Festejar São João é uma atitude de base bíblica, pois o Evangelho de São Lucas (1,13-15) afirma:
"13. Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chamá-lo-ás João.
14. Ele será para ti motivo de gozo e alegria, e muitos se alegrarão com o seu nascimento;
15. porque será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem cerveja, e desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito Santo;"
Alegrar-se no dia em que comemoramos o Nascimento de São João Batista é, pois, uma atitude de base bíblica que os cristãos católicos, que formam a única Igreja que vem desde os Apóstolos, fazem desde o século IV.
O Dia de São João é um dos mais antigos festivais do cristianismo, já aparecendo no concílio de Agde, em 506 d.C., como um dos principais festivais da época, um feriado e, como o Natal, era celebrado com três missas: uma pela manhã, uma ao meio-dia e outra no pôr-do-sol.
Do mesmo modo, ao recordarmos Santo Antônio e o Apóstolo São Pedro cumprimos com o mandamento bíblico que diz:
7. Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a palavra de Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira. E imitai-lhes a fé. (Hebreus 13,7)
Santo Antônio foi um exemplo de pregador e de servo de Deus que operou grandiosos milagres em seu tempo, e ainda opera como testemunham numerosos cristãos católicos ao longo dos séculos, que invocaram e invocam seu nome em oração para alcançar a misericórdia de Deus e obter graças em suas vidas.
Invocar os Santos e fazer sua memória é uma prática bíblica, como vemos nos textos em que Moisés ora ao Senhor invocando os nomes de Abrão, Isaac e Jacó, para que Deus ouça seu pedido (Êxodo 32,13; Deuteronômio 9,27) ou como Eliseu invocando o nome de Elias (II Reis 2,14) ou Esdras recordando Moisés (Neemias 1,8).
O Evangelho de São Mateus narra que onde a Boa Nova fosse pregada deveria ser feita a memória da Mulher com o vaso de alabastro, que derramou perfume sobre Jesus:
Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua.
(Mateus 26,12-13)
Recordar São Pedro, sua vida, seus exemplos e martírio também é fazer essa memória.
É celebrar para que os exemplos desse Santo homem sirvam de inspiração para todos os que seguem a Jesus, pois devemos ser imitadores dos Santos:
É celebrar para que os exemplos desse Santo homem sirvam de inspiração para todos os que seguem a Jesus, pois devemos ser imitadores dos Santos:
Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo.
(I Coríntios 11,1)
Irmãos, sede meus imitadores, e olhai atentamente para os que vivem segundo o exemplo que nós vos damos.
(Filipenses 3,17)
Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor.
(São Tiago 5,10)
Venerar significa fazer a memória do nome daquela pessoa santa recordando os feitos de Deus em sua vida (Deuteronômio 9,5; Isaías 51,2) e o respeito devido a aqueles que são seus escolhidos (I Samuel 24,7.9.11; 26,9; II Samuel 1,14), pois o Senhor "não afasta os olhos dos justos e fá-los assentar-se com os reis no trono, numa glória eterna" (Jó 36,7).
Sobre os Santos, a Bíblia diz que "a memória do justo alcança bênçãos" (Provérbios 10,7) e que "uma cidade prospera pela bênção dos Justos" (Provérbios 11,11) por isso a intercessão desses servos justos nos é tão preciosa, pois os que morrem em Cristo já estão com ele (Lucas 23,42; II Coríntios 5,1.6-8; Filipenses 1,23), diante do seu trono (Apocalipse 7,15) e podem orar, clamar e interceder por nós (Lucas 20,38; 16,22-31; Hebreus 11,4; Apocalipse 5,8. 6,9-11).
Como "não há homem justo sobre a terra que faça o bem sem jamais pecar" (Eclesiastes 7,20) e que todos pecamos (I João 1,8), enquanto peregrinamos nesta terra (I Pedro 1,17) a Igreja sempre invocou o auxílio da intercessão dos Santos que já estão no céu (Apocalipse 5,8), as almas que já chegaram à perfeição (Hebreus 12,23) e que nos cercam como uma nuvem (Hebreus 12,1).
A intercessão deles nos é importante pois a Bíblia diz que "a oração dos homens retos lhe é agradável" (Provérbios 15,8) e que "o Senhor está longe dos maus, mas atende à oração dos justos" (Provérbios 15,29).
Os Santos são os nossos intercessores que, como os anjos (Lucas 20,36), vigiam mantendo desperta a memória do Senhor (Isaías 62,6-7) clamando por nós e apresentando nossas orações (Apocalipse 5,8).
Jesus é nosso Único Mediador (I Timóteo 2,5) da Salvação entre Deus e os homens (Hebreus 8,6), mas não é nosso único intercessor.
A Bíblia diz que o Espírito também é nosso Intercessor (Romanos 8,26), e nós, os Santos e Maria somos intercessores também (Romanos 10,1;15,30; Filipenses 1,19; Lucas 16,19ss; II Coríntios 5,9; I Tessalonicenses 5,10; Hebreus 11,4; Apocalipse 5,8; 6, 9-11; 7,15).
AS IMAGENS DOS SANTOS SÃO PERMITIDAS PELA BÍBLIA E UMA FORMA DE FAZER MEMÓRIA
As imagens que representam os Santos nos ajudam a recordá-los e a elevar nossa mente a eles para pedir-lhes sua intercessão junto a Deus, do mesmo modo que os judeus usaram a imagem da serpente para direcionar sua mente em oração (Números 21,7-9 ) ou as imagens dos querubins para recordar-lhes da sacralidade do templo e da Arca (I Reis 6,23-35; 7,29;8,6-7; Juízes 18,31; Ezequiel 41,1.17-26).
As imagens dos Santos servem como monumentos para nos lembrar da vida desses servos de Deus e do poder da intercessão deles, assim como a Bíblia nos relata o uso de imagens, figuras, faixas e pedras para recordar ao povo os feitos de Deus e sua própria história (Êxodo 30,29; 36,34-35;39,30; Deuteronômio 6,5-9; Josué 24,27).
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