ÍNDICE:
- A REVELAÇÃO DA FÉ.
- TODA DOUTRINA ESTÁ NA BÍBLIA?
- A BÍBLIA É FILHA DA IGREJA.
- MARIA DISSE MEU SALVADOR, LOGO PRECISAVA SER SALVA, MOSTRANDO QUE TINHA PECADO?
- A UNIVERSALIDADE DO PECADO.
- TEXTO DA BULA INEFFABILIS.
- A BÍBLIA NÃO DISCORDA DESSE ENSINAMENTO, MAS O ASSEGURA.
- MARIA NÃO FEZ POR ONDE SER SALVA?
- TESTEMUNHO DE FÉ DE SANTO ÉFREM E SANTO AGOSTINHO.
Temos de abrir parêntese,
para explicar que nossa Fé católica não é uma “religião baseada só na Bíblia”, como
se poderia pensar.
Antes do Novo testamento ser escrito a Igreja já era uma instituição e sua fé era transmitida oralmente.
Assim, os fundamentos de nossa fé são a Bíblia, a Tradição e o Magistério (Bispos com om Papa em concílio)
Antes do Novo testamento ser escrito a Igreja já era uma instituição e sua fé era transmitida oralmente.
Assim, os fundamentos de nossa fé são a Bíblia, a Tradição e o Magistério (Bispos com om Papa em concílio)
A REVELAÇÃO DA FÉ:
A doutrina cristã,
católica, foi totalmente revelada aos Apóstolos.
A Revelação cessou com a morte do último deles, São João, por volta do ano 100, em Éfeso, Igreja da qual era Bispo.
Embora revelada, não foi a doutrina completamente explicitada e totalmente entendida em seus mínimos detalhes.
A Revelação cessou com a morte do último deles, São João, por volta do ano 100, em Éfeso, Igreja da qual era Bispo.
Embora revelada, não foi a doutrina completamente explicitada e totalmente entendida em seus mínimos detalhes.
Cristo o Verbo feito carne (Jo 1,14), que enviou os Apóstolos a pregar
tudo aquilo que Ele tinha ensinado (Mt 28,18-20), disse ainda que toda a verdade lhes seria inspirada pelo Espírito Santo:
“Mas o Paráclito, o
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á toda as
coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14,26)
Não falou
Cristo que o Espírito recordaria todas as coisas que a Bíblia diz que
Ele falava, mas tudo, até mesmo aquilo que não nos é dito pelos
Evangelhos a respeito de Nosso Senhor:
“Fez Jesus, na presença dos seus
discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste
livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o
Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.” (Jo
20,30-31)
TODA DOUTRINA ESTÁ NA BÍBLIA?
Se toda doutrina para ser
verdadeira deve estar na Bíblia, onde nela está escrito tal princípio?
Deve haver, pois do contrário, tal doutrina (de que toda a verdade está
na Escritura) ou não é verdadeira, ou nem toda a doutrina está na
Bíblia, o que mostra a contradição interna do aforisma.
A Escritura ensina de uma forma clara justamente o contrário do que
afirmam os que crêem ser ela a única fonte da fé:
“Assim, pois, irmãos,
ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja
por palavras, seja por carta nossa.” (2Ts 2,15)
Nem só na “carta”, isto é, na Bíblia, está o ensinamento apostólico e cristão, mas também nas palavras, naquilo que convencionou-se chamar “Tradição Apostólica”, ou “Tradição Oral”.
Nem só na “carta”, isto é, na Bíblia, está o ensinamento apostólico e cristão, mas também nas palavras, naquilo que convencionou-se chamar “Tradição Apostólica”, ou “Tradição Oral”.
Jesus nunca mandou que escrevessem nada, e sim que
pregassem!
Os Evangelhos, as Epístolas, os Atos dos Apóstolos, o Apocalipse são o resultado da pregação da Igreja e não o contrário!
A BÍBLIA É FILHA DA IGREJA:
A
Bíblia é filha da Igreja e não sua mãe! Isso é claramente crido quando
averiguamos que o próprio cânon da Sagrada Escritura, ou seja, a lista
dos livros que dela fazem parte, só foi definido muitos anos depois de a
Igreja já estar organizada em todo o Império Romano...
Foi a autoridade
da Igreja Católica que disse, auxiliada infalivelmente pelo Espírito
Santo, quais eram os livros corretos e quais não...
Ora, esse cânon não
deveria, aliás, estar na própria Bíblia, se a tese protestante fosse
sustentável?
