domingo, 18 de novembro de 2012

SANTA PERPÉTUA OROU PELO IRMÃO FALECIDO E O LIBERTOU DO PURGATÓRIO NO ANO 203


 

 



 





Muito antes das definições  do papa Gregório I, em 593 e do Concílio de Florença de 1439 e do de Trento em 1563 a doutrina do Purgatório era amplamente conhecida pelos primeiros cristãos, como bem demonstram as seguintes evidências patrísticas
 Por ser uma doutrina tão conhecida pelos primeiros cristãos, temos aí uma certeza absoluta dela ter sido ensinada pelos Apóstolos aos Bispos e seus sucessores.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma evidência histórica está  no relato da Paixão de Perpétua e Felicidade, escrito no século III.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Perpétua foi uma mártir cristã martirizada em 203 juntamente com outros cinco cristãos (Felicidade, Revocato, Saturnino, Segundo e Saturo). 
 
Esquanto estava na prisão, teve uma dupla visão em que viu seu irmão, falecido 7 anos antes, sair de um lugar tenebroso onde estava sofrendo.  
 
Santa Perpétua passou então a rezar pelo descanso eterno de sua alma e, logo após ser ouvida pelo Senhor, teve uma segunda visão em que viu seu irmão seguro e em paz porque sua pena havia sido satisfeita: 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

"Imediatamente, nessa mesma noite, isto me foi mostrado em uma visão: eu vi Dinocrate saindo de um lugar sombrio, onde se encontravam também outras pessoas; e ele estava magro e com muita sede, com uma aparência suja e pálida, com o ferimento de seu rosto quando havia morrido.
 
 
 
 Dinocrate foi meu irmão de carne, tendo falecido há 7 anos de uma terrível enfermidade...
 
 Porém, eu confiei que a minha oração haveria de ajudá-lo em seu sofrimento e orei por ele todo dia, até irmos para o campo de prisioneiros...
 
 Fiz minha oração por meu irmão dia e noite, gemendo e lamentando para que [tal graça] me fosse concedida. 
 
Então, certo dia, estando ainda prisioneira, isto me foi mostrado: vi que o lugar sombrio que eu tinha observado antes estava agora iluminado e Dinocrate, com um corpo limpo e bem vestido, procurava algo para se refrescar; e onde havia a ferida, vi agora uma cicatriz; e essa piscina que havia visto antes, vi que seus níveis haviam descido até o umbigo do rapaz. 
 
E alguém incessantemente extraía água da tina e próximo da orla havia uma taça cheia de água; e Dinocrate se aproximou e começou a beber dela e a taça não reduziu [o seu nível]; e quando ele ficou saciado, saiu pulando da água, feliz, como fazem as crianças; e então acordei. 
 
Assim, entendi que ele havia sido levado do lugar do castigo" 
 
(Paixão de Perpétua e Felicidade 2,3-4).
 
 
 
 
 
 

 

 
Perpétua morreu martirizada com outros cristãos e se destacou por ter sido mãe durante o cativeiro, ser uma nobre romana, resistir aos apelos da família e a tudo renunciar para não negar sua fé em Cristo e por guiar a espada de seu algoz depois de receber um golpe mal dado, mostrando imensa coragem e nenhum temor da morte.
 
 
 
 

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