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terça-feira, 5 de julho de 2011

SANTA ISABEL DE PORTUGAL - 04 DE JULHO









Santa Isabel de Portugal nasceu em 11 de Fevereiro de 1270, em Saragoça - Espanha; era filha de Pedro III, rei de Aragão.









Recebeu o seu nome em homenagem à sua tia, Santa Isabel da Hungria, canonizada anos antes, e de quem se esperava que Isabel herdasse a bondade e a santidade.

Aos 12 anos casou-se com o Rei Dinis, de Portugal.




















Educada no seio de uma família religiosa, a Rainha Santa Isabel observava com rigor os jejuns recomendados pela Igreja e, durante a Semana Santa, fazia obras de extrema piedade e devoção.

Colaborou para implantar em Portugal a devoção a Nossa Senhora da Conceição, a quem recorreu pedindo auxílio para impedir uma guerra civil, liderada por seu filho Afonso, em rebelião aberta contra o pai.

Dotava os conventos do reino com muitas esmolas, principalmente o de Santa Clara de Coimbra.





Mandou construir um hospício para os pobres em Coimbra, um hospital para crianças doentes e enjeitadas em Santarém e uma casa para recolhimento e regeneração das mulheres perdidas de Coimbra.

Recebia em palácio jovens pobres e alimentava-os, dando-lhes dinheiro e condições para que se casassem.





O Rei Dinis adoeceu em 1324 e foi cuidado por sua esposa pessoalmente até a morte, em 7 de Janeiro de 1325.





Após o enterro do marido, a Rainha Isabel fixa residência em Coimbra e toma o hábito da Ordem de Santa Clara.












Em Junho de 1336, resolve partir para Estremoz, a fim de encontrar seu filho o Rei Afonso IV, em guerra com seu neto Afonso IX, rei de Castela.

 É desaconselhada da viagem devido à longa distância, ao calor e à sua idade, mas a empreende.

Chega doente à fortaleza de Estremoz; logo lhe aparece uma pústula no braço que lhe causa febres.

 Morreu, rezando, na noite de 4 de Julho, após receber os últimos sacramentos.














O primeiro túmulo onde repousou o corpo de Santa Isabel de Portugal




Contra a vontade da corte, seu filho realiza-lhe o desejo de ser enterrada no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra.

 Devido aos inúmeros milagres ocorridos após a morte de Santa Isabel, o Rei Manuel I pede a sua beatificação, e o Papa Leão X, em 1516, declara-a Bem-aventurada, dando permissão para a celebração de sua festa na diocese de Coimbra.






Em 1556, em virtude de outros milagres atribuídos à Rainha, o culto estende-se por todo o reino de Portugal.

 Em 1560, Ana de Meneses, abadessa do Mosteiro de Santa Clara, funda a Confraria da Rainha Santa.







 O Papa Gregório XIII, em 1581, concede diversas graças e indulgências aos associados desta confraria.





Em 1612, uma comissão vem de Roma a Coimbra para dar início ao processo de canonização da Rainha.





Na sequência de uma enchente do Rio Mondego, a comunidade de religiosas foi abrigada num novo Mosteiro (onde se encontra o actual) e trasladaram os restos mortais de Santa Isabel.





Abriram-lhe então o túmulo, 276 anos após a sua morte e descobriram a sua urna intacta.

Esta foi levada em procissão para o novo Mosteiro.

 Ao abrirem a urna, constatou-se que o seu corpo estava incorrupto e exalava um aroma suave.

















Mosteiro de Santa Clara a nova onde atualmente repousa o corpo de Isabel de Portugal


No dia 25 de Maio de 1625, festa da Santíssima Trindade, o Papa Urbano VIII canoniza a Rainha Santa Isabel.


MAS UM POUCO SOBRE SANTA ISABEL DE PORTUGAL




 

As obras que patrocinou foram inúmeras e contam-se de norte a sul do País: hospitais, asilos, leprosarias, casas de assistência aos desvalidos. Muitos mosteiros e igrejas foram igualmente construídos graças à sua generosa contribuição.










Distribuía o que tinha de seu, visitava os doentes, servia os pobres, velava pelas crianças abandonadas, amparava as filhas de gente humilde, às quais dava dote quando casavam, mandava sepultar os mortos cristã e dignamente, pagava as dívidas de quem não tinha possibilidades de o fazer, vestia os nus, redimia os presos ou aqueles que andavam transviados, lavava as feridas dos leprosos com as próprias mãos.

Medianeira da Paz», foi o título que lhe valeu a sua intervenção, feita de bondade, tenacidade, esforço e inteligência, em prol da concórdia e da tolerância.










 Graças à sua intercessão foi possível por diversas vezes encontrar uma solução que não a das armas.