Do contrário, foi a Igreja quem reconheceu a Bíblia como
Palavra de Deus.
Diz Santo Agostinho:
Diz Santo Agostinho:
“Eu não creria nos Evangelhos se
não me levasse a isso a autoridade da Igreja Católica.”;
e São Basílio
Magno, que viveu entre os anos de 329 a 379, sendo um dos grandes
escritores cristãos primitivos:
“Sobre os dogmas e querigmas preservados
pela Igreja, alguns de nós possuímos ensinamento escrito e outros
recebemos da tradição dos Apóstolos, transmitidos pelo mistério. Com
respeito à observância, ambos são da mesma força. Ninguém que seja
versado mesmo um pouco no proceder eclesiástico, deverá contradizer
qualquer um deles, em nada. Na verdade, se tentarmos rejeitar os
costumes não escritos como não tendo grande autoridade, estaríamos
inconscientemente danificando os Evangelhos em seus pontos vitais; ou,
mais ainda, estaríamos reduzindo o querigma a uma única expressão” (O
Espírito Santo, 27,36).
Ademais, dar à Escritura uma autoridade
conferida por ela mesma é cair no erro, descrito por Aristóteles,
chamado de petição de princípio.
Não posso crer na Bíblia somente porque ela me manda crer, pois esse pode ser o mesmo argumento de um muçulmano para provar que o Corão está certo.
Além do mais, só poderia obedecer o que a Bíblia manda se eu cresse nela. Inicia-se um círculo vicioso, a tal petição de princípio.
Não posso crer na Bíblia somente porque ela me manda crer, pois esse pode ser o mesmo argumento de um muçulmano para provar que o Corão está certo.
Além do mais, só poderia obedecer o que a Bíblia manda se eu cresse nela. Inicia-se um círculo vicioso, a tal petição de princípio.
A autoridade da Escritura vem da Igreja
Católica, e a desta vem de Deus!
Logo, não é porque o dogma da
Imaculada Conceição não está na Sagrada Escritura, de forma direta, que
não se pode crer nele.
O que não pode é estar o tal dogma frontalmente
contra o conteúdo bíblico. E não está, como veremos mais adiante.
MARIA DISSE MEU SALVADOR, LOGO PRECISAVA SER SALVA, MOSTRANDO QUE TINHA PECADO?
Os protestantes esbravejam dizendo: “Mas, Maria mesmo disse, no
Magnificat, que seu espírito exultava de alegria em Deus, seu salvador!
Se ela tem salvador, é porque tem pecado! Se ela tem pecado, com pode
ser imaculada?”
Nada mais errado do que atribuir à redenção feita por
Cristo na cruz um conceito atrelado ao tempo e ao espaço... Se fosse
assim, não poderíamos ser salvos hoje, pois o evento “salvação” está
historicamente distante 2000 anos.
Maria foi
salva por Cristo, mas diferentemente de nós, antes de ser contaminada pelo pecado
original, transmitido geração após geração devido ao erro inicial de
Adão e Eva.
A UNIVERSALIDADE DO PECADO:
Objetam os protestantes que nós, católicos, cremos que ela
não foi salva por Cristo e que, por isso, estamos destruindo a
universalidade da Redenção e as próprias palavras da Virgem no
Magnificat, quando chamou a Deus de salvador.
Usam alguns versículos para afirmar que Maria foi pecadora como todos os homens, pois todos pecaram:
Usam alguns versículos para afirmar que Maria foi pecadora como todos os homens, pois todos pecaram:
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;" (Rm 3, 23)
Todos pecaram, mas Maria foi salva, como nós, de um modo diferente, antes de nascer. Foi salva antecipadamente, em previsão dos méritos de Cristo.
Sim,
pois Deus, que está fora do tempo e é onisciente – tem conhecimento de
tudo! – sabia que Jesus, o Verbo, iria morrer pelos nossos pecados, e
pelos méritos advindos de Seu sacrifício vicário no Gólgota, e, por essa
presciência, por essa previsão, salvou, por aqueles mesmos méritos de
Nosso Senhor, a Santíssima Virgem, ainda antes de ela ser tocada pelo
pecado original, de modo a restar imaculada.
Além do mais, quando São Paulo escreveu todos, ele não pensou em incluir aí a Virgem Maria.
Como quando ele disse " e todos estão destituídos da glória de Deus" (Rm 3, 23), nem todos o foram, pois devemos nos lembrar que Henoc e Elias também foram uma exceção a essa regra (Gen 5,24; 1 Re 2,11).
Assim, "todos" nem sempre significa a humanidade inteira incluindo Maria, Henoc, e Elias.
