vigário. Depois de onze dias de intensas orações, o Espírito Santo manifestou-se em forma de pomba e desceu sobre a cabeça do então presbítero Zeferino, onde repousou por um breve espaço de tempo, desaparecendo em seguida. Os fiéis logo identificaram a escolha de Deus. Por unanimidade, o elegeram no mês de agosto daquele ano, quando assumiu honrosamente o divino governo da Igreja.
O seu pontificado se caracterizou por duras lutas teológicas que levaram, por exemplo à excomunhão de Tertuliano. Assim como, durante seu pontificado a heresia patripasiana da negação da Santíssima Trindade, incutida por Praxeas, reergueu-se furiosamente e, por isso, foi duramente combatida pelo Papa . Seu crítico, São Hipólito, o descreveu como um homem simples, sem educação e dominado pelo seu assessor, Calisto.
Logo no início de seu pontificado, o imperador Septímio Severo moveu, por decreto, intensa perseguição contra a Igreja, fato que levou São Zeferino a tomar as primeiras providências no sentido de zelar pelo rebanho, levando seu auxílio e consolo naqueles dias de grande tribulação. Pessoalmente, de dia e de noite, percorreu infatigavelmente diversas casas, cavernas e locais subterrâneos. Colocou em risco a própria vida, visitando e consolando não só os encarcerados, mas também os condenados, que acompanhava até aos cadafalsos.
A todos alentava com palavras e esmolas, levando a eles o Pão dos fortes, regado com o Sangue de Cristo. A cruel perseguição perdurou por nove anos consecutivos, até a morte do imperador Severo, quando a Igreja recobrou um certo período de paz.
Editou importantes regras canônicas, especialmente as relativas à disciplina eclesiástica. Foi ele quem determinou que os fiéis católicos , depois dos 14 anos, comungassem, pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa. Também, quanto aos cálices sagrados e as patenas, até então confeccionados em madeira, determinou que deveriam ser feitos, ao menos de vidro.
Zeferino foi o primeiro Pontífice que desejou criar uma catacumba na Via Ápia, cujos cuidados foram por ele confiados ao diácono Calisto (e, por isso, chamada de catacumba de Calisto).
São Zeferino foi o 15º Papa a tombar, martirizado, em defesa da Igreja de Cristo, sob o governo do imperador Antonino.
Foi martirizado em 20 de dezembro de 217, sendo venerado como santo no dia 26 de agosto.
Claro espelho de virtude,
homem santo, bom pastor,
ouve o hino que, em ti, louva
os prodígios do Senhor,
que, Pontífice perpétuo,
os mortais a Deus uniu,
e, por nova Aliança,
nova paz nos garantiu.
Previdente, ele te fez
do seu dom o servidor,
para dar ao Pai a glória
e a seu povo vida e amor.
Tendo em mãos do céu as chaves,
governastes com amor
o rebanho de São Pedro
nos caminhos do Senhor
Não te esqueças, pede a Deus,
tu que ao céu foste elevado:
que as ovelhas busquem todas
do Pastor o verde prado.
Glória à Trina Divindade,
que, num servo tão fiel,
recompensa os ministérios
com o júbilo do céu.
Ó Deus, nosso Pai, nós Te pedimos que, mediante teu Espírito Santo, nos concedais o dom do discernimento, para percebermos os sinais de teu amor e de tua ação na história humana. E que, a exemplo de São Zeferino, sejamos capazes de exercer a solidariedade para com todos os homens, sem levar em consideração raça, cultura e religião.
Amém.
São Zeferino, rogai por nós.
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