Assim aconteceu entre seu marido e seu cunhado, o infante D. Afonso, irmão mais novo de D. Dinis; entre seu irmão, Jaime II, rei de Aragão, e seu genro, Fernando IV, rei de Castela, casado com sua filha D. Constança;

entre seu pai, Pedro III, rei de Aragão e da Sicília, e o rei de Nápoles, Carlos II;

entre seu marido e seu filho, D. Afonso, casado com D. Beatriz, irmã do rei de Castela – temendo o infante ser afastado do trono por seu irmão ilegítimo, D. Afonso Sanches


Em favor dessa mesma paz, chega a atravessar sozinha os campos de batalha e a caminhar numa procissão em Santarém descalça e vestida de penitente.

Culta, incansável, formosa, sem uma queixa, sofre as infidelidades D’el-rei D. Dinis, adoptando e educando os seus filhos bastardos, que aceita como legítimos herdeiros.



Em 1325, anonimamente, vai como peregrina a Santiago de Compostela, misturada entre os humildes, comendo do pão que lhe ofereciam e ajudando a transportar as crianças ao colo.
 
No regresso, após ter deixado dádivas valiosas ao santo apóstolo São Tiago, traz consigo, oferecidos pelo arcebispo, o bordão e a esclavina (espécie de cabeção usado sobre a túnica pelos peregrinos que se deslocavam em romagem a Santiago de Compostela), que guarda religiosamente


Nas deslocações que fazia levava consigo o seu oratório pessoal, acompanhada pelos sacerdotes, que celebravam missa diária, observando a rainha a prática dos jejuns constantes e da confissão – e também da Sagrada Comunhão em alturas especiais.



Após a morte de seu marido, veste um hábito assemelhado ao de monja franciscana, corda grossa atada à cintura e a cabeça real envolta em panos de linho, e muda-se para o Mosteiro de Santa Clara.

Assim passa os onze anos de viuvez, até à sua morte, ocorrida em Estremoz.



Em Junho de 1336, com 66 anos, ao saber que havia sido declarada guerra entre seu filho D. Afonso IV, o Bravo, rei de Portugal, e seu neto, Afonso XI, rei de Castela, segue em direcção ao Alentejo, para tentar pôr fim às hostilidades entre ambos.
 
Devido à fatigante caminhada e ao excessivo calor, a rainha chega exausta e adoece.
 
Morre poucos dias depois, a 4 de Julho





LENDA DAS ROSAS


Quando, certo dia, a Rainha Santa Isabel se dirigia ao Mosteiro de Santa Clara, levando consigo, para dar aos pobres, algum dinheiro e pão escondidos no regaço, encontra seu marido el-rei D. Dinis.

Não escapa ao rei a preocupação da rainha ao tentar esconder o pão que levava.

Sem intenção de importuná-la, mas no desejo de enaltecer a bondade e modéstia extremas que faziam com que lhe ocultasse tão louvável como piedosa acção, perguntou-lhe o rei: «Que levais no regaço?»

A rainha responde: «São rosas, senhor.»

Corria o mês de Janeiro e D. Dinis terá manifestado interesse em ver as rosas, colhidas em pleno Inverno.

A rainha abre então o regaço e mostra as pétalas de seda de perfumadas rosas que lhe caíram aos pés.



Não terá sido por acaso que seu avô Jaime I lhe chamava «a rosa da Casa de Aragão».










Ó serva de Deus preclara,

Tua oferta foi aceite,

Pois, como a virgem prudente,

Tinhas sempre, diligente,

Cheia a lâmpada de azeite.






O odor de Cristo exalando,

Por onde quer que passavas

Fazia-se a noite dia,

E era oiro e pedraria

Cada acção que praticavas.






O exemplo da tua vida

Em tudo foi exemplar,

Pois que na seara divina,

Como a Rute peregrina,

Bem soubeste respigar.






Escolhendo Jesus Cristo

Como único Senhor,

Tudo por Ele deixaste

E o coração lhe entregaste,

Consagrada ao seu amor.






Ó Jesus, Filho da Virgem,

Ó Maria, Virgem-Mãe,

E tu, eleita de Deus,

Que já reinas lá nos Céus,

Vinde em nosso auxílio.

Ámen.






(Hino do Ofício Comum das Santas)


















Procissão de Santa Isabel pelas ruas de Coimbra






Claustro do Mosteiro de Santa Clara -a-nova
onde Santa Isabel está sepultada









Imagem da Santa na frente
da urna onde repousa seu corpo

















Imagem de Santa Isabel de seu mosteiro
 olhando para Coimbra






Altar com a Imagem e Tumba de Santa Isabel











REFERÊNCIAS:
































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