Além do mais, quando São Paulo escreveu todos, ele não pensou em incluir aí a Virgem Maria.
Como quando ele disse " e todos estão destituídos da glória de Deus" (Rm 3, 23), nem todos o foram, pois devemos nos lembrar que Henoc e Elias também foram uma exceção a essa regra (Gen 5,24; 1 Re 2,11).
Assim, "todos" nem sempre significa a humanidade inteira incluindo Maria, Henoc, e Elias.
TEXTO DA BULA INEFFABILIS:
Eis o
que diz o texto da Bula Ineffabilis, que definiu o dogma hoje
comemorado:
“A Santíssima Virgem Maria foi, no primeiro instante da sua concepção, por um único dom da graça e privilégio do Deus Altíssimo, em vistas dos méritos de Jesus Cristo, o Redentor do gênero humano, preservada isenta de toda a mancha do pecado original.” (DS 1641)
A BÍBLIA NÃO DISCORDA DESSE ENSINAMENTO, MAS O ASSEGURA:
“A Santíssima Virgem Maria foi, no primeiro instante da sua concepção, por um único dom da graça e privilégio do Deus Altíssimo, em vistas dos méritos de Jesus Cristo, o Redentor do gênero humano, preservada isenta de toda a mancha do pecado original.” (DS 1641)
A BÍBLIA NÃO DISCORDA DESSE ENSINAMENTO, MAS O ASSEGURA:
Mesmo que não se ache
expresso na Sagrada Escritura semelhante ensinamento, a Bíblia não discorda dele, como lemos no Evangelho de São Lucas.
Tomemos o texto
grego do evangelho de Lucas, idioma em que foi originalmente escrito, e veremos que a expressão que traduzimos por “cheia de graça”
– e que costumamos repetir todos os dias na “Ave-Maria” – é muito mais
precisa e rica, não encontrando semelhante em nossa língua pátria.
O
anjo, conforme o grego de Lucas, chama Maria de kecharitomêne, que
significa não só “cheia de graça”, mas algo como “completa, totalmente
cheia de graça a ponto de não restar nem um sinal de mancha”, “repleta
da graça, sem lugar para o pecado.”
Esse é o sentido da saudação do
anjo, que, aliás, Maria não entendeu.
Ser agraciado é algo que
ela entenderia, e por isso não faz sentido que tenha se posto a pensar
no que seria a saudação, nem que seu coração se tenha perturbado, como
segue o versículo. Se tal ocorreu é porque a notícia foi espantosa:
Maria viu-se não só agraciada, mas totalmente cheia da graça, e com a
nova de que não tinha espaço para o pecado, para o erro, para aquilo que
a afastaria, naturalmente, de Deus.
Em Maria, não há
lugar para o pecado, não só porque ela se privou de cometer os pessoais ,
como também nem mesmo o pecado original, aquela mancha transmitida à
toda a descendência adâmica, a tocou, enchendo de ódio a Satanás, “autor
e princípio de todo pecado.” (Gen 3,15, Apo 12, 15.17)
MARIA NÃO FEZ POR ONDE SER SALVA?
Podem alguns argumentar que Maria
então não teve participação em sua salvação, não fez por onde ser salva, pois foi escolhida desde
antes, não só para ser imaculada, mas para ser a Mãe do Salvador.
Tal
tese, entretanto, não recebe a guarida da razão. Sim, Maria teve
participação. Foi livre. Tanto que, no último verso do Evangelho de
hoje, São Lucas nos recorda as palavras da Santa Mãe de Deus: “fiat mihi
secundum verbum tuum.” “Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (v. 38) É
pelo conhecimento prévio da anuência de Maria, que Deus a escolhe de
antemão.
Ele a escolheu e
predestinou porque sabia, ciente de tudo que é, que Ela diria aquele
“sim”. Para Deus, voltamos, não há tempo, Ele é eterno.
TESTEMUNHO DE FÉ DE SANTO ÉFREM E SANTO AGOSTINHO:
“Vós e Vossa Mãe sois os únicos que são
totalmente belos em todos os aspectos, pois em Vós, Ó Senhor não há
mácula e em Vossa Mãe nenhuma mancha.”(Carm. Nisib.27)
Outrossim, Santo
Agostinho, o Doutor da Graça, advoga que todos são pecadores, “exceto a
Santa Virgem Maria, a quem eu desejo, por causa da honra de Nosso
Senhor, deixar inteiramente fora de questão quando se fala de pecado”
(De natura et gratia 36,42)
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