A Árvore de Jessé é uma representação da árvore genealógica de Jesus a partir de Jessé, pai do rei David.
O nome de Jessé é citado no Antigo Testamento da Bíblia, em particular em Isaías 11:1-3:
«Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.»
A Árvore de Jessé é um motivo frequente na arte cristã entre os séculos XII e XV, em manuscritos, pinturas, vitrais, talha decorada e esculturas em madeira e em pedra.
A mais antiga representação conhecida data de 1086 e aparece no Codex Vyssegradensis.
Jessé surge reclinado ou adormecido, com uma árvore a crescer do seu corpo, onde os antepassados de Jesus de acordo com a Bíblia são desenhados nos galhos da árvore, juntamente com os profetas e o próprio Jesus no topo.
Nem todas as ilustrações incluem o mesmo número de pessoas.
No
ofício de Nossa Senhora lia-se a genealogia do Evangelho de São Mateus
(1, 1-17). Tal como S. Lucas (3, 23-28), ele coloca São José, esposo de
Maria, como descendente dos reis de Judá, através de David, cujo pai era
Jessé. Isaías (11, 1) tinha profetizado que do tronco de Jessé haveria
de nascer uma vara, uma flor brotaria desta raiz.
As
representações artísticas desta árvore, que surgem pelos séculos XI-XII,
tinham, inicialmente, Cristo no cimo.

Porém, a partir do século XIII, a
Virgem com o Menino nos braços dominou.
Trata-se de uma parentela
espiritual da árvore da vida.
A árvore de Jessé ilustra a passagem da
geração carnal (Jessé) à geração espiritual (Virgem e Cristo).
Maria
surge como última representante da antiga aliança, a que precede o cume
da salvação, Jesus Cristo.
Para Cristo aparecer, alguém devia dar-lhe
entrada no mundo. Deus Pai, ao confiar a Jesus uma missão, também
entrega a Maria um papel nos seus planos.
Se de uma ascendência, com
carga de pecado e crime, floresce uma virgem sem mancha, não pode ser
senão devido à vontade soberana, livre e eterna de Deus. A árvore tem,
ao longo dos ramos, personagens manchados pela idolatria e perjúrio.
Se
no cimo aparece uma Imaculada, é, portanto, dom gratuito do amor de
Deus. Há uma ascendência que sublinha o contraste entre a flor e a
árvore.
Uma
prova de que foi o culto da Imaculada a impulsionar esta devoção e
permanência, é a confraria de Nossa Senhora da Conceição, da Igreja de
São Francisco do Porto, que levantou a mais formosa e monumental das
árvores de Jessé, uma obra do primeiro quartel do século XVII, dos
artistas Filipe da Silva e António Gomes. (AZEREDO, Carlos A. Moreira - Vigor da Imaculada. Visões de Arte e Piedade. Porto: Paróquia Senhora da Conceição, 1998)
Árvore de Jessé da Igreja de S. Francisco do Porto.
Um
estudo de Flávio Gonçalves sobre a árvore de Jessé dá-nos a evolução do
tema e a influência do culto da Imaculada nalgumas das obras.
ALGUMAS FONTES:
O referido artigo, intitulado "A árvore de Jessé na arte portuguesa", pode ser consultado em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2047.pdf .
http://doublemgroup.com/doublem/porto-e-suas-igrejas/
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