TODA FAMÍLIA CATÓLICA DEVERIA ZELAR PELA MAIS BELA E SANTA TRADIÇÃO DE FÉ QUE EXISTE NESSA ÉPOCA DE NATAL, E QUE NÃO É MONTAR A ÁRVORE DE NATAL OU COMPRAR PAPAIS NOÉIS.
E SIM MONTAR UM BELO PRESÉPIO, QUE PODE SER MUITO BEM FEITO OU APENAS UMA REPRODUÇÃO SIGNIFICATIVA DOS PERSONAGENS, QUE FIZERAM PARTE DO MAIOR EVENTO E FENÔMENO QUE A HUMANIDADE JÁ VIU:
O NASCIMENTO DE UM DEUS SANTO SEM PECADO, QUE SE FEZ HOMEM PARA SANTIFICAR ESSE GÊNERO.
O presépio é uma referência cristã que remete para o nascimento de Jesus na gruta de Belém, na companhia de José e Maria.
Conta a Bíblia que, depois de muito tempo à procura de um lugar para albergar o casal, que se encontrava em viagem por motivo de recenseamento de toda a Galileia, José e Maria tiveram que pernoitar numa gruta ou cabana nas imediações de Belém.
De acordo com a mesma fonte, Jesus nasceu numa manjedoura destinada a animais (no presépio, uma vaca e um burro) e foi reconhecido, no momento do nascimento, por pastores da região, avisados por um anjo, e, dias mais tarde, por magos (ou reis) vindos do oriente, guiados por uma estrela, que teriam oferecido ouro, incenso e mirra ao recém-nascido.
Segundo a história, estes acontecimentos ocorreram no tempo do rei Herodes, que teria mandado matar todas as crianças por medo de perder o seu trono para o futuro rei dos judeus.
Um costume de Natal
Tornou-se costume em várias culturas montar um presépio quando é chegada a época de Natal.
Variam em tamanho, alguns em miniatura, outros em tamanho real.
O primeiro presépio do mundo teria sido montado em argila, segundo alguns, no entanto, ele foi feito por São Francisco de Assis em 1223, por pessoas vivas que interpretavam os papeis dos personagens bíblicos.
Nesse ano, em vez de festejar a noite de Natal na Igreja, como era seu hábito, o Santo fê-lo na floresta de Greccio, para onde mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro, para melhor explicar o Natal às pessoas comuns, camponeses que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus.
O costume espalhou-se por entre as principais Catedrais, Igrejas e Mosteiros da Europa durante a Idade Média, começando a ser montado também nas casas de Reis e Nobres já durante o Renascimento.
Em 1567, a Duquesa de Amalfi mandou montar um presépio que tinha 116 figuras para representar o nascimento de Jesus, a adoração dos Reis Magos e dos pastores e o cantar dos anjos. Foi já no Século XVIII que o costume de montar o presépio nas casas comuns se disseminou pela Europa e depois pelo mundo.
O presépio em Portugal
Este é montado no início do Advento sem a figura do Menino Jesus que só é colocada na noite de Natal, depois da Missa do Galo.
Tradicionalmente, é perto do presépio que são colocados os presentes que são distribuídos depois de se colocar a imagem do Menino Jesus.
O presépio é desmontado a seguir ao Dia de Reis.
Na maioria das cidades o presépio é montado pelas autarquias e em algumas tenta-se ter o maior presépio, como é o caso de Vila Nova de Famalicão.
No entanto foi Alenquer que ganhou o epíteto de Vila Presépio depois de, em 1968, ter iniciado a tradição de montar um gigantesco presépio elaborado pelo pintor Álvaro Duarte de Almeida numa das colinas da cidade.
O Presépio Tradicional Português é - ao contrário do que encontramos nos outros países - formado por figuras tão diversas que não correspondem exactamente à época que deveriam representar.
À excepção das figuras da Sagrada Família (São José, Virgem Maria e Menino Jesus), dos pastores e dos Três Reis Magos, todas as restantes figuras que surgem no Presépio Tradicional Português foram adicionadas com vista a dar uma representação "mais portuguesa" à história da Natividade.
Assim, podemos encontrar figuras como: um moleiro e o seu moinho, uma lavadeira, alguns bailarinos de um rancho folclórico, uma mulher com um cântaro na cabeça, entre muitos outros personagens divertidos e tipicamente portugueses.
A origem destas peças é da Região Norte de Portugal e, ainda hoje, são todas produzidas com origem artesanal.
Por sua vez, no Alentejo, o Presépio mais característico é o de Estremoz.
As cenas da Natividade de setecentos modeladas ao modo de Estremoz, resultam do trabalho das barristas de adaptação ao gosto e tradição local, dos grandes Presépios realizados em barro por artistas como Joaquim Machado de Castro.
No inicio do séc. XX estavam praticamente em desuso e a produção era rara. Sebastião Pessanha encomenda ainda um Presépio na década de 10, com 60 peças.
Disse-lhe Gertrudes Rosa Marques (uma das últimas bonecreiras que ainda trabalhava em Estremoz) que já não saia um da sua oficina há muitos anos, facto que atesta o desuso da representação da Natividade nos antigos moldes.
Entretanto, durante o Regime do Estado Novo, aos bonecos de Estremoz é dado um novo alento, conhecendo os Presépios locais uma fantástica inovação, que substituiu mesmo a antiga tradição.
Nos anos 30, o Director da Escola de Artes e Oficios local, o gaiense José Maria Sá Lemos, com a preciosa assistência do Mestre Oleiro Mariano da Conceição, junta os famosos Tronos de cascata de Santo António, com as principais figurinhas que compõem um Presépio.
A cena passa então a ser composta por 9 peças, mais o Trono (ou Altar como alguns lhe chamam), onde estão os três Reis Magos no degrau maior, estando ao meio a Sagrada Família com o Menino dentro da Mangedoura, e no terceiro e último degrau estão três Pastores ofertantes.
Hoje é este o Presépio que se considera tradicional em Estremoz.
As peças do presepio
Menino Jesus: É o filho de Deus. Foi o escolhido para ser o salvador do povo.
Maria: É a mãe do filho de Deus. Do seu ventre, nasceu Jesus Cristo.
José: É o pai adotivo do menino Jesus; foi um homem judeu, provavelmente carpinteiro/pedreiro.
curral: É o local simblizado pelo presépio. Era onde se guardavam o gado, o curral. Por isso, no presépio, Jesus fica sobre as palhas, em uma manjedoura.
manjedoura: É um lugar de aconchego onde Jesus ficou quando nasceu.É como se fosse o berço de Jesus.
O burro e o boi: Os animais representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu. "Jesus não nasceu em palácios, nem em lugares luxuosos, mas sim em meio aos animais".
Anjos: Os anjos anunciam a chegada do filho de Deus aos pastores. Eles sabem que nasceu o salvador
pastores: Os pastores são homens do campo, que simbolizam a simplicidade do povo, já que Deus acolhe todos, sem se importar com sua condição social
Estrela: A estrela de Belém é aquela que se coloca no alto da árvore. Foi ela que guiou os três Reis Magos quando Jesus Cristo nasceu.
Reis Magos: Os três Reis Magos - Melquior, Baltazar e Gaspar eram considerados sábios. Eles estavam no local onde Jesus nasceu. Eles vieram do Oriente conduzidos pela estrela. Chegaram à cidade de Belém, local de nascimento do menino Jesus, trazendo presentes: mirra, ouro e incenso.
O padre explica que o ouro representava a realeza, a mirra era símbolo da paixão e o incenso significava a oração
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