As imagens têm poder. O poder que atribuímos a elas mentalmente, o de contar histórias, de nos fazer lembrar de alguém, de um fato, de um sentimento. As imagens dos Santos também têm o poder de afastar o mal e os demônios, se o nosso olhar para elas for o da fé em Deus.
Quando Deus quis curar o povo de Israel do castigo das serpentes venenosas, ordenou que Moisés fizesse uma imagem (Números 21, 7-9), a estátua de bronze de uma serpente. Quem a olhava com fé em Deus era curado.
Assim como o Templo de jerusalém era repleto de imagens ( I Re 6,18-35;I Re 7, 18-51;I Re 8,5-11; Ez 41,1-26), nós católicos, usamos imagens nas igrejas, em casa, camisas, colares, etc. Esses símbolos têm o poder de nos fazer elevar o pensamento para Deus.
Assim como a serpente de bronze fazia o povo de Israel ser curado das serpentes venenosas, as imagens de São Jorge, Nossa Senhora, o Crucificado, etc.,nos curam das serpentes que nos cercam no cotidiano: depressão, tristeza, falta de fé e piedade do mundo moderno que tenta destruir os símbolos religiosos.
Esses símbolos que nos lembram da presença de Deus no mundo e de pessoas santas que se dedicaram ao Senhor até desafiando a morte.
Alguns protestantes afirmam que as imagens do Santos são demônios porque as mesmas imagens que vemos na Igreja Católica, encontramos num terreiro de xangô, candomblé, umbanda, centros espíritas, etc.
Esquecem eles , por ignorância ou porque lhes convêm, que um símbolo pode ter significados diferentes dependendo do contexto.
Do mesmo modo, que a Estátua da Serpente feita por Moisés foi um pedido , vontade e do agrado de Deus para servir de símbolo da fé Nele. Essa mesma Estátua da Serpente foi usada por alguns israelenses corrompidos pela fé pagã para ser cultuada como uma deusa, negando assim a existência do Deus Único de Israel e, por isso, o rei Ezequias a destruiu, porque os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela. {Chamavam-na Nehustã} (2 Reis 18,4).
Ou seja, um símbolo muda o significado conforme o contexto. Assim, o símbolo da Cruz para os pagãos e judeus é loucura e maldição (1 Coríntios 1,18.23), para os cristãos é a Glória (Gálatas 6,14).
A suástica ou cruz suástica (ascii: 卐 ou 卍) , por exemplo ,é um símbolo místico encontrado em muitas culturas e religiões em tempos diferentes, dos índios Hopi aos Astecas, dos Celtas aos Budistas, dos Gregos aos Hindus, sendo encontrados registros de 5 mil anos atrás. Era um símbolo do Bem, de Forças boas, mas desde que foi adotada como logotipo do Partido Nazista de Adolf Hitler a suástica passou a ser associada ao fascismo, ao racismo, à supremacia branca, à II Guerra Mundial e ao Holocausto na maior parte do Ocidente, ou seja, passou a ser símbolo de forças do mal.
Logo, o problema não é o símbolo em si, mas o que ele representa dentro de determinado contexto.
Em minha casa, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição simboliza a Virgem Maria, Mãe de Deus, que afasta todo demônio e todo mal, e me traz Jesus, o Cristo.
Já, para um adepto de religiões afro, essa mesma imagem será Iemanjá, pois os escravos não pudiam cultuar Iemanjá e festejavam Nossa Senhora da Conceição com a intenção de celebrar Iemanjá, o que chamamos de sincretismo religioso.
O problema não está na Imagem, mas em como a pessoa aprendeu a ler essa imagem em seu coração e em sua mente.
Para um protestante ("evangélico"), uma Imagem de Nossa Senhora da Conceição não será a Virgem Maria , mas um ídolo, um demônio, algo que ele foi ensinado a odiar e deseja quebrar.
Na mente dele, qualquer imagem de Santo é um ídolo e não a representação de um Servo de Deus.
Eis aí a necessidade que as escolas ensinem o valor da tolerância religiosa.
Nós, como católicos, não devemos nos incomodar com o uso das imagens de Santos em terreiros de Candomblé, Umbanda, etc., porque nesses ambientes essas imagens são respeitadas, pois representam forças do bem para eles.
Mas devemos nos indignar sempre quando as imagens dos Santos são usadas com desrespeito e ultraje, como já vimos algum pastor, irmã ou irmão "evangélico" quebrando nossos símbolos sagrados ou ridicularizando eles, como se fossem donos da "Verdade".
Aprender a conviver é a lição de Cristo dada no Evangelho que muitos deles não conseguem praticar. Cristo conviveu com romanos pagãos e, em nenhum trecho do Evangelho, vemos o Senhor perdendo tempo criticando a fé deles, pelo contrário, vemos Cristo elogiar e ressaltar a fé de um pagão, apresentando-o como exemplo (Mateus 8,5-13).
Papa Francisco com líderes de outras religiões no Congresso Mundial de Diálogo Intercultural e Inter religioso
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