Esses dias, estava pensando em como os países de origem católica parecem possuir um folclore mais vívido e as manifestações populares de dança e crenças são mais diversificadas.
No Brasil, temos o Cristo Redentor, obra da Igreja, enquanto nos países protestantes não há um símbolo de fé cristã que se destaque na sociedade. Aqui, temos pastoris, congadas, quadrilha, comidas, bandeirinhas, banda de pífano, entre tantas outras formas de manifestações folclóricas, culturais da fé que marcam a presença católica , como também da fé dos africanos e indígenas nesta terra. Acho fascinante a efervescência da fé na América Latina através das manifestações culturais.
Nos Estados Unidos e em países protestantes, não conheço tanta diversidade cultural e folclórica mescladas de religiosidade quanto a nossa. Acho que deve haver e eu desconheço.
Vejo, no Brasil, como os evangélicos lutam contra a cultura brasileira: festa de São João não pode; não pode acender fogueira, dançar quadrilha, etc.; Carnaval é do demônio; Natal é festa pagã; Pastoril, congadas, Coco de roda, forró, capoeira, etc., tudo é pecado, do demônio ou procuram se apropriar culturalmente (algo que o catolicismo já fez no passado, mas é para isso que estudamos, para não repetirmos os erros do passado e, principalmente, os erros medievais tanto da Igreja Católica quanto a protestante, que também teve sua inquisição!).
Isso sem falar nas manifestações propriamente africanas, como um simples acarajé, que querem chamar de bolinho de Jesus!
Os evangélicos , no Brasil, propagam suas rádios e tvs que só têm música gospel, estilo de música bem americana. Não é a toa que com a ajuda (da maioria ou uma parte) deles foi eleito um presidente que pouco tempo depois de tomar posse já pensa em permitir a instalação de uma base americana no Brasil. Desculpem falar de política, mas religião e política andam juntas o tempo todo.
Repetindo o que eu disse, devemos aprender com os erros do passado, e todo católico tem obrigação de saber dos erros de sua religião e reconhecê-los para não voltarmos a tropeçar neles de novo.
Concluindo minha reflexão, no Catolicismo, estamos cercados pelo sagrado, nossas Igrejas são Casas de Deus. Ao passarmos diante delas, fazemos o sinal da cruz.
Temos lugares sagrados na natureza, nos quais Deus interveio por meio de Nossa Senhora ou seus Santos como morros, rios, grutas. Temos objetos, jóias, imagens Sagradas. A arte, o cheiro ( incenso), o fogo (velas), o caminhar (procissão), a palavra (promessa, a reza), a música é sagrada. Temos Dias Santos e sacramentais (elementos da natureza: água, sal, óleo).
No Catolicismo, o ser humano com sua história de vida, é sagrado, são os Santos, as almas, a terra onde são sepultados (cemitério), tudo é sagrado. Valorizamos a história do outro e sua experiência com Deus. Não chamamos: Maria, Pedro, João, etc. Chamamos de Santos: Santa Maria, São Pedro, São João, etc.
Não é Evangelho de João, mas Evangelho de São João.
Temos lugares sagrados na natureza, nos quais Deus interveio por meio de Nossa Senhora ou seus Santos como morros, rios, grutas. Temos objetos, jóias, imagens Sagradas. A arte, o cheiro ( incenso), o fogo (velas), o caminhar (procissão), a palavra (promessa, a reza), a música é sagrada. Temos Dias Santos e sacramentais (elementos da natureza: água, sal, óleo).
No Catolicismo, o ser humano com sua história de vida, é sagrado, são os Santos, as almas, a terra onde são sepultados (cemitério), tudo é sagrado. Valorizamos a história do outro e sua experiência com Deus. Não chamamos: Maria, Pedro, João, etc. Chamamos de Santos: Santa Maria, São Pedro, São João, etc.
Não é Evangelho de João, mas Evangelho de São João.
A Bíblia é sagrada ( exibimos, colocamos em espaços para ser venerada, aberta para todos verem). Entramos com ela em procissão nas igrejas ou a levamos em procissão pelas ruas. (Claro que os católicos além de reverenciar, devem ler mais também, e desenvolver o gosto pelo estudo bíblico. Até como forma de estarem preparados para o combate ideológico protestante.)
Ao sair de casa, antes do almoço, ao passar diante de uma Igreja, Cruz ou Imagem de Santo, antes de dormir, ou mesmo diante de qualquer possível perigo como um simples banho de mar, sempre fazemos o sinal da cruz. Nossos familiares nos dão a benção ou a pedimos.
No Catolicismo, o sagrado é algo constante para quem está buscando a Deus e faz uso desses recursos é um mergulhar no oceano contínuo da fé e da graça. E se alguém deixa de ser católico, é difícil a pessoa perder a fé em Deus. Na maioria, pode ir para outra religião, mas o sentido do sagrado, da religiosidade, permanece vivo.
No protestantismo, nada é sagrado, pelo que eu saiba. Não há locais sagrados, nem mesmo a igreja. O único objeto reverenciado por eles, que é a Bíblia, é manejada sem nenhuma reverência, pode-se riscar toda ela de canetas azul, vermelha, verde,etc. Tem seu lado bom porque gostam de ler e isso é um sinal, mas ver uma Bíblia toda suja e riscada é bem estranho.
Apesar disso, muitas igrejas evangélicas têm passado a usar água, óleo, rosa, etc. (o que na Igreja Católica chamamos de sacramentais e são dados de graça), como forma de adquirir dinheiro dos fiéis. Ou seja, não existe sagrado, mas... Na maioria, eles dizem que basta ler a Bíblia, tudo está na Bíblia e basta orar.
Não há intermediário entre eles e Deus ( não precisam de Santos, Padre, Sacramentos, Igreja, locais sagrados, Dias Santos, etc.)., é só ler a Bíblia e todas as outras religiões são superstições. É comum vermos pessoas que depois de deixarem a igreja evangélica ou se tornam ateus ou não frequentam mais religião nenhuma, pois o sagrado foi esvaziado de sua identidade. Ela não vê sagrado em nada.
As outras religiões são falsas, eles dizem. Não existe um só Deus, mas apenas o deus dos evangélicos e se ela não é mais evangélica, ou não frequenta mais a igreja, então para que respeitar a fé dos outros. O resto é tudo do demônio.
Acho assustador para a cultura e os valores humanos a dessacralização do mundo e é o meio, principalmente, capitalista protestante, ao meu ver, o principal ativista na destruição do sagrado, apesar de parecer que não.